CLAIM surge para ajudar imigrantes residentes em Tavira

CLAIM de Tavira estará a funcionar no Centro Coordenador de Transportes (Rua dos Pelames), às segundas, quartas e sextas-feiras, entre as 9h00 e as 12h30

Foto: Rúben Bento | Sul Informação

Com uma «quantidade significativa de imigrantes na comunidade», Tavira inaugurou, no passado dia 23 de Junho, um Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM) e assinou um protocolo de cooperação com o Alto Comissariado para as Migrações.

Este Centro «irá permitir ter uma resposta de proximidade com os imigrantes que fazem vida na cidade tavirense», disse Cláudia Pereira, secretária de Estado para a Integração e as Migrações.

Tavira acolhe assim o 126º CLAIM, a nível nacional, que passará a trabalhar em rede com o Centro Nacional de Apoio à Integração de Migrantes (CNAIM) do Algarve, a par dos dez CLAIM já existentes no Algarve, entre os quais em Albufeira, Portimão, Loulé, Silves ou o mais recentemente inaugurado, o de Vila Real de Santo António.

«O nosso objetivo é continuar a trabalhar para abrir mais centros como este», acrescentou a secretária de Estado.

 

Instalações do CLAIM Tavira – Foto: Rúben Bento | Sul Informação

 

Este CLAIM, «ao localizar-se quase no centro da cidade, onde as pessoas residem, trabalham ou estudam, é muito importante para poderem ter uma resposta de proximidade, para esclarecer todas as dúvidas que tenham, que se tornam obstáculos, para que saibam que aqui há alguém para os esclarecer», explicou ainda a secretária de Estado.

Cláudia Pereira avançou ainda que, em Tavira, «cerca de 25% da população é estrangeira, num total de 6.275 cidadãos de 75 nacionalidades diferentes» Já a residir em Portugal, «segundo dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), encontram-se 660 mil estrangeiros, o que corresponde a 7% da população portuguesa».

A inauguração deste espaço teve lugar depois da assinatura de um protocolo de cooperação entre o Município de Tavira e o Alto Comissariado para as Migrações, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

 

Assinatura do protocolo com o Alto Comissariado para as Migrações no Salão dos Paços do Concelho, Tavira – Foto: Rúben Bento | Sul Informação

 

O concelho tavirense teve já um Centro de Apoio ao Imigrante, a funcionar entre 2004 e 2013, mas foi desativado aquando da crise da Troika que afetou a construção civil, este que era, na altura, um dos setores que mais empregava imigrantes.

Agora, com o desenvolvimento da agricultura na região, desde 2016/2017, e com o aumento do número de pessoas que escolheram este país e o concelho de Tavira para residir, «sobretudo nos últimos anos», a autarquia sentiu a necessidade de criar este novo centro.

«Já há algum tempo que vimos a sentir a necessidade de acolher estas pessoas, de as ajudar, de termos esta proximidade para também os ajudar a resolver os seus problemas, para que obtenham as informações úteis que precisam, desde a inscrição dos miúdos na escola até outras questões da dinâmica local», realçou Ana Paula Martins, presidente da Câmara Municipal de Tavira.

Desde logo a autarquia começou a delinear um plano para a integração destes imigrantes. Com a pandemia e com o facto de, no ano de 2020, esta comunidade ter estado na origem de um dos primeiros surtos de Covid-19 em Tavira, este centro podia ter avançado, mas a falta de técnicos municipais não o permitiu.

O município começou desde logo a trabalhar em rede, com todas as limitações que a pandemia impôs, sendo intenção da autarquia desenvolver um plano municipal para integrar os imigrantes, levando-os a aprender a língua portuguesa, envolvendo as escolas neste processo.

 

Foto: Rúben Bento | Sul Informação

 

O CLAIM irá permitir «melhorar a relação com os organismos da Administração Central, procurar informação útil e até poderá detetar vítimas de tráfico humano», tendo este facto sido verificado no primeiro surto de Covid-19 no concelho, realçou a edil.

Outra das tarefas do novo espaço tem a ver com a inclusão e com a habitação destes migrantes, pois trata-se de «um dos maiores problemas que estas comunidades enfrentam, muitas vezes com casas sem condições e sobrelotadas».

A autarca realçou uma das entidades empregadoras, «um bom exemplo no concelho», que «dá casa aos trabalhadores num empreendimento turístico tavirense». «É preciso sensibilizar também a população, para que tenha consciência de que nem todos os armazéns ou qualquer sítio serve para acolher imigrantes».

A autarquia não descarta a hipótese de chegar mais perto desta comunidade, estando já a pensar em «trabalhar diretamente com as empresas agrícolas» ou até deslocar-se à União de Freguesias Luz de Tavira e Santo Estêvão, «onde existe um maior número de imigrantes a residir» e «lá fazer os atendimentos, estando assim mais perto de quem precisa de ajuda».

Ana Paula Martins admite ainda a hipótese de criar alojamentos temporários junto das explorações agrícolas, iniciativa esta que se assemelha à que a autarquia desenvolveu para os sem-abrigo do concelho.

Para já, os imigrantes «que poderão precisar de ajuda para resolver questões burocráticas, sabem que têm aqui um centro que os pode ajudar», concluiu a autarca tavirense.

O CLAIM de Tavira vai começar a funcionar no Centro Coordenador de Transportes (Rua dos Pelames), em Tavira, às segundas a quartas-feiras, entre as 9h00 e as 12h30, e às sextas-feiras, das 13h00 às 17h00, funcionando, devido à pandemia de Covid-19, por marcações para o contacto 966 166 433 ou pelo e-mail [email protected].

 

Fotos: Rúben Bento | Sul Informação

 

 



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