Britânicos ajudaram a tirar 5670 pessoas dos centros de emprego do Algarve

Desemprego desceu pela primeira vez em termos homólogos desde o início da pandemia

Nuno Costa|Foto de Arquivo

O número de pessoas inscritas nos centros de emprego do Algarve, no mês de Maio, desceu em todos os concelhos do Algarve, à exceção de Alcoutim, que tem mais um inscrito relativamente a Abril. A reabertura das viagens turísticas para o Reino Unido ajudou a este resultado, mas, entretanto, Portugal saiu da lista de destinos seguros. Junho ajudará a aferir até que ponto o cenário de recuperação económica é para continuar.

De acordo com os dados disponibilizados, esta segunda-feira, pelo Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP), de Abril para Maio, 5670 pessoas saíram dos centros de emprego na região. Este número representa uma descida de 17,6%, a maior a nível nacional.

De acordo com os dados do instituto, no final de Maio, havia 26.601 inscritos nos centros de emprego do Algarve.

A descida do desemprego no Algarve em Maio não é apenas referente ao mês anterior. Também em relação a Maio de 2020, houve uma diminuição de 1.074 inscritos, o que equivale a -3,9%.

Desde o início da pandemia, é a primeira vez que há uma diminuição do desemprego na região em termos homólogos.

Se os inscritos baixaram, as ofertas de emprego dispararam: mais 418 (+65,5%) do que em Abril e mais 776 (+278,1%) do que em Maio de 2020.

A nível nacional, o desemprego registado desceu, mas de forma mais modesta do que no Algarve: -5,1%, em comparação com Abril, e -1,7% relativamente ao mês homólogo.

Além do Algarve, também o Alentejo apresentou uma descida do desemprego entre Abril e Maio superior à média do resto do país: -7,4%. Em termos homólogos, o abaixamento foi de 11,7%.

Por concelhos, apesar da descida substancial, Albufeira continua a ser aquele que tem maior número de desempregados (4.531), seguindo-se Portimão, com 4.517, e Loulé, com 4.252 [ver gráfico].

Alcoutim foi o único que teve um aumento de desempregados registados, passando de 35 para 36.

Os números do desemprego no Algarve, em Maio, estão intimamente ligados à reabertura das viagens turísticas para o Reino Unido, um facto que levou muitos empresários dos setores da hotelaria e restauração a recrutar trabalhadores.

No entanto, só os dados do mês de Junho dirão se este alívio foi temporário ou passageiro, uma vez que, menos de um mês depois, o “corredor” voltou a fechar.

Esta situação está a deixar os empresários “de pé atrás”, nomeadamente nos concelhos de Loulé e de Albufeira, que também recuaram no desconfinamento.

Isso mesmo disse João Soares, diretor do D. José Beach Hotel, em Quarteira, ao Sul Informação, na passada sexta-feira.

O dirigente da Associação de Hotelaria de Portugal no Algarve diz que esta incerteza e o recuo no desconfinamento «altera horários e a própria necessidade de recursos humanos».

Também as medidas aplicadas à Área Metropolitana de Lisboa, nomeadamente a proibição de sair daquela região durante o fim de semana, afetam a economia algarvia, garante o empresário hoteleiro.

 

 



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