Autarca de Albufeira quer alteração dos critérios epidemiológicos

«Estamos num ponto que é lesivo para a nossa economia»

«Esperávamos que o Verão fosse melhor, queremos que seja melhor e, por isso, temos que lutar para que assim seja». José Carlos Rolo, presidente da Câmara de Albufeira, contesta os critérios de classificação epidemiológica do concelho que quer ver alterados. 

Ainda antes de se saber que o concelho ia regredir ainda mais no desconfinamento, José Carlos Rolo esteve reunido esta quarta-feira, 23 de Junho, com entidades e empresários.

Neste encontro, José Carlos Rolo disse não aceitar a atual metodologia de classificação do município de Albufeira, na medida em que «os critérios de cálculo adotados pelo Ministério da Saúde estão errados», partindo de «uma base de cálculo desfasada da realidade».

«O universo de Albufeira não é de 45 mil habitantes, é bastante superior», disse.

O autarca foi mais longe: «o Governo mostra-se intransigente neste tipo de medidas, mas é preciso que resolva esta situação o quanto antes», até porque há casos de surtos em que, das oito pessoas infetados, «seis são estrangeiros».

«Estamos num ponto que é lesivo para a nossa economia», disse.

A reunião contou com a presença de responsáveis regionais pela área da Saúde, GNR, Bombeiros Voluntários de Albufeira, Proteção Civil, Cruz Vermelha, Policia Marítima, associações setoriais e empresariais, para além de entidades várias.

Os presentes, especialmente da área hoteleira e restauração, mostraram-se severamente preocupados com um eventual retrocesso da situação epidemiológica, «que será um descalabro evidente para todo o concelho», alertaram.

«As empresas estiveram encerradas 15 meses, e se não houver uma faturação consecutiva de três ou quatro meses, o problema vai agravar-se substancialmente do ponto de vista económico-social».

José Carlos Rolo alertou, no entanto, para o facto de a testagem não ser «um fator negativo».

«Quer ao nível dos privados, quer das associações aqui representadas deverá existir a preocupação para que as regras sejam cumpridas. E nesse aspeto, as forças de segurança devem ter um papel pedagógico e persuasivo», insistiu.

Por seu turno, o delegado de Saúde local Joaquim Bodião acrescentou que «a testagem é uma forma de garantir a possibilidade das pessoas poderem viajar por meio aéreo e outros e é normal que os turistas também nos procurem nos postos de saúde. De tudo isto, o fundamental, é que as pessoas se vacinem, é preciso insistir nessa informação»

José Carlos Rolo garantiu ainda que vai contactar a ministra da Saúde para esclarecer a situação dos critérios da fórmula de contagem de casos ativos, assim como contactará o ministro da Economia «a fim de plasmar a grave situação da falta de receitas e as consequências para os trabalhadores, assim como a reiterada falta de apoios económicos para as empresas».

 



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