Albufeira exige revisão dos critérios de cálculo da incidência de Covid-19

José Carlos Rolo: «neste momento poderão estar no concelho de Albufeira cerca do dobro dos residentes, que deveriam ser comtemplados nos critérios da DGS»

Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

O executivo municipal de Albufeira considera que a forma como são feitas as contas da incidência de Covid-19 é «totalmente injusta para o concelho», uma vez que «os turistas não são considerados como população presente» para esse cálculo, mas são contados como tal se surgir algum caso positivo entre os visitantes.

«E assim se inflaciona artificialmente um rácio tão importante para a decisão do nosso futuro imediato», considera José Carlos Rolo, presidente da Câmara de Albufeira, no comunicado que acaba de ser enviado às redações.

A reação do edil albufeirense surge depois de ontem, no final do Conselho de Ministros, a ministra Mariana Vieira da Silva ter anunciado que, devido ao aumento da incidência de Covid-19, Albufeira era um dos 10 concelhos de todo o país obrigado a voltar atrás no desconfinamento.

José Carlos Rolo, autarca eleito pelo PSD, junta assim o seu protesto ao do seu colega de Loulé, o socialista Vítor Aleixo, que já ontem à noite tinha manifestado a sua discordância em relação ao critério usado. Aleixo, aliás, vai esta tarde dar uma conferência de imprensa, em conjunto com os presidentes das Juntas de Freguesia e empresários do concelho de Loulé.

O edil albufeirense afirma, no seu comunicado, que «Albufeira se considera discriminada com os critérios de um Governo que, mais uma vez, não considera a realidade atual da região, nomeadamente de um município que tanto depende do turismo».

É que, salienta, «neste momento, poderão estar no concelho de Albufeira cerca do dobro dos residentes, que deveriam ser comtemplados nos critérios da DGS».

E reafirma: «neste momento, o concelho encontra-se com o número de residentes/turistas muito superior ao que é considerado para o efeito do cálculo de incidência Covid-19».

Para provar esta situação, José Carlos Rolo destaca «a subida de 30% na recolha de resíduos em relação ao mês de Maio», bem como «o enorme incremento do consumo de água e o grande aumento do número de pedidos de serviços à Rádio Táxi Albufeira». Dados que o autarca considera que resultam precisamente do acréscimo de pessoas no concelho, nomeadamente de turistas.

A Câmara de Albufeira exige, por isso, «uma revisão destes critérios», recordando que «esta avaliação, aplicada pelo Governo, vai gerar um enorme desaceleramento da economia regional e local e terá consequências graves para o Algarve, em geral, e para o concelho de Albufeira, em particular».

«O Governo tem de ser diligente e ter em conta as especificidades do Algarve e dos algarvios», defende José Carlos Rolo.

O presidente da autarquia sublinha que, «no Centro de Testagem de Albufeira, apenas são testados cerca de 25% de casos positivos», frisando que «este equipamento está a testar simultaneamente a população residente e os turistas que nos visitam».

Aliás, considera, «este Centro de Testagem é uma mais-valia para o concelho, uma vez que os turistas, para regressarem aos seus países de origem, necessitam obrigatoriamente de um teste certificado e não existe capacidade de resposta para o efeito a nível dos privados».

O autarca termina o seu comunicado apelando «a todos os comerciantes e à população em geral» para que «cumpram estritamente as regras da DGS, bem como as diretrizes e aconselhamentos determinados pela Câmara Municipal de Albufeira, para que, numa futura avaliação, possamos progredir».

 

 



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