Aeroporto de Faro está com menor afluência na véspera da saída da lista verde britânica

«A passagem de Portugal da lista verde para a amarela não pode acontecer desta forma, é aborrecido e mexe com os planos de vida das pessoas»

O Aeroporto de Faro registava hoje de manhã, 7 de Junho, menor afluência de turistas face ao fim de semana, com maior procura nos voos para o Reino Unido e alguns passageiros a lamentar a falta de tempo para organizar o regresso.

Depois de no sábado cerca de 10 mil turistas terem embarcado em Faro para regressar ao Reino Unido, os dez voos marcados para a manhã de hoje estavam com menor procura, mas havia, ainda assim, turistas concentrados nas zonas de ‘check-in’, constatou na Lusa no local.

Muitos dos passageiros com quem a Lusa falou eram casais com filhos, cujos voos estavam reservados para hoje, mesmo antes de conhecerem a decisão do Governo britânico em retirar Portugal da ‘lista verde’, anunciada na quinta-feira, já que as aulas são retomadas entre hoje e terça-feira, após uma pausa letiva.

É o caso de Nick Hambridge, que tinha voo para Birmingham marcado para hoje com a mulher e os três filhos, classifica como «uma loucura» que alguns turistas tenham de regressar mais cedo, considerando que é «uma tristeza» para Portugal.

O turista acredita que daqui a três semanas, quando for feita nova reavaliação, o corredor aéreo seja retomado de novo, considerando que a segurança no Algarve é «muito similar» ao que encontra no seu país, com as pessoas a usaram a máscaras no «exterior e na praia».

Também Dean Barker, na fila para embarcar rumo a Manchester, afirma ter-se sentido «100% seguro» e classifica de «estúpida» a decisão do Governo inglês, já que os turistas «entram negativos [em Portugal] e saem negativos» e «todos cumprem com as regras», usando a máscara «até quando caminham na piscina».

Numa outra fila, Wendy Taylor aguarda com o marido o voo para a mesma cidade e confessa que se sentiu «mais segura do que no Reino Unido», já que «não há quase casos no Algarve», sublinhando que estão ambos «totalmente vacinados» e que no decorrer da estadia todos cumpriram, as regras.

«Terrível, ridícula e sem sentido», refere, aludindo à decisão do Governo britânico, que deu «muito pouca antecedência» para o regresso e devia ter dado um prazo maior para os turistas regressarem ao seu país de origem, o que evitaria «cenas caóticas de regresso em massa».

A turista aproveita para enumerar o número de testes à covid-19 que teve de fazer: na Inglaterra, antes de viajar para o Algarve, e há dois dias, quando teve de se deslocar ao aeroporto para fazer o teste rápido e ter a certeza de que os resultados estariam prontos a tempo de embarcar calmamente.

Dois dias depois de o casal chegar ao Reino Unido, terá de fazer outro teste rápido.

Na fila para o regresso a Londres está Avril Hicks, com duas netas. Porém, ainda aguarda um dos resultados dos quatro testes que tiveram de fazer. «Fizemos os testes na sexta e ainda não sabemos hoje o resultado de um deles», lamenta.

A turista queixou-se da «falta de informação» e do facto de que ter tido de pagar «85 euros por cada teste», sublinhando que pouco lhe foi dito no hotel, apenas para «ver uma aplicação» e para não deixar o teste para fazer no aeroporto.

Entretanto, a filha chega com o resultado negativo e a sensação de alívio é visível nos seus olhos, mas muda quando lhe indica que poderiam ter feito o teste no aeroporto, a um custo mais baixo (30 euros) e com resultado em 40 minutos.

Sentados num banco e com um olhar apreensivo estão Olivia e o namorado, que viajavam na terça-feira para Manchester, num voo que lhes custou «menos de 25 libras», mas como ela tem de trabalhar na terça-feira, não pode «ficar a cumprir os 10 dias de isolamento em casa» e não quer «quebrar as regras».

Anteciparam a viagem para hoje num voo para Nottingham, que lhes custou «mais 800 libras», mas, menos de uma hora antes da partida, ainda aguardam o resultado do teste à covid-19, condição essencial para poderem embarcar.

«A passagem de Portugal da lista verde para a amarela não pode acontecer desta forma, é aborrecido e mexe com os planos de vida das pessoas», afirma, algo angustiada.

Ainda nas filas de check-in, Jez Dix aguarda com a família o embarque para East Midlands e afirma que o Governo britânico «deveria ter dado mais tempo aos residentes de férias no estrangeiro para regressarem» e criado «um período de dias para o fazerem já que estão todos testados».

A decisão britânica de excluir Portugal da lista verde de viagens foi tomada na quinta-feira e suscitou críticas do setor turístico, que se preparava para um aumento das reservas e da procura de turistas provenientes do Reino Unido, depois de, a 17 de Maio, o Governo britânico ter tomada a decisão contrária, abrindo as viagens com destino a Portugal.

 

 



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