A marca “Abacate do Algarve” já está a ser registada e «será tornada definitiva» a 7 de Julho, disse hoje em Faro Ana Soeiro, diretora executiva da associação Qualifica/oriGIn Portugal, que auxiliou a associação Algfuturo a criar a nova identidade oficial para este fruto.
A nova marca foi apresentada durante um evento promovido esta quarta-feira pela Algfuturo, na Biblioteca Municipal de Faro, dedicado à cultura do abacate no Algarve.
A opção por registar uma marca coletiva foi feita na impossibilidade de avançar, pelo menos para já, para um pedido de Indicação Geográfica protegida (IGP) para este fruto, uma vez que ainda não há estudos que suportem que é diferente do produzido noutros locais.
«Quando a indicação geográfica não é possível, uma arma importante ao dispor dos produtores é a marca coletiva, que é um sistema nacional, mas com reconhecimento europeu», resumiu Ana Soeiro, durante a sessão.
Este registo permite ao seu detentor, neste caso a Algfuturo, «disciplinar a produção e a comercialização».
«Para registar uma marca tem que haver um conjunto de regras. Temos que ter um caderno de especificações que estabeleça a que é que se pode chamar Abacate do Algarve», disse a responsável pela Qualifica, que também ajudou à obtenção da IGP Citrinos do Algarve.
Uma das exigências poderá ser a garantia de a que a produção tem «condições de sustentabilidade», o que implica «não delapidar água, não delapidar energia, não degradar o solo».
«O caderno de especificações, no fundo, é o espelho da soma destas exigências todas», resumiu a também vice-presidente para a Europa do movimento oriGIn, entidade responsável por atribuir na União Europeia a denominação de origem ou geográfica a produtos alimentares.
De acordo com Ana Soeiro, existe «uma grelha dos incumprimentos possíveis e das penalizações que as pessoas podem ter em caso de não cumprirem», já que, sublinhou, «tem de haver mecanismos de controlo» para garantir produtos de qualidade.
Outra vantagem é que, como a marca coletiva «funciona numa base muito próxima da IGP, serve de treino para o efetivo reconhecimento da indicação geográfica».
E como se conseguirá essa certificação? Através de estudos futuros, que poderão vir a encontrar particularidades nos abacates produzidos na região.
«Fez-se aqui um primeiro trabalho, que não está finalizado, porque pode ser sempre melhorado e há de ser sempre melhorado. E um dia, de facto, havemos de conseguir demonstrar que o abacate do Algarve ou tem uma cor ou um sabor ou um PH ou um teor de açúcar específico, por ser produzido na região», enquadrou Ana Soeiro, à margem da sessão, em declarações aos jornalistas.
«Nessa altura, caminharemos então para a indicação geográfica, sem qualquer problema», concluiu.
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