A importância da Avaliação Física e Funcional para a prática de Exercício Físico

A escolha por programas de treino personalizado tem-se revelado uma excelente opção

Em tempos de pandemia, com os ginásios portugueses encerrados e as pessoas confinadas durante muito tempo, os níveis de prática de exercício físico sofreram certamente um declínio acentuado.

Em consequência, a condição física individual e, em particular, algumas das suas componentes como a resistência cardio-respiratória, a força muscular e a mobilidade deverão ter diminuído de forma preocupante, designadamente, nas pessoas que já apresentavam elevado tempo passado em comportamentos sedentários (tempo sentado, reclinado ou deitado excetuando o tempo de sono) e reduzidos níveis de atividade física.

Ultrapassado o problema do encerramento, pelo menos até ver, torna-se imperioso alterar completamente o estilo de vida. Não deveremos assumir que é importante voltar à normalidade, pois essa normalidade era deveras preocupante em termos de saúde pública.

Diversos estudos recentes têm mostrado que uma larga maioria dos portugueses refere não praticar atividade física de forma sistemática e orientada para a obtenção de um determinado objetivo.

Exemplificando, a percentagem de portugueses que frequentam ginásios está ainda longe da média encontrada noutros países, apesar de, nos últimos anos, se ter verificado um enorme crescimento neste setor, quer no que diz respeito ao número de clubes, quer no que concerne ao número e qualidade dos profissionais de exercício físico.

Assim, para que este regresso à prática de exercício seja efetivamente seguro, é importante que os praticantes/clientes dos ginásios procurem o contexto ideal.

Deste modo, poderemos caraterizar como contexto ideal aquele em que o praticante/cliente tem, primeiramente, acesso a uma avaliação inicial física e funcional rigorosa nos mais diversos parâmetros.

Para além dos dados relacionados com a saúde e a caracterização de eventuais patologias crónicas, é imprescindível que o praticante/cliente se assegure que a sua experiência, a sua postura estática, a sua resistência cardio-respiratória, a sua força muscular, a sua mobilidade e a sua estabilidade são corretamente avaliadas.

Em segundo lugar, faz parte do contexto de excelência, o praticante/cliente ter acesso a uma prescrição de exercício adequada às suas possibilidades e necessidades. Por outras palavras, não pode ser uma prescrição qualquer! Deverá ser uma prescrição de exercício que se concretiza com base nas informações recolhidas na avaliação inicial.

Em terceiro lugar, aquando da prática do exercício físico que foi prescrito por um profissional qualificado, é determinante que o praticante/cliente se certifique que essa prática é corretamente supervisionada. Esta supervisão é decisiva para a correção de posturas incorretas, para a correção de eventuais erros de execução técnica e também para garantir elevados níveis de motivação.

Neste âmbito, a escolha por programas de treino personalizado tem-se revelado uma excelente opção. Contudo, quando um praticante/cliente não opta por este tipo de programas, as condições referentes ao contexto ideal mencionado deverão igualmente ser asseguradas.

Fazer Exercício Físico não faz bem à saúde! Fazer Exercício Físico bem feito é que faz bem à Saúde. Procure o seu contexto ideal e os profissionais mais qualificados! Bons treinos!

 

Autor: Rui Batalau é diretor do curso de Ciências do Desporto do ISMAT-Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes

 

 



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