A alfarroba agora é “cool” e sai de Faro para o mundo

Carob World inaugurou fábrica com capacidade para produzir 3 toneladas por dia de produtos de alfarroba

Foto: Nuno Costa|Sul Informação

Já foi um produto «de pobres e de animais», mas a Carob World está a transformar a alfarroba em produtos «cool e saudáveis». Seja sob a forma de farinha, tabletes de “chocolate” ou cremes para barrar, a alfarroba algarvia está já a chegar a vários pontos do globo e, na passada quinta-feira, a empresa, que começou a dar os primeiros passos em 2015, inaugurou a sua fábrica, no Rio Seco, em Faro.

O slogan da Carob World é: “This is not chocolate” (“Isto não é chocolate”), mas o produto é tão bom como se fosse e, claro, é muito mais saudável.

«Queremos proporcionar o prazer sem culpa», explicou João Currito, CEO da startup, aos convidados da cerimónia de inauguração da unidade fabril que começou a funcionar no início do ano.

 

João Currito – Foto: Nuno Costa|Sul Informação

 

Neste momento, a fábrica está a produzir «por encomenda», mas tem a capacidade para confecionar «até três toneladas por dia de produtos de alfarroba transformados», adiantou o empresário ao Sul Informação.

Para já, a Carob World está a «ganhar mercado» e há muito por onde crescer, garantiu.

Este potencial de crescimento não se restringe ao mercado nacional, até porque «temos um mercado pequeno. Portanto, quando se trabalha em inovação, pensamos num mercado global. Obviamente que nós trabalhamos e temos uma parte comercial completamente dedicada ao mercado nacional e ibérico, mas temos de olhar para o mundo. Este é claramente um produto de exportação, seja pela particularidade do produto, seja pela atratividade».

Atualmente, a Carob World exporta para 10 países dos Estados Unidos à Coreia do Sul e Singapura.

 

A fábrica, no Rio Seco – Foto: Nuno Costa|Sul Informação

 

Para já, a equipa desta startup tem 12 pessoas, seis nas operações e seis no marketing e nas vendas, uma vez que, lembrou João Currito, «criámos uma categoria de produto do zero, o que implica uma grande aposta na comunicação».

Uma equipa que é quase toda made in Universidade do Algarve, tal como a investigação que esteve na base dos produtos.

 

Foto: Nuno Costa|Sul Informação

 

Se, por enquanto, os produtos à base de alfarroba são uma novidade, no futuro, João Currito acredita que isso vai mudar. «Eu diria que daqui a 5 ou 10 anos, estes serão produtos mainstream, que estarão massificados. Tenho poucas dúvidas a relação a isso».

A concretizar-se esta previsão, vão surgir no mercado «novos players, é normal. Ainda para mais estamos a falar de indústria alimentar, onde isso é normal acontecer. Nós, como empresa, só temos de crescer para acompanhar e a nossa ideia é, que a médio prazo, quando se fala em produtos de alfarroba sejam associados à Carob World. Aí, temos que trabalhar a marca e a perceção de qualidade dos nossos produtos. É para isso que trabalhamos todos os dias», realçou.

José Apolinário, presidente da CCDR Algarve e um dos convidados para a inauguração, foi particularmente elogioso para com a Carob World, uma daquelas empresas «de que o Algarve precisa, para diversificar a base económica da região».

 

José Apolinário – Foto: Nuno Costa|Sul Informação

 

Talvez por isso, revelou, «estou há oito meses na CCDR e este projeto tem sido sempre muito acarinhado».

Rogério Bacalhau, por seu lado, lembrou o passado e o tempo do seu avô que «usava a alfarroba para dar ao macho e à mula».

Agora, destacou, «é um produto com uma panóplia de utilizações», e que sai, pela mão da Carob World, da fábrica de Faro, para o mundo.

 

 

 

 



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