Turismo: D. José Traquina sublinha «preocupações sociais» com quem trabalha no setor

Nova equipa da Obra Nacional da Pastoral do Turismo, que tomou posse, é liderada pelo padre algarvio Miguel Neto

Foto: Jorge Gomes

O presidente da Comissão da Pastoral Social e Mobilidade Humana D. José Traquina disse esta sexta-feira, 14 de Maio, numa sessão no Santuário da Nossa Senhora da Piedade (Mãe Soberana), em Loulé, que a Igreja Católica assume as «preocupações sociais» com o mundo do turismo, em particularmente relativamente às pessoas que trabalham no setor.

«Não podemos cuidar apenas da Economia financeira, mas também uma Economia social. Precisamos de cuidar das pessoas», assinalou o bispo de Santarém, num colóquio promovido em Loulé pelo Secretariado Nacional das Comunicações Socais e a Obra Nacional da Pastoral do Turismo (ONPT), da Igreja Católica.

O responsável católico observou a importância de formar os profissionais do turismo e de assegurar que sejam «devidamente remunerados».

D. José Traquina observou o desafio de acompanhar o setor, por parte da Igreja Católica, «ganhou força, em Portugal», nos anos que antecederam a pandemia, com o objetivo de promover o turismo como «encontro de culturas» e possibilitar o «acolhimento da espiritualidade presente no património artístico».

A secretária de Estado do Turismo Rita Marques interveio através de uma mensagem em vídeo, desejando «o maior sucesso» à ONPT e manifestando a «total disponibilidade» do Governo para «colaborar» neste trabalho.

A responsável sublinhou o objetivo de promover a atividade turística em todo o território nacional, valorizando «o turismo religioso».

«Portugal é um roteiro de templos» e de «festas religiosas», apontou Rita Marques, que assumiu a preocupação com o impacto «social e ambiental» do fenómeno turístico.

 

Foto: Jorge Gomes

 

Durante a sessão teve lugar a tomada de posse e apresentação da nova equipa da ONPT, para o triénio 2021-2024, sob a direção do padre Miguel Neto, da Diocese do Algarve, e na presença do anterior diretor, o padre Carlos Godinho.

O padre Miguel Neto apontou as prioridades da sua equipa, num «setor de fronteira», procurando replicar boas práticas e «comunicar» o que se pode fazer nesta área, dentro da Igreja.

O sacerdote assumiu a intenção de «estabelecer sinergias com entidades públicas e privadas» e universidades, para potenciar atividades turísticas que ajudem, também, à «sustentabilidade» das comunidades católicas.

A equipa propõe-se divulgar o património religioso nas plataformas digitais, promover as jornadas da ONPT e participar na próxima edição internacional da Jornada Mundial da Juventude, que decorre em Lisboa, no Verão de 2023.

O diretor da Obra Nacional da Pastoral do Turismo manifestou a disponibilidade do organismo para ajudar a “criar uma rede de igrejas preparadas para visitas turísticas”.

No debate sobre os desafios da era pós-pandemia no turismo, Margarida Franca, membro da equipa da ONPT, realçou que, para a Igreja Católica é «profundamente essencial mostrar a sua mensagem, a sua verdade, o seu sentido de pertença» a quem a visita.

A especialista destacou que «um turista nunca é só turista por motivos religiosos», mas dentro de uma igreja, «o turista católico é diferente de um turista ateu».

 

Foto: Jorge Gomes

 

Para Margarida Franca, valorizar o património material e imaterial é «um desafio incrível» para os responsáveis católicos e exige o «envolvimento das comunidades».

Alexandra Rodrigues Gonçalves, diretora da Escola Superior de Gestão Hotelaria e Turismo do Algarve, falou do «momento muito complicado» que se vive na região perante a «maior crise mundial» dos tempos modernos, que afetou a forma de viver, de trabalhar, de viajar e de socializar.

«Toda a nossa vida se transformou sem igual», apontou.

Segundo a responsável, existe neste setor «um contributo que a Igreja pode dar», em conjunto com as entidades turísticas, para um novo começo, no pós-pandemia, em particular junto das populações mais vulneráveis.

«Fazer melhor significa olhar para a fragilidade, para a desconfiança» que está instalada na sociedade, assinalou.

A sessão decorreu com participação presencial, no Santuário da Mãe Soberana, em Loulé (Diocese do Algarve), e por videoconferência.

 



 

Fotos: Jorge Gomes

 

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