Empresários do Algarve não aguentam «mais um Verão como o de 2020»

«Numa região tão diferente do resto do país, precisamos de uma resposta, por parte do Governo, com medidas diferentes»

Os empresários do Algarve «não aguentam mais um Verão como o de 2020». Este foi o resultado de um inquérito feito pela ACRAL – Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve aos seus associados. 

Face à atual conjuntura, 88% das empresas «responderam que foram gravemente afetadas com prejuízos acumulados nos últimos meses, avaliando ainda a situação das suas empresas como muito má».

«Considerando o ano de 2020 onde se registaram elevadas quebras nas receitas, registou-se, em 2021, um agravamento da situação para 70% dos inquiridos. A acentuada quebra das receitas deve-se à baixa procura de produtos/serviços após o confinamento atendendo à drástica descida da procura», acrescenta.

Nos próximos 12 meses, «72% dos inquiridos não preveem qualquer tipo de melhoria». De resto, «os empresários tiveram de adotar medidas como a redução de custos e investimentos adiados/cancelados, sendo uma das maiores consequências o aumento da taxa de despedimento».

Segundo a ACRAL, «conclui-se que cerca 66,7% dos inquiridos correspondem a empresas da qual o comércio é a atividade principal, 16% dizem respeito aos Serviços e 16% à Hotelaria/Restauração, sendo que 92 % representam microempresas (empresas com menos de 10 colaboradores)».

Em relação às restrições decretadas pelo Governo, «97% dos inquiridos concordam com as medidas impostas ao nível da saúde. Contudo, os seus estabelecimentos foram seriamente prejudicados com as restrições aplicadas nos seus setores de atividade e, apesar de uma grande percentagem ter conhecimento dos apoios disponibilizados pelo Governo e ter aderido, 94% considera que os apoios do Estado não são correspondentes às necessidades».

Ainda: «73% dos inquiridos estimam que o Verão deste ano será igual ou pior do que o Verão do ano passado. Os empresários algarvios revelam estar receosos e com grande incerteza perante o futuro que se aproxima, cerca de 68% prevê que a retoma da economia não se efetive antes de 2023».

Paulo Alentejano, presidente da ACRAL, afirma que, se, «porventura, o Verão deste ano for igual ou pior ao de 2020, a época de Inverno pode ser extremamente dramática para o futuro da sustentabilidade das empresas do Algarve».

«Numa região tão diferente do resto do país, precisamos de uma resposta, por parte do Governo, com medidas diferentes, para garantir a sobrevivência do tecido empresarial algarvio e evitar ao limite, uma crise social no Algarve», acrescenta.

Face à situação insustentável que os empresários atualmente atravessam, a ACRAL decidiu desafiar as autarquias para a criação de um gabinete local de apoio aos empresários, denominado “Gabinete SOS Empresas”, cujo projeto foi acolhido muito positivamente pela maioria das autarquias.

No concelho de Faro já foi aberto o primeiro “Gabinete SOS Empresas”. O atendimento será efetuado presencialmente na loja “Faro. Somos Todos”, mediante marcação prévia. Para efetuar marcação ou para mais informações: [email protected] | 919 195 563.

 



Comentários

pub