Em Maio, há uma superlua e uma chuva de estrelas

Também haverá um eclipse lunar…mas não será visível em Portugal

O quarto minguante sinaliza o início da terceira noite deste mês. Entre a madrugada dessa segunda-feira e a madrugada de dia 5, iremos ver como a Lua se terá deslocado da direita do planeta Saturno até situar-se ligeiramente abaixo do planeta Júpiter.

Nesta altura do ano, o nosso planeta volta a cruzar-se com o rasto de poeiras e pequenas rochas que o cometa Halley foi libertando ao longo do seu percurso pelo Sistema Solar.

Ao caírem no nosso planeta, muitos destes pequenos corpos parecer-nos-ão estrelas que surgem da vizinhança da estrela Eta da constelação do Aquário, daí chamarmos a este evento chuva de estrelas Eta Aquáridas. O pico de atividade desta chuva de meteoros irá ocorrer no dia 6.

 

O céu a sudeste pelas cinco horas da madrugada de dia 6. Igualmente é visível a posição da Lua na madrugada de dia 3 (imagens adaptadas de Stellarium)

 

Embora na fase de maior atividade pudessem chegar a ser vistas no nosso hemisfério até três dezenas de meteoros por hora, a presença do quarto minguante e as fontes de poluição luminosa cada vez mais omnipresentes irão reduzir dramaticamente o número de objetos que chegaremos a ver.

Dia 11, terá lugar a Lua Nova. Um dia depois, iremos ver o nosso satélite natural a pôr-se ao lado do planeta Vénus. Passado mais um dia, a Lua já terá chegado até junto de Mercúrio. Este último planeta atingirá a sua maior elongação (afastamento relativamente ao Sol) para leste no dia 17.

De igual modo, entre as noites de dia 15 e 16, iremos ver a Lua deslocar-se da direita para a esquerda de Marte, planeta que se encontra atualmente junto à constelação dos Gémeos.

A seu turno, no início da noite de dia 19, terá lugar o quarto crescente junto à constelação do do Leão.

 

O céu a oeste ao anoitecer de dia 13. Igualmente é visível a posição da Lua nos dias 15, 16 e 19 e dos planetas Mercúrio, Vénus e Marte no dia 29. (imagens adaptadas de Stellarium)

 

Já a Lua Cheia irá ocorrer ao final da manhã de dia 26. Por acontecer com poucas horas de diferença relativamente à sua chegada ao perigeu (ponto da órbita mais próximo da Terra) fará com que se trate de uma superlua cheia.

Igualmente por nesta altura a Lua estar na direção diametralmente oposta à do Sol, cruzando-se com a umbra terrestre (região da sombra onde toda o Sol é tapado) dará origem a um eclipse lunar total. Infelizmente, dada a hora, este eclipse não será observado no nosso país

No último sábado do mês (dia 29), dar-se-á a conjugação (maior aproximação) dos planetas Mercúrio e Vénus junto à ponta dos chifres da constelação do Touro. Nesta altura, os dois planetas ficarão a pouco menos de meio grau (a largura da Lua) um do outro.

Seguramente haverá quem ganhe a vida a imaginar consequências para tal género de eventos, mas estes não têm mais nenhuma implicação para além de nos darem uma boa desculpa para observar o céu.

Dia 31, a Lua voltará a ser vista ao lado de Saturno. Mas como, ao longo do mês, o Sol e estes dois astros se foram deslocando no céu, esta efeméride já não coincidirá com o quarto minguante.

Boas observações!

 

Autor: Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC e DF-FCTUC)

 



Comentários

pub