Alunos da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve (EHTA) inventaram as “pescaliças”, chouriças feitas com peixe de aquacultura, um produto que visa responder «à tendência atual de procura de uma alimentação mais saudável e sustentável, sem perder a ligação à tradição».
Este novo enchido nasceu no módulo de Tecnologias das Matérias-Primas em Cozinha, «no qual o formador Abílio Guerreiro introduziu a componente de inovação em Charcutaria e na defumação de carne e peixe», segundo a EHTA.
Uma parceria entre esta escola e o IPMA, que permitiu o fornecimento regular de várias espécies de peixe provenientes de aquacultura, «permitiu que os próprios alunos do curso de Gestão e Produção de Cozinha realizassem os ensaios até obterem a confeção certa».
«Inovar e criar novos produtos é perceber a tecnologia alimentar, de forma a fomentar novos usos e técnicas, para desenvolver produtos adaptados às necessidades e tendências do mercado alimentar, sem nunca perder a identidade da gastronomia e sabores tradicionais», realçou Abílio Guerreiro.
«Acredito que a alimentação sustentável apresenta um crescimento visível no mercado, o que torna estes produtos, do ponto de vista económico, atrativos e viáveis. Portanto, quanto maior for o conhecimento do aluno e futuro cozinheiro na transformação e origem dos produtos alimentares, maior será o seu desempenho no desenho de uma carta de um restaurante e maior valor agregará ao seu potencial profissional», acrescentou.
«Agora, as “pescaliças” são uma excelente forma de aproveitamento do peixe disponível, resultando num produto mais saudável, mas sem perder os sabores associados à charcutaria e alimentação tradicional», enquadrou a escola.
«Com a tradicional muxama algarvia a correr o risco de se perder, estes enchidos de peixe, muito similares mas mais tenros e com um especial sabor de fumeiro, poderão tornar-se produtos de referência da gastronomia do Algarve», concluiu a EHTA.
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