Uma “Albufeira Safe” e planos para o futuro encerram a Albufeira Summit

Evento durou três dias e terminou hoje

A campanha “Albufeira Safe” esteve em destaque na sessão final do Albufeira Summit, um evento que juntou neste concelho algarvio especialistas e responsáveis por áreas diversas, nacionais e locais, nos últimos três dias, para refletir sobre o futuro do município.

Este sábado, o último dia desta cimeira, que começou na quinta-feira, o momento principal foi a apresentação desta campanha desenhada por José Carlos Rolo, «para um verão mais seguro já neste ano, mediante o recurso às novas tecnologias, uma comunicação nacional e internacional e promovendo continuamente a segurança, a par de uma testagem em massa a residentes e turistas», segundo a Câmara de Albufeira.

Délio Pescada, chefe do Gabinete do Presidente, deu a conhecer a “Albufeira Safe”, que passa pela criação de uma aplicação «com informações atinentes ao uso da máscara, distâncias, limites de grupo, localização do comércio, o acesso e as regras de permanência nas praias».

Com esta campanha, «Albufeira dá passos para garantir um turismo em ambiente seguro e onde os riscos são minimizados», acredita Délio Pescada.

O slogan desta iniciativa, “Albufeira – sinta-se em casa”, vai ser “espalhado” em outdoors, mupis e multibancos em todo o país, mas também comunicado «aos operadores turísticos na língua dos países emissores».

Esta garantia de segurança vai passar por uma «testagem em massa de forma gratuita a residentes e turistas, como emissão de comprovativo» e a colocação de dispensadores de álcool gel em todos os estabelecimentos do concelho. Délio Pescada aproveitou para pedir «que todos passem a colocar esta informação nos estabelecimentos hoteleiros e comerciais, nomeadamente as agências de viagem».

Antes, já se tinha refletido sobre mais três grandes temas: “Transição Climática”, “Transição Digital” e “Algarve 2030”.

Para fazer o enquadramento da temática da transição climática foi convidado Pedro Coelho, diretor regional da Administração Regional Hidrográfica do Algarve, cuja intervenção teve como mote “A Água é Vida, Território e Turismo”.

Além de fazer um enquadramento da situação da situação, ao nível dos recursos hídricos e de falar do Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve e das suas metas, este responsável falou da redução ou eliminação de cargas poluentes que afetam os ecossistemas.

O objetivo «passa por melhorar continuamente a qualidade das águas subterrâneas e das águas superficiais até ao final da década,  até aos 100%», segundo autarquia.

Pedro Coelho aproveitou para destacar que Albufeira tem na zona de Paderne um aquífero importante que é preciso preservar. No que respeita à Reabilitação Fluvial, sublinhou a urgência de acelerar a erradicação de espécies exóticas invasoras existentes nas ribeiras, com vantagens significativas na melhoria dos ecossistemas e da qualidade da água.

Já no que às inundações diz respeito, Pedro Coelho salientou que «o Plano Geral de Drenagem de Albufeira é um excelente exemplo» da prevenção que é necessário fazer.

Francisco Ferreira, presidente da Zero, que foi convidado para moderar a mesa redonda que se seguiu, aproveitou para falar na necessidade de uma transição «justa, que garanta uma sólida sustentabilidade».

«Temos tratado o planeta como esgoto e uma das consequências imediatas, na área da saúde é a morte de 6 mil pessoas por ano, só em Portugal», afirmou.

Este debate contou ainda com os contributos de Susana Escária, técnica da Direção Geral de Ambiente, e de Luís Domingos Costa, administrador da Get2c.

 

 

Para falar da transição digital, foram convidados Tiago Cortez, gestor dos Projetos Especiais Cofina, Rui Pedro Pinto, gestor da Inovação – Hub Lisbon Azambuja e Miguel de Castro Neto, da Universidade Nova de Lisboa.

Tiago Cortez apresentou Prémio nacional de Sustentabilidade, aberto a todos os empresários, desafiando os donos de negócios a começar a pensar em ter «profissionais em sustentabilidade, melhores salários e não esquecer que o talento migra».

Rui Pedro Pinto, por seu lado, «desafiou Albufeira a criar um Centro de Competências para o Turismo, apostando no Turismo 4.0 e que a criptografia quântica é uma das formas seguras de apostar no digital».

«A cidade como plataforma» foi o tema dominante da intervenção de Miguel de Castro Neto a propósito da transição digital. «Os dados são o petróleo do séc. XXI e têm que ser refinados para uma tomada de decisão e consequente condução à ação. São um recurso renovável e há que tirar partido dos mesmos para alterar a realidade», realçou.

Miguel de Castro Neto destacou que «a transição digital é vista como a aquisição de tecnologia para modernizar processos, tornando-os mais eficientes. Mas a transição digital cria condições para pensarmos de modo diferente para tirar partido de diversas possibilidades».

 

 

Antes da sessão final, José Apolinário, presidente da CCDR do Algarve, apresentou o Programa Algarve 2030, enquadrando Albufeira no âmbito dos desafios regionais.

«Albufeira tem das melhores praias do mundo, os melhores equipamentos ligados ao Turismo, mas enfrenta enormes desafios: 33 400 desempregados, sendo que 52% se encontram no eixo entre Albufeira e Portimão, a necessidade de promover a diversificação da base económica da região e as respostas na área do Turismo».

O tema do desemprego já havia, de resto, sido discutido no segundo dia da cimeira, como o Sul Informação deu conta.

No próximo Quadro Comunitário de Apoio, o Programa Operacional do Algarve deverá gerir 600 milhões de euros, «sendo que 300 milhões estão destinados a impulsionar a competitividade, o crescimento e a criação de emprego na região».

No âmbito do PRR, “a chamada bazuca”, programa de abrangência nacional, José Apolinário referiu que a CCDR está a estabelecer acordos com os municípios com vista a dinamizar as candidaturas, bem como com o setor privado e as Universidades.

«Trata-se de uma estratégia concertada para melhor aproveitar os fundos disponíveis para o desenvolvimento da região. Entre as respostas que consideramos prioritárias destacamos a construção do Hospital Central do Algarve, a Conetividade e Transição Digital e o Plano de Eficiência Hídrica», disse.
Como grandes desafios e oportunidades para “Albufeira como Embaixadora do Turismo”, o presidente da CCDR identificou quatro grandes áreas: Território; Competitividade, Pessoas e Sustentabilidade.

Na sessão de encerramento, Paulo Freitas, presidente da Assembleia Municipal , sublinhou que é com as pessoas «que se contrói o futuro e não se pode pensar apenas nos que nos visitam, mas também nos que cá vivem», para se evitar «um gap entre o que queremos e o que somos».

José Carlos Rolo, presidente da Câmara, encerrou o evento garantindo que este «suplantou as expetativas» e que se encontra agora «mais motivado e seguro no que concerne aos investimentos de futuro para Albufeira».

 

 



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