Surto na construção civil em Portimão já foi responsável por 153 casos de Covid-19

Também em Albufeira surtos no setor já foram responsáveis por cerca de 100 infeções

O surto de Covid-19, em Portimão, relacionado com a construção civil, já foi responsável por 153 casos de infeção, revelou, esta segunda-feira, 12 de Abril, Ana Cristina Guerreiro, delegada de Saúde regional, em conferência de imprensa.

A responsável adiantou que este surto «começou com familiares de trabalhadores que, por sua vez, não olham muito para si próprios. Estão habituados a trabalhar mesmo que não se sintam muito bem. Isto levou a que, quando foi detetado o surto, já existissem vários casos».

Os casos foram surgindo e, explicou Ana Cristina Guerreiro, «dentro deste surto, temos depois outros clusters, ou seja, pequenos focos que se desenvolveram em determinados setores, nomeadamente numa creche, num jardim de infância, na Escola Major David Neto e noutros locais».

Como o Sul Informação deu conta, houve também «um surto grande de uma padaria que acabou por ser responsável por dois clusters, um no Centro Paroquial da Mexilhoeira Grande e num jardim de infância, no concelho de Lagoa. Este surto da padaria teve 62 casos».

 

Ana Cristina Guerreiro

 

Para tentar controlar a propagação do vírus no concelho de Portimão, realçou Ana Cristina Guerreiro, «foram feitas visitas aos estaleiros das obras e foram feitos muitos testes. A Câmara Municipal também fez uma ampla testagem, juntamente com a Cruz Vermelha e o ABC. No total, foram feitos mais de 5 mil».

Neste momento, adiantou a delegada de Saúde, «o que acontece é que os novos casos positivos, na sua grande maioria, já estão em isolamento e a situação vai ficando cada vez mais controlada».

Também em Albufeira houve surtos relacionados com o setor da construção civil, que já foram responsáveis por cerca de 100 casos. Nos últimos dias, continuam a surgir infeções, mas de pessoas que «já estariam em isolamento».

Neste caso, a propagação do vírus aconteceu em famílias «com muitos elementos, o que envolveu um número significativo de pessoas, incluindo crianças».

Os surtos na construção civil, enquadrou ainda Ana Cristina Guerreiro, têm «uma particularidade que pode ter ajudado à disseminação. Muitos destes trabalhadores são estrangeiros, mas vivem com a família, são pessoas que estão inseridas na sociedade. Por isso, as mulheres trabalham noutros locais e os filhos frequentam escolas, o que ajuda a essa disseminação», concluiu.

 

 



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