Ministra não tem dúvidas de que Geoparque Algarvensis é «projeto vencedor»

Escultura gigante, de 10 metros, que representa o Metoposaurus Algarvensis, é o primeiro marco físico do Geoparque

Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, não tem dúvidas de que o aspirante a Geoparque Mundial da UNESCO Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira é um projeto «vencedor». A governante participou, esta sexta-feira, 23 de Abril, na inauguração do primeiro marco físico desta iniciativa – uma escultura numa rotunda em Salir – e saiu do Algarve com a ideia de que este é o «projeto certo» para o interior da região.

Foi um dia praticamente todo dedicado a este projeto, com passagens de Ana Abrunhosa também por São Bartolomeu de Messines (Silves) para a entrega dos prémios aos participantes no Concurso Escolar “Alterações climáticas: desafios e soluções”, no território do aspirante Geoparque Algarvensis, e ainda por Querença, onde assistiu, na Fundação Manuel Viegas Guerreiro, a uma apresentação sobre o Geoparque.

Mas o ponto alto aconteceu em Salir, onde nasceu o primeiro símbolo deste grande projeto que é o aspirante a Geoparque – e que encantou Ana Abrunhosa.

Na rotunda entre a Estrada Municipal 525 e a Estrada Nacional 124, perto de uma das entradas para a vila, Pedro Cabral Santo e Nuno Esteves da Silva conceberam uma escultura gigante, de 10 metros, que representa o Metoposaurus Algarvensis (um anfíbio semelhante a uma salamandra gigante), cujos fósseis foram descobertos na zona da Penina.

 

 

Pedro Cabral Santo explicou que a grande inspiração para a escultura foi, com efeito, esta «salamandra pré-histórica».

«Como em todos os processos criativos, houve uma pesquisa até chegarmos a uma forma que nos satisfez porque toda a arte deve ter esse princípio de interrogação», acrescentou.

A escultura, feita de betão, é imponente tanto pelos seus 10 metros de altura, como pela cor usada: o vermelho, «associado ao grés de Silves».

Já na sessão de apresentação do aspirante Geoparque Algarvensis, a ministra Ana Abrunhosa falou de «uma obra provocadora» que é como que o primeiro marco físico de um projeto que envolve três municípios: Loulé, Silves e Albufeira.

Mas o trabalho, esse, já começou, pelo menos, desde 2019. Por enquanto, além de um site, já há um vídeo promocional e vários geossítios identificados, como a jazida do Metoposaurus, a Rocha da Pena, o Planalto do Escarpão ou os Megalipiás da Varjota.

Além disto, também já foram definidos os percursos do Cadoiço e dos Megalapiás, foi criado um conselho científico e assinado um protocolo com a cooperativa QRER.

 

 

De acordo com Cristina Veiga Pires, coordenadora do projeto, a candidatura à UNESCO será efetivada em 2023, mas, para este ano, há a intenção de criar já a associação do aspirante a Geoparque.

Acima de tudo, esta é uma iniciativa «quer envolver as pessoas», como explicou Rosa Palma, presidente da Câmara de Silves.

«Neste território está cá tudo. Tudo. E estão as pessoas que são o mais importante», disse, usando uma metáfora que assenta que nem uma luva no projeto: «meter as rochas a falar».

Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, também não escondeu o seu entusiasmo perante «este diamante que temos em mãos».

«Esta é a maior oportunidade das últimas décadas para desenvolver o interior do Algarve, fazendo com que as pessoas também o visitem», considerou.

É que o projeto do aspirante a Geoparque tem o condão de querer potenciar, através do património geológico, natural, mas também imaterial, o interior de três concelhos (Loulé, Silves e Albufeira), marcado pela quebra demográfica.

Não é admirar, portanto, que José Carlos Rolo, presidente da Câmara de Albufeira, tenha dito que este é «um projeto muito sério». «Não é nenhuma brincadeira e tem sido um trabalho árduo, mas muito interessante», vincou.

 

 

Do que viu, Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, ficou com uma certeza: este é «um projeto vencedor».

Em declarações ao Sul Informação, a governante saudou o facto de «três municípios, de cores políticas distintas (PS, PSD e CDU), colocarem o interesse da população à frente de qualquer luta partidária e, a partir deste valor extraordinário dado pela natureza, construir uma estratégia de desenvolvimento sustentável».

«Percebi que está a ser feito um trabalho muito sério, também com a Universidade do Algarve, porque a construção de uma candidatura de um Geoparque exige que se olhe de forma diferente para aquilo que o território já tem, produzir informação e conhecimento que tem de ser passado», acrescentou.

Para a governante, o projeto do Geoparque é a «estratégia certa para aquilo que são hoje os desafios do desenvolvimento, num Algarve interior que precisa de uma estratégia diferente».

E Ana Abrunhosa até já antecipa um fim glorioso: «não tenho duvidas de que vamos celebrar, daqui a uns anos, o Geoparque Algarvensis com muita alegria».

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

 

 

 

 



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