Loulé lança Cancioneiro Popular para dar a conhecer 65 dos seus poetas

Obra foi apresentada ontem, em Loulé

65 poetas, das nove freguesias louletanas, estão representados no “Cancioneiro Popular de Concelho de Loulé”, que foi apresentado esta sexta-feira, dia 23 de Abril, no Palácio Gama Lobo.

Esta obra, «reúne o trabalho de 65 poetas das 9 freguesias deste município, em 5 volumes, num total de mais de 2 mil páginas», ilustrou a Câmara de Loulé.

O cancioneiro «nasce de uma parceria entre a autarquia e a Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve, que começou ainda antes da pandemia, o que não inviabilizou o processo.

O livro foi lançado numa cerimónia que contou com várias personalidades ligadas às letras e à vida cultural louletana, «com destaque para a escritora Lídia Jorge e Guilherme D’Oliveira Martins», bem como com Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial.

Na sessão, João Minho Marques, o docente que coordenou a obra salientou a «diversidade e riqueza» dos temas abordados nos trabalhos que compõem o livro, que vão «desde memórias de costumes bastante antigos, passando pelo registo de impressão da paisagem de há mais de meio século, até imagens de uma topografia que importa preservar, apesar de alterada pela imutável marcha do progresso».

Esta recolha antológica visa «preservar a memória do povo louletano», num concelho onde o «cancioneiro faz sentido e é atual», considerou  Guilherme D’Oliveira Martins, administrador executivo da Fundação Calouste Gulbenkian, numa referência, desde logo, a António Aleixo, «o maior poeta popular português», mas também a Casimiro de Brito, Lídia Jorge e «ao papel de Maria Aliete Galhoz na preservação do património oral».

Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, salientou o «sentimento de dever cumprido» com o lançamento desta obra.

«Faltava honrar esta tradição cultural tão viva e mantida ao longo dos anos pelo povo genuíno. Traduz a obra do povo, os seus saberes ancestrais, enriquece-nos com sensibilidades, atravessa os séculos e é tão importante», acrescentou.

A ministra Ana Abrunhosa, por seu lado, falou do «contributo inestimável de Loulé» para a valorização do papel da história e da cultura na educação.

«O registo escrito num cancioneiro é, de facto, muito importante para não perdermos este património tão valioso», afirmou, sublinhando a componente identitária deste ato. «É um trabalho para o presente, mas para que ficará para a posterioridade, destinado a preservar e a promover o nosso património cultural e aquilo que é muito importante para a coesão e para o desenvolvimento da nossa identidade».
Já Nuno Bicho, diretor da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve, enalteceu o «empenho efetivo» da Câmara Municipal de Loulé que tem possibilitado à Universidade o envolvimento no conjunto do trabalho ao nível «da nossa ciência, da nossa cultura e do nosso património».

 

 



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