Interior do Algarve vai ter 11 novos espaços de coworking integrados em rede nacional

Ministra da Coesão Territorial esteve em Santa Catarina da Fonte do Bispo para assinar acordos com onze municípios algarvios

A ministra Ana Abrunhosa, com Ana Paula Martins, Madalena Feu e António Pina – Foto: Rúben Bento | Sul Informação

«Trabalhar a partir de Tavira, do Algarve, para qualquer parte do mundo, tornou-se, não só desejável, como necessário. E trabalhar de forma não presencial, como todos fizemos durante a pandemia e à distância, tornou-se uma nova realidade que vai deixar as suas marcas na forma como trabalhamos e como nos relacionamos», disse a ministra da Coesão Territorial, esta terça-feira, em Santa Catarina da Fonte do Bispo.

Ana Abrunhosa falava durante a assinatura de Acordos de Cooperação para a criação da rede nacional de espaços de coworking no interior, que decorreu no Museu Zer0, situado naquela localidade do interior do concelho de Tavira.

Nesta primeira fase da rede, vão ser abertos, até ao final de Junho próximo, 53 espaços em outros tantos municípios: 11 no Algarve, três no Alentejo, 16 na região Norte e 23 no Centro. A lista de locais exatos não foi ainda divulgada.

António Miguel Pina, presidente da Câmara de Olhão e da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), também presente na cerimónia, salientou que «estes 11 pontos de coworking na região algarvia, que representam 20% dos 53 a nível nacional, mostram bem a união dos municípios algarvios no desenvolvimento do seu interior».

Por seu lado, Ana Paula Martins, presidente da Câmara de Tavira, anfitriã da cerimónia de assinatura dos acordos, disse que, «da parte do município, o interior mereceu sempre a nossa máxima atenção». «Criar estas áreas será o ponto de partida importante para melhorarmos a fixação de pessoas no interior e reduzir as assimetrias», acrescentou a autarca tavirense.

Os 11 espaços de coworking no Algarve vão situar-se nos concelhos de Albufeira, Alcoutim, Castro Marim, Faro, Loulé, Monchique, Olhão, Portimão, São Brás de Alportel, Silves e Tavira, municípios cujos autarcas ou outros representantes estiveram em Santa Catarina da Fonte do Bispo para assinar os acordos.

 

A ministra Ana Abrunhosa – Foto: Rúben Bento | Sul Informação

 

A ministra Ana Abrunhosa acrescentou que muitos desses espaços de coworking «estão já totalmente operacionais, outros em fase de operacionalização». A meta é que «em Junho tenhamos 40 espaços totalmente operacionais no país, ou seja, totalmente equipados com banda larga, com mobiliário e com equipamento», acrescentou a ministra.

Os espaços serão disponibilizados pelas autarquias e terão ao seu dispor equipamentos eletrónicos (computadores, impressoras e acesso à internet), estarão totalmente mobilados e vão ser divididos em áreas de diferentes tipologias, de forma a disporem de bancadas livres para variados períodos de ocupação, zonas privadas para videochamadas, áreas para reuniões e locais para a realização de apresentações ou ações de formação.

Estes coworkings irão localizar-se em espaços centrais, próximos de serviços, de espaços culturais ou destinados à prática de desportos, visando assim incluir o máximo possível de pessoas que os queiram utilizar.

Estes espaços, explicou a governante, serão «abertos a quem lá queira trabalhar, seja qual for a entidade patronal, incluindo o Estado», fazendo com que todos beneficiem desta rede, não só as pessoas que estarão em teletrabalho, mas também os produtores e trabalhadores locais.

As Câmaras Municipais serão responsáveis pela sua divulgação, através da publicação de fotografias ou vídeos nas suas páginas ou redes sociais, permitindo a realização de visitas virtuais por parte de eventuais interessados, bem como divulgar toda a informação relativa às características do espaço, condições de utilização, calendário anual, horário de utilização e custo associado.

«O teletrabalho, com as suas vicissitudes, já era apontado como o caminho para a evolução do mercado de trabalho, tendo a pandemia acelerado esse caminho. Empresas que, muitas vezes, se questionavam se conseguiam organizar-se desta forma, tiveram de o fazer em dias», salientou a ministra da Coesão Territorial.

 

Ana Paula Martins, presidente da Câmara de Tavira – Foto: Rúben Bento | Sul Informação

 

Ana Paula Martins, presidente da Câmara de Tavira, acrescentou que «a pandemia abriu-nos a perspetiva de que o teletrabalho poderá ser uma nova forma de trabalhar, onde poderemos encontrar algumas vantagens».

A rede nacional de espaços de coworking “Teletrabalho no Interior. Vida Local, Trabalho Global” é uma iniciativa dos Ministérios da Coesão Territorial e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social que vai contar na região algarvia com 11 espaços dedicados ao teletrabalho.

Nesta assinatura de acordos da primeira fase, marcaram ainda presença a ministra do Trabalho Ana Mendes Godinho (através de vídeo), a secretária de Estado da Valorização do Interior, bem como José Apolinário, presidente da CCDR Algarve, a vice-presidente Elsa Cordeiro, e ainda Madalena Feu, delegada regional do Instituto de Emprego e Formação Profissional, e Paulo Teixeira Pinto, fundador e principal responsável pelo Museu Zer0.

O teletrabalho e o coworking assumem particular importância para os territórios do interior na redução da assimetria geográfica de ofertas profissionais, democratizando as oportunidades entre as regiões de elevada e as de menor densidade populacional.

A rede, alinhada com os objetivos do Programa de Valorização do Interior, pretende ainda incentivar a fixação de pessoas nestas zonas menos povoadas do país, promovendo assim a partilha de experiências e ideias entre trabalhadores de vários contextos e origens pois, «estes espaços têm de propiciar o convívio entre as pessoas que lá estão, pessoas de diferentes formações, porque daí vão sempre resultar projetos e ideias», concluiu a ministra.

 

Fotos: Rúben Bento | Sul Informação

 

 



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