20% dos desempregados do Algarve são de Albufeira

Maioria das pessoas desempregadas são mulheres

Foto: Elisabete Rodrigues|Sul Informação

20% dos desempregados registados no Algarve são do concelho de Albufeira. Esta foi uma das revelações feitas, esta sexta-feira, por Madalena Feu, delegada regional do IEFP, no Albufeira Summit, num painel dedicado a emprego e a empreendedorismo.

A responsável realçou que, em Fevereiro, dos 33459 desempregados do Algarve, 6658 eram do concelho do Albufeira, o que, «em termos de peso na região, corresponde a 20%. É bastante significativo», enalteceu.

A maioria das pessoas desempregadas em Albufeira são mulheres (53,8%), sendo que «o grosso dos inscritos» está à procura de um novo emprego e ficou desempregado no último ano.

Segundo a delegada do IEFP, «a grande maioria destes desempregados foi afetada pela suspensão da atividade turística», sendo que o concelho de Albufeira foi o único em que o número de pessoas inscritas à procura de emprego superou aquele que foi registado na crise de 2012/2013.

 

Nuno Costa|Foto de Arquivo

Madalena Feu explica que «toda a atividade turística está parada. O concelho de Albufeira foi o mais fustigado por esta crise pandémica que, agora, se transformou em crise social e económica».

Ainda assim, a responsável espera que o Verão possa trazer algum alívio às famílias. «No ano passado, o Verão teve um dinamismo maior do que o expectável e esperamos que, este ano, venha a acontecer o mesmo».

Há ainda um pormenor sobre o concelho de Albufeira que foi realçado por Madalena Feu: é que «há um número muito elevado de estrangeiros inscritos. Albufeira é o concelho que tem mais desempregados estrangeiros, são 40%. Isto é muito e permite definir estratégias mais ajustadas à sua integração».

Para a delegada do IEFP, este Albufeira Summit pode ser um «ponto de partida para o que se pode fazer a médio e longo prazo no concelho», sendo que a presença do instituto será reforçada, em breve, com a construção do polo de formação profissional, nas Ferreiras.

Este equipamento será mais vocacionado para a área do Turismo, «porque essa é a nossa principal riqueza», mas também terá objetivos de formar pessoas na área da «transição digital» e de promover a aprendizagem longo da vida.

A crise afetou particularmente o concelho de Albufeira devido à quebra no setor turístico. Por isso, Madalena Feu considera que deve ser promovida uma «diversificação da economia local e da oferta turística, promovendo também o interior do concelho».

«A economia local tem potencial de crescimento, nomeadamente no turismo de Natureza, no artesanato, gastronomia, jardinagem, floricultura, agroalimentares, TIC, indústrias criativas, ambiente economia verde e ainda a fileira da extração de pedra, recorrendo à zona do Escarpão».

Mas não se falou apenas de desemprego. Também os empresários tiveram uma palavra a dizer sobre o presente e o futuro de Albufeira.

Ricardo Mariano, CEO da Timing, destacou um problema que, não é exclusivo deste concelho, mas também o afeta: os salários baixos.

«Esse é um problema, as pessoas acabam por procurar trabalho noutros países, noutras regiões ou noutras áreas. Muito do talento anda aí, mas noutros setores».

Por seu lado, Pedro Bastos, da empresa Nutrifresco, falou do seu exemplo de empreendedorismo e de adaptação à pandemia. «Abrimos uma nova área de negócio, passando a disponibilizar o nosso serviço de entrega de peixe ao cliente final. Foi uma nova área que descobrimos, antes vendíamos para revendedores, ou para chefs. E, se não fosse a pandemia, não teríamos entrado neste novo mercado».

Isto permitiu «reter emprego e readmitir pessoas que tínhamos dispensado. Acabou por ser um projeto interessante».

Neste painel, participou ainda Nuno Palma, do Grupo Florival Palma, que defendeu uma alteração necessária para o concelho de Albufeira.

«Uma cidade não pode fechar as portas de Inverno. Se calhar, não pode também ter tudo aberto, mas dá para fazer alguma coisa neste período. Abrir 50% dos negócios não é suficente. Deve haver restauração a funcionar, entretenimento e uma ação integrada. Há bons exemplos como o da Madeira. Isto faz-se envolvendo entidades públicas, com um plano de eventos semanal. Se quisermos vender no Inverno, temos que criar conteúdos e coisas para as pessoas vierem cá no Inverno», sentenciou.

 

 

 



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