«Vamos esperar uma boa notícia»: GNR mobiliza 210 homens para buscas de idosa

Idosa desapareceu já há mais de uma semana

Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

«Organização! Vamos lá, camaradas! Em frente!». A vegetação é densa, o terreno bastante inclinado, mas nada impede os militares da GNR de avançarem. A Fonte Férrea, de onde partiram, já ficou para trás e a Cova da Muda (São Brás de Alportel) vê-se do alto do cerro. É nesta zona de mato denso que se acredita que Adelina Viegas, de 93 anos, tenha desaparecido já na passada quinta-feira, 18 de Março. Hoje, dia 26, as buscas foram reforçadas, contando com cerca de 210 militares no terreno.

Ainda nem eram 8h30 e já o parque de estacionamento da Fonte Férrea estava repleto de viaturas e operacionais da GNR prontos a iniciar as buscas.

No total, foram 210, vindos de várias localidades, como São Brás de Alportel, Loulé, Alcoutim, Olhão, Faro ou Silves. Todos movidos pelo mesmo desígnio: encontrar Adelina Viegas.

Como explicou ao Sul Informação fonte da GNR, este foi «um grande esforço», promovido pela Guarda.

 

Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

 

«As buscas decorrem há oito dias e vamos continuar até encontrar a senhora. Desde o primeiro dia que empenhámos todo o nosso esforço, mas hoje, de facto, estamos aqui com uma ação de maior envergadura», disse.

Depois de devidamente organizados, é altura de os militares partirem para o terreno, batendo uma área de cerca de 1,5 quilómetros, entre a Fonte Férrea e a Cova da Muda. A maior parte vai a pé, alguns com cães, mas há também uma patrulha a cavalo.

«É uma zona que nos parece importante, para a qual a senhora se poderá ter deslocado e desorientado», acrescentou a mesma fonte da GNR.

Só que o trabalho não é nada fácil, como o próprio repórter do Sul Informação constatou no local: a vegetação é densa, os trilhos são difíceis de percorrer e, até agora, uma semana depois de terem começado as buscas, ainda não há nenhuma novidade.

E o que terá acontecido? A GNR acredita que a dona Adelina, ao deslocar-se «por estes caminhos, pode ter-se desequilibrado e caído», mas nada é certo.

 

Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

Desde que se soube do desaparecimento desta idosa, a Câmara de São Brás de Alportel pôs mãos à obra para tentar ajudar em «tudo o que fosse possível».

Um dos pontos essenciais foi o apelo para que, quem quisessem e pudesse, se juntasse às buscas da GNR. Muita gente aceitou o repto…inclusive o presidente Vítor Guerreiro.

Ao Sul Informação, o autarca contou como foi a experiência que viveu no passado fim de semana.

«É um trabalho em que andamos a ver o que há em nosso redor, à busca de um sinal, de uma pista, mas, infelizmente, é uma tristeza isto que está a acontecer, com uma munícipe nossa que tem essa idade tão bonita: 92 anos», lamentou.

Com o passar dos dias, Vítor Guerreiro confessa que «a esperança em encontrar a dona Idalina viva se vai esvanecendo», garantindo, contudo, que a autarquia vai continuar a apoiar as buscas «em tudo o que conseguirmos».

 

Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

 

Uma das áreas onde a Câmara tem ajudado é na entrega de refeições e bebidas que está a ser feita pela Proteção Civil de São Brás de Alportel, numa iniciativa que também envolve a restauração local.

Vítor Martins, comandante da Proteção Civil de São Brás de Alportel, explicou ao nosso jornal que, «ao longo destes dias, temos garantido todo o apoio alimentar aos operacionais e populares que se juntam».

Numa tenda, montada na Fonte Férrea, têm estado, todos os dias, «4,5 operacionais da Proteção Civil nesta ajuda preciosa».

E é aí que se juntam os 210 militares da GNR depois do fim da primeira de três buscas do dia, para um reforço alimentar. O resultado das operações foi infrutífero – nenhum sinal da dona Adelina.

Mas a esperança ainda não morreu e é o próprio comandante da Proteção Civil de São Brás de Alportel quem dá o mote: «vamos esperar que, no final do dia, tenhamos alguma boa notícia».

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

 

 

 



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