Turismo do Algarve, autarcas, empresários e hoteleiros surpreendidos com F1 sem público

«Estes grandes eventos são estratégicos para o arranque da economia»

A Região de Turismo do Algarve (RTA), a AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve e três associações (AIHSA, AHETA e NERA) dizem que «foi com surpresa» que souberam hoje, 19 de Março, da ausência de público no Grande Prémio de F1, até porque «o evento está a ser organizado com as medidas mais restritivas de todo o circuito».

Num comunicado conjunto, estas cinco entidades adiantam que não receberam «qualquer comunicação oficial, do Governo, quanto a uma decisão sobre a presença de público na F1», apesar de o Expresso ter noticiado hoje que o evento vai decorrer sem espectadores.

Neste comunicado, é explicado que, «há meses a esta parte, temos vindo a trabalhar com a DGS, Autoridade de Saúde Regional e com as Forças de Segurança e da Proteção Civil de forma garantir que o Grande Prémio de Portugal F1 se realiza com todas as condições de segurança para residentes e visitantes. E nada aponta para uma tal eventualidade (ausência de público)».

De resto, «o evento está a ser organizado com as medidas mais restritivas de todo o circuito da F1, nomeadamente as mesmas exigências que são impostas aos passageiros para as viagens de avião: é realizado ao ar livre e num perímetro de mais de 5 quilómetros de extensão onde serão aplicadas fortes reduções de capacidade, obrigatoriedade de realização prévia de testes para todos os espectadores, obrigatoriedade permanente do uso de máscara e imposição de distanciamento social, além de equipas em sistema de bolha, vigilância permanente e disponibilização de álcool-gel».

RTA, AMAL, Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve, Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve e o NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve salientam ainda o facto de, antes e depois do GP de Portugal, os GP de Imola (18 Abril) e GP Barcelona (9 Maio) estarem «previstos sem medidas tão restritivas e com público nas bancadas».

Dando o exemplo da competição do ano passado, disputada em Outubro também no Autódromo, em Portimão, estas entidades relembram como se fez «uma análise estatística da representatividade regional e local dos espectadores, comparada com a incidência regional e local da doença Covid-19, que foi taxativa na inexistência de qualquer impacto ou correlação entre ambos».

«Além disso, não foi nunca mencionado ou comunicado qualquer surto que tivesse origem nos espectadores da Fórmula 1», dizem.

Na vertente mais económica, é relembrado o «impacto da corrida de 2020 para o Algarve e para Portugal superior a 30 milhões de euros e o impacto mediático superior a 60 milhões de euros, tendo alcançado 42 milhões de pessoas via televisão e 24 milhões de pessoas via redes sociais».

Neste comunicado, também é realçado o facto de, a partir de 19 de Abril, de acordo com o plano de desconfinamento, serem «permitidos espetáculos em locais fechados, como cinemas, teatros e salas de espetáculos, ou a abertura de centros comerciais.

«As medidas propostas para este evento são muito mais exigentes que qualquer outro evento em Portugal. Estes grandes eventos são estratégicos para o arranque da economia de uma região que está em concorrência direta com destinos turísticos mediterrânicos e que tem sido a mais assolada pelo desemprego e, simultaneamente, a que melhor tem prevenido e controlado a pandemia de forma consistente, em território continental», lê-se ainda.

Por fim, as cinco entidades garantem que continuarão a «trabalhar serenamente, e de forma coordenada, com as autoridades de saúde, as forças de segurança e da proteção civil, as autarquias e o Governo, na defesa da saúde pública e do valor inestimável da vida, criando todas as condições para que esta grande montra para o mundo possa ajudar o Algarve e o País a saírem do flagelo que em termos económicos nos tem assolado».

 

 



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