Profissionais dos hospitais de Portimão e Lagos já estão a receber «mimos de Aljezur»

Ao todo, serão distribuídos 2 mil sacos, num total de dez toneladas

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

Um «mimo de Aljezur», sob a forma de sacos de cinco quilos da afamada batata doce deste concelho da Costa Vicentina, começou a ser entregue esta sexta-feira, 5 de Março, aos profissionais que trabalham nos hospitais de Portimão e de Lagos.

A Câmara de Aljezur ofereceu 2 mil sacos desta iguaria ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), como forma «de agradecimento e de gratidão para com estes profissionais, mas também um reconhecimento pelo sacrifício que têm feito».

As batatas-doces chegarão a «todos os que estão envolvidos neste imenso trabalho que tem sido feito ao longo do último ano», nestas unidades de saúde.

«Estamos numa altura em que precisamos de bons exemplos e de puxar as pessoas para cima. É necessário reconhecer e valorizar o trabalho e, acima de tudo, mostrar gratidão. E é isso que estamos a fazer», explicou José Gonçalves, presidente da Câmara de Aljezur, numa sessão simbólica de entrega de sacos de batata doce a representantes de diferentes setores dentro do CHUA, que teve lugar na manhã desta sexta-feira, no Hospital de Portimão.

 

José Gonçalves – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

«Obviamente, há aqui uma dupla oportunidade, que é a de ajudar, também, os nossos produtores, que este ano tiveram quebras nas suas vendas, olhando, em simultâneo, para estas mulheres e homens que há um ano combatem esta pandemia», acrescentou o edil aljezurense.

E, para quem está do lado de lá, este mimo é bem vindo.

«Agradeço à Câmara de Aljezur a oferta das batatas doces, que são ótimas, mas, principalmente, pelo reconhecimento. Com tudo o que abdicámos ao longo deste ano, é bom sentir o reconhecimento da população», considerou, à margem da sessão, Inês Simões, médica do CHUA e representante da sua classe na cerimónia de hoje.

«Os dias vão passando e nós não estamos muito preocupados com isso. Mas, quando temos um tempinho para respirar, e nesta fase estamos mais calmos, sabe bem ouvir que tudo aquilo que fizemos, para trás, valeu a pena e que somos motivo de orgulho quer para a população, quer para as nossas chefias», disse a jovem médica do Hospital de Portimão.

 

Inês Simões – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

E das chefias, neste caso de Ana Castro, presidente do Conselho de Administração do CHUA, chegam, também, elogios.

«Acho que é muito importante nós agradecermos, aos profissionais, uns aos outros, porque agradecemos pouco, não temos muito essa cultura. Só o fazemos, normalmente, quando as pessoas saem, quando as perdemos», enquadrou.

«Se não fossem estas pessoas, as coisas não teriam corrido da mesma forma. Esta equipa é, realmente, fantástica», elogiou.

Ana Castro frisou, ainda, o «duplo significado» deste gesto da Câmara de Aljezur: «por um lado, é um reconhecimento desta população aos nossos profissionais, mas é, também, uma ajuda a estes produtores, que neste momento passam um mau bocado».

«Todos nos temos de lembrar que pessoas como eles vão precisar da nossa ajuda, de outra forma. E acho que isto é muito importante», considerou.

 

 

José Gonçalves e Ana Castro – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Para já, os produtores da batata doce de Aljezur, da variedade Lira, que tem Indicação Geográfica Protegida, tiveram um grande ajuda da Câmara, tendo em conta que as 10 toneladas adquiridas para oferecer aos que estão na linha da frente de combate à pandemia são uma parte considerável da produção total deste produto local, que rondará as 30 toneladas.

«A batata doce foi comprada através da Associação de Produtores de Batata Doce de Aljezur. Existem cerca de 50 a 60 produtores e isto é uma oportunidade para eles. Normalmente, vendem uma grande quantidade do seu produto durante o Festival da Batata Doce, mas este ano não foi possível ter uma edição normal», disse José Gonçalves.

O evento não se deixou de realizar, mas noutros moldes, numa versão online, pelo que «as vendas não foram a mesma coisa. A restauração também não está a trabalhar, pelo que se deu uma quebra substancial».

«No festival, em cerca de três dias, vendem-se 20 e tal toneladas. Esta quantidade é cerca de metade. Mas também já tivemos aquela venda online e comprámos batata doce para colocar nos cabazes que oferecemos aos funcionários e às entidades», lembrou o presidente da Câmara de Aljezur.

 

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Gestos como o da autarquia aljezurense têm-se repetido, desde o início da pandemia.

«Os nossos profissionais, felizmente, sentiram de muito perto o apoio quer dos municípios, quer da população em geral, porque também houve cidadãos a ter iniciativas individuais de reconhecimento. No Portimão Arena, mas também aqui no Hospital, muitas vezes recebemos refeições e outros mimos, que são coisas que caem sempre muito bem. Os profissionais agradecem e sentem que as pessoas também estão agradecidas pelo trabalho que fazemos», contou Ana Castro.

«E ao fim de um ano a trabalhar, sem férias, sem descanso, eu acho que isto é muito importante para cada um de nós. Estamos a fazer o nosso papel, como é óbvio, mas vamos para além disso, porque todos já estão para além das suas capacidades», acrescentou.

«Este mimo é muito importante e faz a diferença para todos nós», resumiu a responsável máxima pelos hospitais do Algarve.

 

 

 

Ajude-nos a fazer o Sul Informação!
Contribua com o seu donativo, para que possamos continuar a fazer o seu jornal!

Clique aqui para apoiar-nos (Paypal)
Ou use o nosso IBAN PT50 0018 0003 38929600020 44

 

 



Comentários

pub