Novo supermercado algarvio faz entregas a qualquer hora – e até na praia

Super Express criou, logo de início, cerca de 100 postos de trabalho

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

Fazem entregas a qualquer hora em todo o Algarve, seja na praia ou no alto da Fóia, e no prazo máximo de duas horas. Este é o conceito do novo serviço Super Express, que começa a funcionar na segunda-feira, dia 29, aliando a componente de supermercado online com a de entregas rápidas, mas, também, com a de loja de conveniência.

Esta nova loja online só começa a funcionar oficialmente dentro de alguns dias, mas o armazém que lhe dá suporte, o coração – e também o cérebro – de todo o negócio, já está em funcionamento e começou a formação dos perto de cem funcionários que foram contratados.

E o conceito é simples: o cliente encomenda aquilo que deseja através do site do Super Express ou de uma aplicação que poderá ser descarregada a partir de dia 29 e a empresa compromete-se a deixar os produtos na mão do cliente em duas horas, dentro das fronteiras do Algarve.

E não há hora má para fazer o pedido, uma vez que a loja funciona 24 sobre 24 horas e tem sempre uma equipa de motoristas prontos a pegar no produto e a ir entregá-lo.

E quando se fala na região algarvia, fala-se, mesmo, «em todo o Algarve». A empresa admite até «surpreender os clientes com entregas absolutamente inesperadas, como, por exemplo, a alguém que está na praia com a família ou no meio da serra».

«Entregamos desde Sagres até Castro Marim, em Vila Real de Santo António, em Aljezur e na serra. Abrimos o espaço temporal de cerca de 120 minutos para fazer estas entregas. Pensamos que seja tempo suficiente para chegarmos a todo o lado e satisfazermos os nossos clientes», explicou Humberto Lopes, o responsável pela área dos recursos humanos desta empresa, à margem de um dia aberto à comunicação social, no armazém da Super Express, nas Benfarras, em Loulé.

 

Humberto Lopes – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

A novidade introduzida por esta empresa é, por um lado, estarem «abertos 24 horas», mas também a rapidez na entrega, uma vez que «as grandes superfícies não conseguem dar esta resposta, têm prazos de entrega muito alargados».

Até porque, nas zonas mais próximas do armazém, como Vilamoura, Quarteira, Loulé, Faro e Albufeira, a entrega poderá ser feita «em cerca de meia hora».

«Não existe este tipo de oferta para os clientes, é aqui que nós vamos diferenciar», disse Humberto Lopes.

«Vivemos no Algarve e não encontrámos nenhum serviço do género nas proximidades», explicou, por seu lado, Eddie Ostrovsky, responsável pela empresa, que diz que, «no futuro, queremos ter este serviço disponível a nível nacional».

O negócio irá todo «funcionar através de aplicação, que vai ser transversal ao cliente, aos nossos operadores aqui de armazém. Vamos ter um responsável de armazém, vamos ter uma equipa de pickers e vamos ter os motoristas. Ou seja, a aplicação é transversal a estas quatro pessoas».

«A encomenda é feita pelo cliente, é rececionada pelo chefe de equipa, ele faz a distribuição para o picker, este faz a recolha dos produtos e coloca aqui em cima da mesa. Depois, o responsável faz toda a verificação dos produtos e o respetivo embalamento, chama o motorista na aplicação – os motoristas vão estar numerados também-, que chega aqui, mete a embalagem dentro do veículo e arranca», descreve Humberto Lopes.

 

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Tudo isto se deverá processar no mínimo tempo possível, embora com todo o rigor, para que as encomendas não falhem.

E aqui entra, mais uma vez, a aplicação, outro dos elementos inovadores deste negócio.

«O picker tem a app no telemóvel dele. Ele recebe o pedido e tem um carrinho, daqueles normais de supermercado, com suporte para telemóvel. Tem a lista dos produtos a recolher, que é organizada por ordem dos grupos dos produtos», explicou, por seu lado, Artem Kostoyansky, o responsável pela componente logística da empresa.

Na prática, isto significa que a aplicação “conhece” e tem um “mapa” constantemente atualizado do armazém, o que lhe permite escolher «a melhor rota para o picker».

«Foi uma obra de arte termos conseguido montar isto, mas conseguimos. Ou seja, na preparação da encomenda vamos gastar o menos tempo possível», resumiu Artem.

 

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

E que produtos é que se podem encomendar deste supermercado online?

«Temos mais de 1000 produtos, mais de 1000 referências, nesta fase de lançamento. Nós tentámos escolher um bocadinho de tudo. Ou seja, na área de mercearia, o cliente tem sempre três a cinco marcas à escolha, no mínimo», segundo Artem Kostoyansky.

Também há «lacticínios, produtos derivados de soja, alguns produtos bio e gourmet», bem como «bebidas alcoólicas, que é uma categoria também forte».

Este segmento das bebidas é, de resto, uma das grandes apostas, com o Super Express a disponibilizar os produtos mais comuns, como cervejas, vinhos e espirituosas nacionais, mas também muitas marcas estrangeiras, algumas das quais premium, que não estão disponíveis em grandes superfícies e, «normalmente, só se encontram em garrafeiras».

Exemplos desta variedade são garrafas king size, seja de champanhe de marcas de renome, seja de outras bebidas, como vodka.

A oferta não fica por aqui e estende-se até ao segmento dos produtos frescos e da charcutaria.

«Temos um bocadinho de tudo», resume o responsável pela logística.

«Não assumimos que sabemos tudo sobre os hábitos de consumo e preferências dos Algarvios. Estamos atentos, estamos a ouvir. Queremos que os nossos clientes sintam o mesmo tipo de proximidade que teriam com sua mercearia de bairro, a qualquer hora do dia», diz, por outro lado, Eddie Ostrovsky.

Para isso, poderão ser feitas sugestões de produtos a disponibilizar através da aplicação.

 

Parte da equipa da Super Express – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Para o negócio funcionar e a ideia vingar, é preciso fazer chegar o produto à casa do cliente em tempo útil e sem falhas. E, para o garantir, a componente humana é fundamental.

«Vamos empregar à volta de 100 pessoas aqui no nosso estabelecimento. É uma grande força para o nosso Algarve. Viemos aqui, também, para implementar uma empresa, para dar emprego às pessoas do Algarve, neste momento crítico que todos atravessamos com esta baixa de turismo», afirmou Humberto Lopes.

« Estamos a falar cerca de 25 pessoas no armazém e cerca de 60 a 70 motoristas», acrescentou.

«Vamos trabalhar turnos de 8 horas, vamos ter aqui sempre pessoas a trabalhar no armazém, sempre disponíveis a responder às encomendas solicitadas pelos nossos clientes. E temos aqui as pessoas já recrutadas a trabalhar e estão felizes. Vê-se felicidade estampada no rosto delas» assegura o responsável pelos recursos humanos da empresa.

A empresa investiu, igualmente, numa frota própria, que, numa fase inicial, será de «dez viaturas ligeiras e de dez scooters».

Tudo isto é feito a pensar na população que vive no Algarve.

«Vamos centrar muito o negócio naquelas pessoas que trabalham por turnos, como o pessoal hospitalar, médicos, enfermeiros, auxiliares de saúde, polícias e seguranças noturnos. Porque não existe nada no mercado, hoje em dia, que consiga dar resposta às necessidades das pessoas, a certas horas», revelou Humberto Lopes.

Desta forma, as pessoas «podem fazer compras à meia noite, às 3 ou 4 horas da manhã. Se quiserem o pequeno almoço, nós estamos preparados para lhes pôr o pequeno almoço quase na mesa. Podemos levar o pão, o leite, o chá, tudo aquilo que for necessário, no menor espaço de tempo», resumiu.

 

Bruno Gabriel – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

A ideia de montar este negócio é de um «grupo de pessoas estabelecidas no Algarve». O investimento, esse, chega de além-fronteiras, de um fundo internacional.

E, mais do que investir na parte física e humana, os investidores também apostaram numa forte campanha de marketing.

«Há aqui um investimento muito grande. A empresa está a investir em outdoors, no digital e numa série de suportes aos quais os cidadãos têm acesso», revelou Bruno Gabriel, da B16, empresa algarvia responsável pela campanha de marketing da Super Express.

«Investimos muito numa linha de comunicação assertiva, que, de alguma forma, fosse familiar para os algarvios», acrescentou.

O símbolo da empresa é, de resto, um “super” burro, ao qual não falta a capa e a máscara, que pretende, por um lado, representar «a fiabilidade» no transporte e, por outro, celebrar a tradição do Algarve. E nem faltaram dois burros na apresentação informal da Super Express.

 

 

 

Já as motivações para criar um negócio com estas caraterísticas, que, aliadas, são inéditas em Portugal, não são um mistério.

«Isto surgiu por causa desta mudança de paradigma que a pandemia veio introduzir. Estamos a falar de um serviço com alto grau de conveniência, uma vez que as pessoas vão às compras sem sair de casa», disse, ainda, Bruno Gabriel.

Quanta a preços, «serão muito semelhantes aos que existem no mercado, mas, como é óbvio, terão de ser um pouco mais elevados, devido a essa componente de conveniência».

 

 

 

 

 



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