Monchique não tem qualquer caso de Covid-19 há três semanas e é o único concelho do Algarve que tem um rácio de zero casos por cada cem mil habitantes, de acordo com a atualização da incidência cumulativa de casos de Covid-19, a 14 dias, feita esta segunda-feira, 15 de Março, pela Direção-Geral da Saúde.
Os números do documento hoje divulgado apontam para uma situação favorável, no Algarve, com todos os concelhos com risco moderado – ou seja, abaixo da linha vermelha dos 240 casos por cem mil habitantes.
Há, inclusivamente cinco concelhos algarvios que estão no segundo patamar mais baixo de incidência, dos concelhos com 20 a 59,9 casos por cem mil habitantes: Vila Real de Santo António (59), Castro Marim (48), Vila do Bispo (39), São Brás de Alportel (29) e Silves (28).
No patamar dos 120 a 239,9 casos, só está o concelho de Faro (139), que é o que tem maior incidência a 14 dias, segundo o boletim.
Os restantes municípios estão todos entre estes dois patamares (60 a 119,9 casos por cem mil habitantes): Loulé (114), Aljezur (107), Albufeira (104), Portimão (101), Alcoutim (93), Lagoa (83), Olhão (83), Lagos (76) e Tavira (65).
Esta contabilização da DGS foi fechada às 23h59m59 de dia 9 e diz respeito aos 14 dias anteriores.
No boletim de hoje, há uma novidade, um gráfico que faz a relação entre a incidência e a transmissibilidade, o chamado R(t). Esta é a matriz de risco apresentada por António Costa na passada quinta-feira e a tabela que determinará se o plano de desconfinamento, então apresentado, avança conforme o previsto ou se terá de se acionar o travão.
Para já, as notícias são boas, com a relação entre estes dois fatores a situar-se na zona verde do gráfico, aquela onde deve estar.
A nível nacional, a incidência média era ontem, dia 14, de 96 casos por cada cem mil habitantes. Focando apenas Portugal Continental, este valor era de 84,2 casos.
Já o R(t) era de 0,83 em Portugal e de 0,79 no continente.
Entretanto, apurou o Sul Informação, de acordo com os últimos dados da Autoridade de Saúde Regional, o Algarve, no seu todo, estava no sábado, dia 13, com um risco de incidência de 60 casos por cem mil habitantes.
Segundo os números regionais, a situação no Algarve tem evoluído positivamente, uma vez que a incidência baixou no período entre 9 e 13 de Março, em 14 dos 16 municípios do Algarve. As exceções são o concelho de Alcoutim, onde houve um surto entre trabalhadores de uma empresa que está a instalar painéis solares numa mega central fotovoltaica, e em Tavira.
Alcoutim é o caso em que o aumento foi maior. No dia 9, em que foram diagnosticados os primeiros casos do surto, a incidência era de 185 casos por 100 mil habitantes. No entanto, esse número subiu para 509 casos por cem mil habitantes, devido aos 11 novos infetados com Covid-19 diagnosticados em cinco dias.
Ou seja, o município alcoutenejo será considerado, no mínimo, um concelho com risco muito elevado, mas só no boletim da próxima segunda-feira. É que, sendo Alcoutim um concelho pouco populoso, bastam poucos casos para o atirar para os patamares mais altos da tabela de risco.
Em Tavira, a situação ainda é de risco moderado, mas houve um aumento dos 90 casos por cem mil habitantes, de dia 10, para os 163, de dia 13.
A nível nacional, passou a haver um concelho em risco extremo, o do Funchal (1128), depois de, na passada semana, não haver nenhum com mais de 960 casos por 100 mil habitantes, a 14 dias.
Os concelhos em risco muito elevado são agora quatro, metade dos da semana passada: Ponta do Sol (640), Santa Cruz (576), Câmara de Lobos (564) e Serpa (517).
Esta atualização semanal servia de referência para a elaboração da lista de concelhos de risco, e que estavam sujeitos a regras mais apertadas, algo que deixou de acontecer com o confinamento geral em vigor entre 15 de Janeiro e as 24 horas de ontem, dia 14.
Comentários