DGS garante que pessoas que já estiveram infetadas vão ser vacinadas

«Vacinação de pessoas recuperadas poderá vir a ocorrer logo que a disponibilização de vacinas aumente»

Foto: Nuno Costa | Sul Informação – Arquivo

As pessoas que já tiveram Covid-19 e recuperaram da doença também vão ser alvo de vacinação, garantiu hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS), explicando que a sua exclusão da primeira fase se deve à escassez de vacinas.

Num esclarecimento enviado hoje à agência Lusa, na sequência da denúncia da Ordem dos Médicos a partir do relatório do Centro Europeu para o Controlo de Doenças (ECDC), que destacou na segunda-feira Portugal e Islândia como os únicos países a não incluírem atualmente na vacinação as pessoas anteriormente infetadas pelo vírus SARS-CoV-2, a autoridade de saúde nacional diz que o tema está «em constante monitorização».

«Em Portugal, as pessoas que recuperaram da infeção por SARS-CoV-2 vão ser vacinadas. Não se trata de não vacinar os recuperados. No entanto, neste momento, encontramo-nos num cenário em que o número de vacinas ainda é limitado. Por isso, num contexto de escassez, devem ser priorizadas as pessoas com maior risco de contrair a infeção por SARS-CoV-2 e que não tenham ainda tido a possibilidade de desenvolver resposta imunológica», refere a DGS.

Salientando o «princípio de maximização do benefício» perante a reduzida disponibilidade de vacinas, o organismo liderado por Graça Freitas reitera que «a vacinação de pessoas recuperadas poderá vir a ocorrer logo que a disponibilização de vacinas aumente».

A ‘task force’ responsável pelo plano de vacinação contra a covid-19 já realçou o aumento das entregas de vacinas previsto para o segundo trimestre.

Por outro lado, a DGS rebate as críticas com os dados sobre as reinfeções por SARS-CoV-2 a nível mundial, argumentando que o número «é muitíssimo baixo» e que as «pouquíssimas reinfeções são habitualmente quadros clínicos ligeiros» da doença.

«Os estudos têm mostrado que a imunidade adquirida após a infeção por SARS-CoV-2 é duradoura e protege de reinfeções, pelo menos com a mesma eficácia que as vacinas (ou até com mais eficácia)», indica a autoridade de saúde, acrescentando: «a infeção natural pode conferir imunidade até para as novas variantes e por mecanismos adicionais do que a mera produção de anticorpos».

Sem deixar de expressar a leitura de que os testes serológicos não devem ser tidos em conta para as decisões sobre vacinação, e «enquanto as vacinas forem um bem escasso, a estratégia é vacinar quem mais beneficia da vacinação, isto é, as pessoas que não tiveram oportunidade de adquirir imunidade por não terem tido Covid-19», conclui a DGS.

 

 



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