Centros de vacinação rápida vão começar a operar no início de Maio

Coordenador da task-force revelou que a vacinação contra a covid-19 dos principais grupos prioritários vai estar concluída até 11 de Abril

Gouveia e Melo – Foto: Nuno Costa | Sul Informação – Arquivo

Os 150 centros de vacinação rápida contra a covid-19 vão começar a operar no início de Maio, avançou hoje, 31 de Março, no Parlamento, o coordenador da ‘task force’ para o programa de vacinação.

Questionado pelos deputados da comissão parlamentar de Saúde, o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo começou por afirmar que os 150 centros serão abertos a 11 de Abril, mas disse que «o que está em causa é ter esses centros a operar a partir do início de Maio».

Gouveia e Melo adiantou que estão a ser negociadas as formas como vão ser contratados os profissionais de saúde necessários para estas unidades, num número calculado em 2.500 enfermeiros, 400 médicos e 2.300 assistentes.

Gouveia Melo disse que os profissionais serão essencialmente do Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas outros vão, necessariamente, ser contratados.

«A ideia é usar até 20% dos enfermeiros que estão nos cuidados primários de saúde, como sabem são 9.000 enfermeiros, portanto, 20% são 1.800 enfermeiros e depois acrescentar a estes 1.800, os enfermeiros que forem necessários e recursos humanos que forem necessários para os postos de vacinação rápida», disse.

De acordo com o responsável, nos postos de vacinação rápida, a eficiência do processo é quatro vezes superior à vacinação nos centros de saúde normais.

«Com os mesmos recursos humanos nós conseguimos ter uma eficiência muito superior nesse processo, para além da comodidade, para além da segurança física, porque são feitos em grandes espaços arejados, que permite uma maior segurança e distanciamento físico», defendeu Gouveia e Melo.

Na mesma audição, o coordenador da task-force revelou que a vacinação contra a covid-19 dos principais grupos prioritários vai estar concluída até 11 de Abril.

«Previmos fechar (completar a vacinação) a 100% as ERPI [estabelecimentos residenciais para idosos], os mais de 80 anos e [o grupo] dos 50 até aos 80 anos com comorbilidades tipo 1 até dia 11 de Abril. Naturalmente, poderão ficar pequenas bolsas que não conseguimos contactar, mas a grande maioria desta comunidade, que tem a ver com salvar vidas, estará fechada até 11 de Abril», afirmou Gouveia e Melo.

Numa audição na comissão parlamentar de Saúde, o vice-almirante vincou a «coerência da estratégia», reiterando os 90% de vacinas alocadas ao salvamento de vidas e 10% para o fortalecimento da resiliência do Estado e refutou uma possível «inversão da estratégia», como questionou o deputado do PSD Ricardo Batista Leite, com a vacinação dos docentes e não docentes do ensino pré-escolar e primeiro ciclo nesta fase.

«O facto de se meter a comunidade educativa no conceito de resiliência: Grande parte dessa comunidade, cerca de 200 mil pessoas, vai ser já vacinada na transição da primeira para a segunda fase, quando salvar vidas está praticamente resolvido a 100%», frisou, sublinhando o reforço da vacinação deste grupo após a conclusão dos outros grupos prioritários.

«E é nesse fim de semana a seguir [de 11 de Abril] que se vai fazer o grande impulso no ensino e que são as tais 200 mil vacinas. Este impulso no ensino também serve para testar as nossas metodologias de vacinar 100 mil pessoas de cada vez, que têm de ser praticadas e testadas antes de entrarmos em funcionamento, no início de maio, com esses ritmos de vacinação».

O coordenador da ‘task force’ deixou também transparecer alguma perplexidade com o aparecimento de novas questões sobre a utilização da vacina da AstraZeneca, como ocorreu no Canadá e na Alemanha nas últimas horas, ao questionar as motivações dessas dúvidas e asseverando que Portugal vai estar alinhado com a Agência Europeia do Medicamento (EMA).

«A EMA não mudou a sua posição sobre a AstraZeneca. Há um conjunto de movimentos à volta da AstraZeneca que não se conseguem perceber se são só de preocupação clínica ou se são de outra ordem», questionou.

«O que decidimos é seguir as recomendações estritas da EMA. Neste momento, o regulador europeu não cria nenhuma restrição à utilização desta vacina, continuando a afirmar que as vantagens superam muito qualquer inconveniente que possa aparecer», afirmou.

Sobre a aquisição de todas as vacinas disponíveis contra a covid-19 no mercado, Henrique Gouveia e Melo lembrou que Portugal apenas adquire as vacinas que são validadas pela EMA e que o plano de aquisição é conduzido pelo Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento).

 



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