Algarve está a vacinar a «ritmo comparável» às outras regiões

Diferenças da estrutura etária e do tipo de população explica as percentagens

«Estamos a vacinar [contra a Covid-19] a um ritmo comparável à maior parte das outras regiões» garantiu hoje, em declarações ao Sul Informação, o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve.

Questionado pelo nosso jornal sobre as percentagens de vacinados reveladas na terça-feira pela Direção-Geral de Saúde (DGS), no seu relatório semanal de vacinação, que colocam o Algarve abaixo do Alentejo, Centro ou Madeira, Paulo Morgado explicou que «a população não é idêntica em todas as regiões».

De facto, admitiu, «se as pessoas olharem para os números que a DGS divulga, sem nenhuma outra explicação, poderão ficar com uma visão distorcida» do que se está a passar.

«Ainda estamos na primeira fase de vacinação», durante a qual estão a ser inoculados «os profissionais de saúde, os residentes nas ERPI ou lares, a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, as pessoas com mais de 80 anos e também as que têm entre 50 e 79 anos, mas têm comorbilidades, ou seja, outras doenças associadas».

Ora, explicou o presidente da ARS Algarve nas suas declarações ao Sul Informação, «o Alentejo, por exemplo, é muito diferente em termos de características da sua população», já que tem «mais profissionais de saúde que o Algarve, mais unidades hospitalares, mais centros de saúde, mais população idosa, mais população institucionalizada em termos de ERPI». Ou seja, acrescentou, «a população-alvo, em relação ao total da população da região, nesta primeira fase, é maior» no Alentejo do que no vizinho Algarve.

É isso que explica que, segundo o relatório da DGS, cujas percentagens se referem ao total da população, no Algarve haja 8% das pessoas inoculadas com a 1ª dose, enquanto na região alentejana a cifra atinge já os 14%.

Em termos populacionais, disse ainda Paulo Morgado, «somos mais comparáveis com as grandes zonas urbanas de Lisboa e Vale do Tejo, que com o Alentejo, que tem uma estrutura etária muito diferente da nossa». Nesta fase, «não estamos a vacinar toda a população, mas sim a fazê-lo de forma dirigida, para grupos determinados». E é isso que explica a diferença.

«Não há aqui qualquer discriminação [da Task Force que coordena a vacinação a nível nacional] em relação ao Algarve, nem nós permitiríamos tal coisa», asseverou.

«Cada um está a fazer o seu trabalho e bem feito! Não ficamos a guardar vacinas, que são um bem demasiado valioso para nos podermos dar ao luxo de haver desperdício».

Fazendo um ponto da situação do processo de vacinação no Algarve, o presidente da ARS revelou que, «em vários concelhos já terminámos o grupo dos mais de 80 anos», nomeadamente nos municípios menos populosos.

Quanto aos profissionais de saúde do SNS, estão «praticamente todos vacinados». «Nos privados, estamos a vacinar, mas ainda não estão todos», já que aqui o processo se atrasou alguns dias, devido à suspensão temporária da vacina da AstraZeneca, na semana passada.

 



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