Albufeira promove uma cimeira de três dias para debater a sua estratégia para o futuro

Iniciativa contará com contributos de especialistas dos mais variados setores

José Carlos Rolo, presidente da Câmara de Albufeira – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

Ação Social, Inclusão, Turismo, Transição climática, Eficiência Energética e Hídrica, Descarbonização, Economia Circular, Juventude, Transição Digital. Estes são apenas alguns dos temas que serão discutidos, durante três dias, entre 8 e 10 de Abril, na primeira edição da Albufeira Summit, que foi hoje apresentada.

José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira, que promove a cimeira, salientou que a iniciativa pretende suscitar «contributos para o futuro» do concelho.

Para isso, além de organizar esta Summit, que contará com especialistas locais, regionais e nacionais (o programa final ainda está a ser acertado), o Município está também a delinear a sua proposta de Estratégia 2030 para Albufeira, um documento que o presidente da Câmara espera ter terminado «em meados de Maio» e que deverá ficar alinhado com a Estratégia Portugal 2030.

Albufeira é o 2º mais importante destino turístico do país, logo a seguir a Lisboa. Concentra também 40% da capacidade de alojamento turístico do Algarve. Mas está a ser, também, o concelho mais afetado pela crise provocada pela pandemia, nomeadamente ao nível do desemprego nos setores do turismo, restauração, hotelaria e comércio.

 

«A tão falada bazuca há-de vir, nomeadamente para o Algarve, porque é a região mais prejudicada pela pandemia», salientou José Carlos Rolo. Mas é preciso saber o que fazer com o dinheiro que virá para a região e essa é a motivação para que Albufeira esteja a elaborar a sua Estratégia 2030. O objetivo deste encontro é, segundo o autarca, «ouvir os especialistas», mas também «debater com as pessoas da comunidade local».

O que sair da Summit será também incorporado no Plano Estratégico de Albufeira 2030, para que, «quando surgir o dinheiro, seja da bazuca, seja de outras fontes de financiamento comunitário, tenhamos já um rumo traçado para construir o futuro desta cidade e do concelho», concluiu o edil.

A Albufeira Summit tem como media partner o grupo Cofina, proprietário do jornal Correio da Manhã, da CMTV, da revista Sábado, entre outros órgãos de comunicação. Eduardo Dâmaso, em representação da Cofina, salientou estar a viver-se «um momento em que é cada vez mais fundamental promovermos a discussão sobre o que somos como país e, sobretudo, sobre como vamos sair desta situação pandémica, enquanto país e sociedade».

 

Eduardo Dâmaso – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

Um dos debates fundamentais, acrescentou, «tem a ver com a forma como vamos utilizar as ajudas comunitárias». «O que, daqui para a frente, se passar, terá de criar um país um pouco melhor e mais forte do que éramos em 2019».

Sobre o Algarve em geral, e o concelho de Albufeira em particular, Eduardo Dâmaso acrescentou que «um debate fundamental a fazer é como é que, valorizando o turismo, se consegue criar novas fileiras» na economia, diversificando-a.

«É fundamental que debates destes aconteçam no Algarve e no resto do país, promovidos pelas instituições que estão mais perto das pessoas», nomeadamente as autarquias, disse ainda.

A apresentação da Albufeira Summit contou também com breves intervenções de três dos oradores que estarão presentes nessa iniciativa, de 8 a 10 de Abril.

 

Rui Justo – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

Rui Justo, que integra os corpos diretivos da APAL – Agência de Promoção de Albufeira e é diretor-geral da Balaia Golf Village, salientou que, depois de um ano de 2020 com enormes quebras, apenas salvas pelo «balão de oxigénio com os meses de Julho e Agosto, em que trabalhámos com o mercado nacional», «o que nos espera é a incerteza».

Este ano, aquele responsável hoteleiro espera voltar a trabalhar de novo com o mercado nacional, mas também como «o mercado de proximidade, que é a vizinha Espanha», aguardando igualmente a «reabertura dos corredores aéreos», sobretudo do mercado britânico.

«Temos de mostrar que Albufeira é um destino seguro» e que, «para além do sol e praia, temos a cultura, a gastronomia», bem como «outras potencialidades em que temos de apostar».

 

Délio Pescada – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

Por seu lado, Délio Pescada, consultor de Turismo e CEO da Delio and Partners, sublinhou que, agora mais do que nunca, «é fundamental prestar atenção à concorrência»: Palma de Maiorca já duplicou os voos e anunciou que o fez. «Porque não se fez isso já no Algarve?», interrogou.

A Turquia já comunicou aos operadores, sobretudo os alemães, que todos os trabalhadores do turismo vão ser vacinados, criando uma «sensação de segurança». «E aqui, o que se vai fazer?».

«Os gregos já disseram aos ingleses que, assim que estes estiverem vacinados, são muito bem vindos. E nós?»

E por cá? «Sem os ingleses, não vamos lá!», garantiu Délio Pescada. «Precisamos de mais do que o mercado nacional», já que, só «Albufeira tem 209 empreendimentos, temos de os encher, temos de dar emprego às pessoas».

 

Patrícia Seromenho – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

A última oradora a falar nesta apresentação da cimeira foi Patrícia Seromenho, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Albufeira, que manifestou a sua satisfação pelo facto de a iniciativa «envolver a comunidade» e ter em conta o setor social.

Sublinhando que «todos os males criam oportunidades», a provedora acrescentou que, no que diz respeito à resposta dada à pandemia pelo setor social, «o Algarve era olhado sempre como estando na cauda do país, mas hoje somos um exemplo de como fazer e estar».

«Nada vai voltar a ser como era antes, nem mesmo o turismo». Para que este setor volte a ser o motor da economia da região, «temos de pensar, temos de refletir», envolvendo não só quem depende diretamente dele, mas também outras áreas, «porque a economia circular é isto».

Abrindo caminho para o debate que pode ser lançado na Albufeira Summit, Patrícia Seromenho acrescentou que, no futuro, as unidades hoteleiras poderão até encontrar uma oportunidade, seja na saúde, seja na ação social, criando novas sinergias com estes setores.

A fechar a sessão, o presidente José Carlos Rolo salientou que a ideia do «Primeiro, as pessoas», que está incluída na Estratégia Portugal 2030, «não pode ser só um chavão».

Em Albufeira, concluiu, «temos muito caminho a percorrer» e «temos de encontrar e debater os problemas, para que possamos encontrar as soluções». É isso, em resumo, que a Albufeira Summit pretende fazer, ao longo de três dias, de 8 a 10 de Abril.

 



Comentários

pub