Albufeira investe 1,3 milhões de euros no bem estar animal

Uma das obras é o canil municipal

Albufeira vai investir cerca de 1,3 milhões de euros num canil municipal, num parque canino, na aquisição e adaptação de uma viatura de socorro animal e num cemitério para animais de companhia.

A obra de maior monta, o canil municipal, custará 709 mil euros e deve ir para o terreno em Abril. O prazo de execução é de 180 dias.

O município albufeirense também vai destinar quase 300 mil euros para construção do cemitério, bem como investir cerca de 190 mil euros na criação do parque canino e outros 95 mil euros na viatura de socorro.

Os projetos foram apresentados na sexta-feira, dia 19, e visam, segundo a Câmara albufeirense, «melhorar o bem estar, a saúde e a segurança dos animais de estimação no concelho».

Estas obras fazem parte de um plano «que resulta de vários anos de trabalho, de partilha muito próxima de preocupações, dificuldades e diversos desafios colocados no dia a dia, nomeadamente com a Guarda Nacional Republicana (SEPNA), os Bombeiros Voluntários de Albufeira e o Centro de Bem-Estar Animal, o que nos levou a refletir e a encontrar um caminho assertivo relativamente a estas questões», segundo Cláudia Guedelha, vereadora da autarquia.

 

Cláudia Guedelha

 

A construção do canil municipal pretende dar continuidade à estratégia iniciada pelo Município com a construção do Centro de Bem-Estar Animal (obra vencedora do primeiro Orçamento Participativo de Albufeira).

O objetivo é «dar resposta ao crescente número de cães abandonados e errantes no concelho, promover a recolha e alojamento condigno de animais, a realização de ações de esterilização com vista a posterior adoção, melhorar a qualidade das condições sanitárias dos animais recolhidos, proceder ao acompanhamento veterinário e alimentação apropriada, assim como o bem-estar ativo dos animais, considerando os espaços envolventes existentes».

«O futuro complexo para animais de companhia integra um total 5 módulos. No Módulo O, correspondente ao anterior Centro de Bem-Estar Animal, fica instalado o atendimento ao público (receção, gatil, vestiário do staff, gabinete de coordenação e uma sala para o pessoal)», segundo a Câmara de Albufeira.

O Módulo A, por seu lado destina-se a serviços (gabinete clínico, instalações sanitárias, salas técnicas, salas multiusos destinadas a ações de adoção, sensibilização contra maus-tratos animais, debates e workshops).

O alojamento e recolha permanente de animais será feito nos Módulo B e C. O primeiro é composto por «26 celas com capacidade para 65 cães, uma cela para maternidade ou isolamento e três celas de quarentena e zonas técnicas». O Módulo C «dispõe de 22 celas com capacidade máxima para 55 cães, uma cela para maternidade/isolamento e zonas técnicas de apoio à atividade».

«Por último, o Módulo D está equipado com duas celas semicirculares e destina-se ao alojamento e quarentena de animais com suspeita de raiva».

A capacidade máxima prevista para o canil é de 120 animais.

Na implantação dos edifícios foi tida em consideração «a sua interligação funcional, bem como o respeito pelo revestimento arbóreo existente, dominado maioritariamente por sobreiros».

 

José Carlos Rolo

 

O parque canino, por seu lado, «surge como um prolongamento natural do Centro de Bem-Estar Animal e pretende ser um espaço de recreio, com equipamentos destinados ao salto, slalom, ponte, rampa, balouço, anel, túnel e mesas para pausa para que os animais se possam exercitar em liberdade e segurança».

O objetivo é que os animais e companhia «possam gastar energias, por forma a evitar comportamentos agressivos e destrutivos, muitas vezes associados à falta de exercício, ausência de relacionamento, brincadeira e convívio».

«A zona do Parque é cercada na sua totalidade e encontra-se dividida em duas áreas de recreio, uma destinada a cães de maior porte e outra para cães mais pequenos, por forma a facilitar o controlo e evitar a incompatibilidade entre animais. Em termos de mobiliário urbano será colocada sinalização com indicações das regras de conduta e segurança do Parque, papeleiras com dispensador de sacos para dejetos, postes para prender animais, bebedouros para pessoas e animais e bancos», descreveu a autarquia.
Também aqui as obras começarão em Abril.

Entretanto, a Câmara já adquiriu uma viatura «que posteriormente será adaptada para funcionar como veículo de socorro animal».

Desta forma, o concelho e os serviços médicos veterinários passam a ter à disposição «uma viatura polivalente que permita garantir o transporte de animais em grande número, a prestação imediata de assistência básica em simultâneo com o transporte, prestação de cuidados de saúde em situação de calamidade, desenvolvimento de campanhas anuais de vacinação em condições de higiene e segurança e o transporte digno de animais do sítio de recolha para o Centro de Bem-Estar Animal e deste para as clínicas e outros locais».
Já o cemitério para animais de companhia, será construído num terreno a norte do novo Cemitério Municipal.

«A construção da infraestrutura visa colmatar uma lacuna existente no concelho, através da criação de um espaço apropriado para sepultamento e futura visita dos animais», segundo a Câmara de Albufeira.

«Não podemos descurar a importância dos laços afetivos.  Por isso, vamos construir este espaço, que permite às famílias despedirem-se dos seus animais, que cuidaram durante toda uma vida e que merecem o nosso respeito, com dignidade num local apropriado», sublinhou, por seu lado, Cláudia Guedelha.

Este será «um espaço simbólico, de culto e de memória, dotado de espaços de fruição e estadia».

«O equipamento está organizado em três áreas diferenciadas: sepultamento convencional, sepultamento em jazigo e columbários (módulos de dimensões reduzidas para depósito de urnas contendo as cinzas dos animais após cremação)», descreve a autarquia.

Neste caso, a obra deverá ir para o terreno em Agosto.

 

Paulo Freitas

 

Na cerimónia de apresentação destes projetos, José Carlos Rolo, considerou que os projetos são «uma mais-valia para o concelho», mas salientou que, para funcionarem, precisam «da colaboração de entidades externas, como os Bombeiros Voluntários e a GNR, que fazem um trabalho extraordinário de apoio a esta dinâmica que é necessário ter em prol da saúde, da segurança e do bem-estar animal».

José Carlos Rolo abordou a questão dos direitos animais, dos problemas dos maus tratos e do abandono, mas também da falta de responsabilidade e civismo dos donos, aproveitando para apelar às pessoas para que recolham os dejetos dos seus animais quando os vão passear na via pública ou nos jardins.

Outros parceiros do município tem sido as associações de defesa animal do concelho, nomeadamente a AGA, a PRAVI e a Pata Ativa, «bem como das famílias de acolhimento, que têm dado um enorme contributo para a criação do Plano que deram origem aos projetos agora apresentados».

Já Paulo Freitas, presidente da Assembleia Municipal, salientou a forma como o projeto foi pensado, «com todos os pormenores, ao nível da arquitetura, da engenharia e sob o ponto de vista prático. É um projeto holístico e fico orgulhoso por ser concretizado em Albufeira».

 

 



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