A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) estabeleceu um protocolo com a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) e as cinco Direções Regionais de Cultura (Norte, Centro, Alentejo e Algarve) para valorizar o acervo cultural e patrimonial das Santas Casas, mobilizando os idosos para um papel ativo no «fomento da cultura e história do país».
Ao abrigo desta parceria, que pretende contribuir para uma maior preservação e conservação do espólio patrimonial, mas também promover a sua divulgação enquanto veículo fortalecedor das raízes identitárias da população portuguesa, a UMP, a DGPC e Direções Regionais de Cultura vão desenvolver o projeto “Viver Património”.
Estas parcerias potenciarão igualmente a criação do “Museu Virtual das Misericórdias”.
«O projeto “Viver Património” assenta num programa de voluntariado que pretende mobilizar, por todo o país, a população sénior para a dinamização de atividades culturais em museus, monumentos e palácios, mas também para a abertura regular ao público de igrejas das Misericórdias», explica a UMP.
Logo que as condições sanitárias o permitam, «os voluntários que aderirem a este projeto vão ter uma formação nos domínios do acolhimento de visitantes e da valorização e manutenção do património».
O projeto “Museu Virtual das Misericórdias”, que está a ser projetado numa parceria entre UMP e Santa Casa de Lisboa, é uma plataforma multimédia que permitirá a promoção e divulgação do património das Misericórdias, com o objetivo de contribuir para um maior conhecimento da realidade das Santas Casas, bem como da sua missão e identidade secular.
Os protocolos agora assinados, que reforçam a parceria que já vinha a ser desenvolvida, representam um importante incremento ao trabalho que a UMP pretende realizar na valorização, recuperação e conservação do património imóvel, móvel e museológico das Misericórdias.
Neste contexto será reforçada também a estratégia de divulgação do património arquitetónico e histórico das Misericórdias em plataformas multimédia como a visitportugal.pt do Turismo de Portugal. A dinamização deste potencial arquitetónico e cultural das Misericórdias torna-se indispensável para a promoção da cultura local, para a criação de riqueza e coesão social do território.
A UMP estabeleceu também um protocolo de colaboração com a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), para fomentar uma maior qualificação dos arquivos das Misericórdias e integrá-los na Rede Portuguesa de Arquivos, através do Portal de Arquivos, promovendo a avaliação e tratamento dos acervos arquivísticos das Santas Casas.
As Misericórdias têm assumido a missão de salvaguardar, preservar e divulgar o seu património cultural, que contempla realidades de relevante interesse artístico, arquitetónico, arquivístico, etnográfico e imaterial.
No seu conjunto, as Misericórdias têm «um espólio significativo que reúne mais de 1000 imóveis de interesse histórico e arquitetónico, um total de 82 museus e núcleos museológicos e mais de 32.000 peças já registadas no processo de inventário do património móvel que está em curso. Assumem igualmente importantes manifestações de património imaterial o que lhes confere uma identidade própria e singular».
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