Empresários algarvios vão «continuar a lutar perante a crise»

«A retoma do turismo internacional vai mesmo acontecer», mas o «seu ritmo e consistência vão depender de vários fatores»

O NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve diz que os empresários «vão continuar a lutar» sem «baixar os braços perante a crise», até porque o Algarve tem «todas as condições para continuar a acreditar na importância do turismo» devido à sua «imagem consolidada e prestígio internacional». 

Numa nota enviada à imprensa, Vítor Neto, presidente do NERA, diz que os empresários do Algarve estão a sentir «na própria pele a gravidade da situação provocada pela quebra brutal do principal setor económico da região – o turismo – com impacto não só no alojamento e na restauração, mas em muitos outros setores, envolvendo milhares de empresas».

Para este responsável, impõe-se uma «abordagem inteligente, partindo de dados objetivos» porque «estamos perante uma crise global de um dos setores mais importantes da economia mundial (PIB, Receitas/Exportações, Emprego), liderado pelos países mais ricos e desenvolvidos do mundo, a começar pelos EUA, o que só prova a consistência económica de um setor com décadas de sucesso».

As quebras de cerca de 75% do turismo mundial, atingindo todos os continentes, «não deviam surpreender», confirmando-se «apenas um dos três cenários previstos em Maio pela OMT (Organização Mundial de Turismo) e a que não se deu importância em Portugal», acusa Vítor Neto.

Isto apesar de o NERA se ter «esforçado por sensibilizar os empresários, apelando à cautela tendo em conta precisamente esses cenários».

Para o presidente desta associação, é certo que «a retoma do turismo internacional vai mesmo acontecer», mas o «seu ritmo e consistência vão depender de vários fatores».

Vítor Neto traça dois cenários possíveis: um com uma «retoma moderada (de valor incerto) do turismo a partir do 2º semestre de 2021, com perspetiva de evolução positiva em 2022 e de atingir valores próximos de 2019, em 2023» ou outro, com uma «retoma ainda mais moderada, resultante de um quadro de contexto de controlo ainda difícil da pandemia, com um processo de retoma mais lento em 2021 e 2022 e que se prolongue ainda por 2023, podendo atingir apenas em 2024, valores próximos de 2019».

«Portugal para garantir um lugar de primeira linha neste processo tem de atingir níveis elevados de controlo da pandemia, não só no Algarve, mas em todo o país, que lhe garantam um estatuto e uma imagem de segurança sanitária dentro dos parâmetros exigidos internacionalmente», diz Vítor Neto.

«No atual contexto – extremamente complexo e recheado de incertezas – no combate e controlo da pandemia a nível internacional e nacional, as empresas em Portugal e em particular no Algarve, vão ter de continuar a resistir para se manterem em vida e a lutar para acompanhar o processo de retoma na velocidade que as circunstâncias exigirem», conclui.

 



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