Algarve já está a vacinar maiores de 80 anos fora dos lares

Até ao final da semana serão vacinadas 900 pessoas em Olhão e Portimão, onde está a decorrer um período de experimentação do sistema de marcação da vacinação contra a Covid-19

A D. Maria Olívia a ser vacinada contra a Covid-19 em Olhão – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

A vacina contra a Covid-19 começou hoje, segunda-feira, a ser administrada a maiores de 80 anos residentes no Algarve que não vivem em lares de idosos, numa nova etapa do processo de vacinação, que também inclui pessoas com mais de 50 anos, mas com comorbilidades associadas e doenças crónicas.

Para já, e pelo menos «até meados da próxima semana», «está a decorrer um período de teste do sistema de mensagens e de agendamento das vacinas», no qual apenas estão envolvidos os Centros de Saúde de Portimão e Olhão, explicou aos jornalistas Paulo Morgado, presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve,

Mas, assim que o método estiver afinado, dentro de alguns dias, «o processo será alargado a toda a região», revelou aos jornalistas o mesmo responsável.

Até final da semana, serão inoculados 900 idosos com a primeira dose da vacina da Pfizer. Hoje, o primeiro dia desta campanha de vacinação nos centros de saúde, serão vacinadas, no total, 120 pessoas.

Este período de experimentação do sistema será fundamental para alargar a toda a região a vacinação destes dois grupos – maiores de 80 anos e maiores de 50 com comorbilidades e doenças de risco.

«Temos, neste momento, no Algarve, cerca de 25 mil pessoas em condições de ser vacinadas, nesta fase. Nós temos capacidade de vacinar centenas ou mesmo milhares de pessoas na região, por dia, pelo que estamos apenas dependentes da quantidade de vacinas», segundo o responsável máximo pela ARS do Algarve.

 

Vacinação contra a Covid-19 no Centro de Saúde de Olhão – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Joaquim Horta Correia, de 91 anos, foi dos primeiros a ser inoculado, hoje de manhã, no Centro de Saúde de Olhão. O engenheiro agrónomo reformado não escondeu a satisfação pelo processo que, disse, foi rápido e eficiente.

«Entrei às 10h50 e fui logo atendido. Não parei! Só tive de ficar parado depois, durante meia hora», o período obrigatório de descanso após a vacinação, para monitorizar eventuais efeitos adversos, descreveu.

«Foi tudo muito rápido, muito normal. Até fiquei impressionado, porque vejo na televisão o contrário», comentou.

Este utente foi avisado no domingo por intermédio de uma das filhas, o contacto que a Autoridade de Saúde tinha. «Hoje vim cá com esta minha outra filha, com quem vivo. Fiquei muito contente de ser chamado», confessou.

A D. Maria Olívia tem 90, menos um ano que o Sr. Joaquim, mas também se mostra cheia de vivacidade e bem disposta. Acede, com gosto, em posar para as câmaras enquanto é vacinada. «Já está?», pergunta assim que percebe que a seringa já não está no seu braço.

«Não custou nada, é uma vacina como as outras», garantiu.

 

Maria Olívia – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Maria Olívia foi vacinada passava pouco tempo do meio dia, apesar de, originalmente, ter marcação para as 16h00. «Telefonaram a perguntar se podia vir já e eu vim», explicou.

Uma vez que as vacinações, da parte da manhã, correram de forma célere, foi possível começar a chamar logo da alguns dos utentes que eram para vir à tarde.

É, de resto, para agilizar todo este processo, que está a decorrer esta primeira fase piloto, em Olhão e Portimão e que se foca apenas nos mais idosos.

Estes utentes têm vindo a ser contactados por via telefónica, tendo em conta que «as pessoas com mais idade tem maior dificuldade em usar ou nem sabem mexer em telemóveis», mas a ideia é apostar forte nos SMS.

«Nós estamos a testar um novo sistema de agendamento e marcação, que inclui a marcação direta por SMS. O utente recebe uma mensagem do número 2424, logo com uma proposta de agendamento. Se disser que sim ao SMS, a vacina fica automaticamente agendada», explicou Paulo Morgado.

«Este é um sistema novo que, obviamente, vem facilitar o trabalho dos nossos serviços, porque uma parte das pessoas fica logo agendada e não há necessidade de telefonar ou mesmo estar a enviar convocatória por carta», acrescentou.

Ou seja, apesar do sistema que está agora a ser testado se basear, preferencialmente, nos SMS, «temos sempre de ter um sistema misto, para acautelar todas as situações e não deixar ninguém de fora».

Mais tarde, quando o processo de vacinação em massa começar, «provavelmente iremos abrir, em articulação com os municípios, centros de vacinação dispersos pela região», rematou Paulo Morgado.

 

Fotos: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

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