São Brás e Universidade do Algarve juntam-se para reeditar obra de José Dias Sancho

Advogado, poeta e ficcionista, José Dias Sancho nasceu em São Brás de Alportel a 22 de Abril de 1898, tendo falecido, em Faro, a 11 de Janeiro de 1929.

A obra de José Dias Sancho, poeta e ficcionista são-brasense, vai ser reeditada até 2024, na sequência de uma parceria formalizada esta segunda-feira, 11 de Janeiro, pela Câmara de São Brás e a Universidade do Algarve (UAlg).

A parceria foi formalizada na Biblioteca Municipal Dr. Estanco Louro, marcando este «momento especial no início do ano em que celebra 20 anos de atividade contínua ao serviço da comunidade, na defesa da cultura e dos autores são-brasenses».

O acordo foi assinado por Paulo Águas, reitor da UAlg, e por Vítor Guerreiro, presidente da Câmara de São Brás, num breve momento testemunhado por José Uva, sobrinho neto de José Dias Sancho.

A parceria formalizada tem na sua génese o trabalho de investigação que a professora da Universidade do Algarve Sílvia Quinteiro tem vindo a desenvolver ao nível nas múltiplas possibilidades de interseção entre as áreas científicas da Literatura e do Turismo.

A docente considera «ser de elevado interesse o estudo e divulgação da obra de José Dias Sancho, através de uma edição atualizada da obra deste autor são-brasense, de modo a que esta esteja acessível ao público em geral, assim como a professores, estudantes e investigadores».

O acordo prevê que os seis livros estejam publicados até ao final de 2024, estando para breve a publicação do primeiro volume.

Advogado, poeta e ficcionista, José Dias Sancho nasceu em São Brás de Alportel a 22 de Abril de 1898, tendo falecido, em Faro, a 11 de Janeiro de 1929.

Aos 16 anos, escreveu para uma festa do Liceu “A Ceia dos Cábulas”, uma paródia à “Ceia dos Cardeais do Senhor Júlio Dantas.

Anos mais tarde, voltou à crítica da obra de Júlio Dantas no livro “Ídolos de Barros” (2º volume).

Foi um dos fundadores do Correio do Sul e colaborou com muitos jornais da região, nomeadamente na Folha de Alte, na Vida Algarvia e na revista Costa de Oiro, de Lagos, onde, entre outros trabalhos, publicou o conto infantil “No Reino dos Bonecos”.

Em Lisboa, escreveu para o Diário de Notícias, para o Diário de Lisboa, para o Século e para “A Situação”, de que foi diretor. Enquanto estudante universitário da Faculdade de Direito, em Lisboa, colaborou no Académico, um jornal quinzenário defensor dos interesses académicos.

Licenciou-se em 1926, mas não chegou a exercer advocacia. Foi oficial nomeado nos Registos Civis de Ourique e de São Brás de Alportel.

Casou com Maria Helena Pousão Pereira Dias Sancho, filha do poeta João Lúcio, com quem teve uma filha, Maria Lúzia a quem é dedicado o conto “El-Rei-bébé”.

À data da sua morte, a 11 de Janeiro de 1929, era Conservador do Registo Civil de Faro.

A Câmara de São Brás de Alportel atribuiu o seu nome a uma das principais artérias da vila e imortalizou a sua poesia numa das fontes do concelho: a Fonte da Silva.

Da prosa típica e genuinamente algarvia, poeta romântico, a sua obra literária marca um dos valores mais notáveis da moderna geração, merecendo da crítica portuguesa, as mais lisonjeiras referências, considerado entre os grandes da literatura: Cândido Guerreiro, Ferreira de Castro, Sousa Costa e Norberto Araújo.

“Canções de Amor”, coletânea de poesias, “Serenata de Mefistófeles”, obra de poesia satírica em quadras, “Deus Pan”, contos rústicos, “El-Rei Bebé”, dedicada à sua filha, e o romance “Bezerros de Ouro” são alguns dos livros que publicou.

 

 



Comentários

pub