Presidente da República diz que é «preciso agir e drasticamente» contra a pandemia

Comunicação ao país de Marcelo Rebelo de Sousa

«O que fizermos todos, poderes públicos solidários e portugueses, até Março, inclusive, determinará o que vai ser a Primavera, o Verão e quem sabe o Outono. Joga-se tudo nas próximas semanas» avisou hoje o Presidente da República, na sua comunicação ao país, depois de o Parlamento ter renovado o estado de emergência até 14 de Fevereiro.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que esta é a «pior situação que vivemos desde Março [de 2020]», sendo «preciso agir e drasticamente» contra a pandemia.

Depois de, nas últimas renovações do estado de emergência, ter decidido apenas escrever uma nota no site oficial da Presidência, desta vez o Chefe de Estado voltou às televisões em horário nobre para dizer que«este é de longe o período mais difícil da pandemia», já que Portugal tem «dos mais elevados números da Europa», de tal forma que a pressão sobre as estruturas da saúde é «extrema».

O número de mortes «cresce a um ritmo inimaginável» e, «com ele, cresce a perigosa insensibilidade à vida e à morte, mesmo de familiares, amigos, vizinhos, companheiros da vida», salientou Marcelo. «Com essa insensibilidade, cresce ainda a negação do vírus, da sua gravidade, da necessidade do estado de emergência ou até do confinamento», alertou.

Só que estas negações não resolvem «a multiplicação dos mortos, as esperas infindáveis por internamentos, o sufoco nos cuidados intensivos, o sofrimento de doentes Covid e não-Covid», advertiu.

«O que verdadeiramente importa, nestes momentos mais difíceis, é manter o rumo, não perder a determinação, não perder a capacidade de resistir, de melhorar e de agir», sublinhou ainda o Presidente da República, apelando a que todos sejam «mais estritos, mais rigorosos, mais firmes no que fizermos e não fizermos. Ficar em casa. Sair só no imprescindível e com total proteção pessoal e social. Só assim será efetivamente viável testar a tempo e diminuir a disseminação do vírus».

Quanto às escolas, Marcelo avisou ser preciso estar «preparado para confinamento e ensino à distância mais duradouros do que se pensava no início desta escalada». Defendeu ainda ser necessário «usar o controlo de fronteiras na entrada e na saída» do país.

O Presidente reconheceu que as medidas do estado de emergência têm um «custo brutal», ainda que, «de longe, muito inferior» a uma maior destruição de vidas e do tecido económico.

A notícia, divulgada nos últimos dias, de que os responsáveis políticos poderão ser vacinados com prioridade contra a covid-19, gerando críticas em todos os quadrantes, também não ficou de fora do discurso do Presidente. «Ninguém de bom senso quereria fazer passar centenas ou um milhar de titulares de cargos políticos ou funcionários, por muito importantes que fossem, de supetão, à frente de milhares de idosos, com as doenças mais graves, e, por isso, de mais óbvia prioridade», sublinhou. Ao invés, defendeu, «temos de continuar a vacinar sempre, melhor e ainda mais depressa» e «sem criar especulações que nos enfraqueçam».

A terminar, o Chefe de Estado interroga: «Portugueses, será que ainda vamos a tempo?». E responde: «Claro que ainda vamos a tempo. Mas este é o tempo de todos, portugueses e poderes públicos, fazermos melhor».

 

 

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