Pároco de Tavira lembra «grave situação» da Covid-19 no concelho e pede responsabilidade

Com 197 casos ativos e um aumento de infeções provocada por dois surtos – num lar e num ginásio -, Tavira «enfrenta uma grave situação»

Foto: Flávio Costa | Sul Informação – Arquivo

O padre Miguel Neto, pároco de Tavira, lembrou, numa mensagem divulgada esta sexta-feira, 1 de Janeiro, a «grave situação» vivida no concelho, devido ao aumento de casos de Covid-19, pedindo responsabilidade em «cumprir comportamentos que impeçam a propagação da doença». 

No Dia Mundial da Paz, que se assinala a 1 de Janeiro, o pároco de Tavira lembrou que «a necessidade de paz existe em todos os lugares do mundo» – e não só onde há conflitos armados, como África, Ásia ou América Latina.

«A paz não é um conceito teórico: é um conceito que se concretiza nas nossas ações e atitudes, que se concretiza na nossa vida individual e comunitária e o estilo de vida ocidental não é um estilo de vida marcado pela paz, ao contrário do que possamos pensar. Este ano ensinou-nos precisamente isso: um pequeno gesto nosso, uma pequena falha nossa pode provocar uma imensidão de problemas aos outros que estão à nossa volta, que partilham a vida na mesma cidade que nós. Pode fazer perigar a paz ou mesmo pôr-lhe fim», lê-se na mensagem.

Com 197 casos ativos e um aumento de infeções provocada por dois surtos – num lar e num ginásio -, Tavira «enfrenta uma grave situação».

«Pensamos que todos temos um comportamento adequado e cuidadoso, mas, se o tivéssemos, não estaríamos a sofrer e a viver com números tão tristes relativos à pandemia. Isto mostra que o nosso comportamento tem influência na vida dos outros, na paz social, na forma como nós vivemos em sociedade. A obrigação do cristão não é a sua vivência individual de Fé, mas a sua vivência comunitária, traduzida em atos concretos a favor do próximo e isso implica a preocupação com o bem comum, com a paz, com a verdadeira paz», diz o padre Miguel Neto.

«É, pois, a hora em que devemos procurar promover entre nós a tranquilidade e implementar os gestos que nos garantam que todos somos capazes de respeitar os outros, de lhes dar segurança, de cumprir comportamentos que impeçam a propagação desta doença. Não nos deve preocupar a instantaneidade de um fogo de artificio, que já ninguém recorda no dia seguinte, mas um compromisso interior, gerador de uma breve e perene atitude, que pode fazer com que o outro não adoeça, não pereça e fique entre nós, contribuindo para a eternidade do nosso povo. É imprescindível seguir as indicações das autoridades de saúde», acrescenta.

O apelo do pároco é, por isso, que todos «sejamos verdadeiros construtores da paz, da paz que protege e que cuida, da paz que nos garantirá sorrisos e festas no futuro, porque já todos estaremos bem e poderemos voltar aos abraços e à partilha dos afetos e dos momentos».

«Rezo, pedindo a Santa Maria, que hoje se celebra e a S. João, padroeiro de Tavira, que nos ajudem, mas sobretudo que nos façam tomar consciência de que a nossa oração deve ter um resultado prático concreto, uma mudança de atitude, olhando para a nossa vida e pensando que agora, neste momento, o melhor para o bem comum é não festejar em grandes grupos, não ir a jantares, usar máscaras, desinfetar as nossas mãos, manter o distanciamento social, ser responsável e construtor da autêntica paz», conclui a mensagem do sacerdote.

 



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