Maria João Bebianno é a única portuguesa a integrar comissão de peritos que avaliou estado do oceano

Este segundo relatório, que identifica problemas e soluções, tendo em conta a evolução do estado do ambiente marinho a partir de 2015, foi aprovado no final de 2020, em reunião da Assembleia Geral da ONU

Foto de arquivo

Maria João Bebianno, professora catedrática da Universidade do Algarve (UAlg) e coordenadora do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA), é a única portuguesa a integrar um grupo de 25 peritos nomeados pela Organização das Nações Unidas (ONU), que participaram na elaboração do segundo Relatório do Estado do Oceano, aprovado recentemente.

Este segundo relatório, que identifica problemas e soluções, tendo em conta a evolução do estado do ambiente marinho a partir de 2015, foi aprovado no final de 2020, em reunião da Assembleia Geral da ONU.

Da UAlg participaram ainda Alice Newton, investigadora do CIMA, no capítulo sobre o impacto das alterações da introdução de nutrientes no meio marinho, e Sérgio de Jesus, professor catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologias, na parte sobre o ruído no oceano.

Este segundo relatório inclui uma avaliação das alterações que ocorreram no oceano desde a elaboração do primeiro relatório, contribuindo diretamente para que possam vir a ser alcançados os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU.

Segundo a Universidade do Algarve, «indica temas relevantes para a ciência dos oceanos e para o seu Desenvolvimento Sustentável, tendo em conta os objetivos societais da década, incluindo uma importante contribuição para conhecer e limpar o oceano, explorá-lo de uma forma sustentável, quer para fins alimentares, quer para o uso económico, promovendo a sua segurança e a dos ecossistemas marinhos».

Para Maria João Bebianno, este relatório reveste-se de primordial importância porque «faz uma avaliação mundial do estado do oceano, em todas as suas vertentes, desde o impacto das atividades humanas no oceano e do oceano na saúde humana, passando pela vertente ambiental, até à identificação do impacto da exploração dos recursos não biológicos (recursos minerais, petróleo e energia)».

O mesmo relatório «indica ainda qual o atual conhecimento do oceano, o que falta e é urgente conhecer, bem como as lacunas existentes em formação nas diferentes áreas do conhecimento e da tecnologia, necessárias para que melhor se possa gerir o oceano à escala global».

A coordenadora do CIMA lembra, por fim, «que há uma grande preocupação mundial com a diminuição da qualidade do estado do oceano, que cobre 70% do nosso planeta e corresponde a 95% da biosfera», realçando ainda que «qualquer alteração que nele é produzida tem influência no clima, na vida na terra e nos ecossistemas marinhos».

 



Comentários

pub