Três doentes não-covid, vindos do serviço de Medicina Interna do hospital de Portimão, serão hoje transferidos para o primeiro andar do Hospital de São Gonçalo, em Lagos, onde esta quinta-feira abre uma extensão do internamento e do Bloco Operatório, gerida pelo Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA).
No total, a nova ala de internamento, que ocupa agora parte do edifício do hospital privado, tem capacidade para 26 doentes, sendo essa a sua «lotação máxima oficial», como disse ao Sul Informação a médica Ana Baptista, coordenadora do serviço.
Por seu lado, Ana Castro, presidente do Conselho de Administração do CHUA, explicou, que «estas 28 camas que vamos poder utilizar para doentes não-covid permitem-nos transferir doentes do hospital de Portimão para aqui».
Essa transferência garante a libertação de espaço no hospital de Portimão para a resposta aos doentes com covid e assim «ganhar mais margem para reorganizar os serviços, sobretudo aquele que nos tem preocupado mais, que são os Cuidados Intensivos», acrescentou.
Esta medida de expansão da capacidade de internamento hospitalar, traduzida pela abertura de enfermarias e bloco operatório, acompanhadas pela equipa clínica do próprio Centro Hospitalar Universitário do Algarve, tem, assim, como objetivo continuar a garantir a resposta nas restantes especialidades e libertar, simultaneamente, vagas nos hospitais de referência para aumento da resposta de Cuidados Intensivos e para doentes mais diferenciados.
Toda a logística hospitalar, gestão clínica dos espaços e acompanhamento aos doentes no novo espaço é garantida pelas equipas de profissionais do CHUA.
Paulo Neves, vogal do Conselho de Administração do CHUA, garantiu ao nosso jornal que a expansão do internamento para o novo espaço em Lagos não cria problemas de recursos humanos. «No fundo, o serviço que antes estava instalado no hospital de Portimão transfere-se para aqui, trazendo os seus médicos, enfermeiros e doentes», explicou.
Paulo Morgado, presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, acrescentou que «houve uma estratégia de antecipação para reforçar os recursos humanos ao longo do Verão, quer por parte da ARS, quer do CHUA. No total, desde a 1ª vaga, foram contratados mais 700 profissionais de saúde» na região algarvia.
Ao contrário do Hospital de Santa Maria, em Faro, uma unidade privada que estava fechada e reabriu esta semana também para acolher doentes não-covid do CHUA, tendo sido cedida ao Serviço Nacional de Saúde de forma gratuita, a ARS Algarve pagará agora 30 mil euros por mês pela utilização de todo o primeiro piso (enfermarias mais bloco operatório) do Hospital de São Gonçalo, em Lagos.
César Santos, administrador do Grupo HPA Saúde, proprietário da unidade hospitalar privada, em declarações ao Sul Informação, sublinhou que aquele grupo empresarial «tem no seu ADN dar apoio sempre que é chamado, por isso cá estamos».
«Em Abril, no auge da 1ª vaga da Covid-19, tivemos aqui a funcionar, no São Gonçalo, um hospital Covid. Em Maio, quando deixou de ser necessário, retomámos a atividade normal, à exceção dos internamentos. Com o turismo em baixo, não tínhamos este internamento a funcionar, pelo que pudemos agora dispensar esta área ao SNS», referiu.
A nova ala para doentes não covid gerida pelo CHUA ocupa todo o primeiro andar do Hospital de São Gonçalo de Lagos, que, no entanto, continua a funcionar em pleno (consultas, atendimento permanente, exames) no piso térreo. «Atendemos aqui, no Hospital de São Gonçalo, 400 a 500 pessoas por dia», revelou César Santos.
«Continuamos a funcionar em pleno, apenas transferimos todas as cirurgias de ambulatório que eram cá feitas para a nossa unidade de Alvor», concluiu.
Esta tarde, ainda antes de entrarem no novo internamento do CHUA os primeiros três doentes vindos do hospital de Portimão, houve uma bênção das instalações pelo Padre Abílio Almeida, pároco de Lagos.
O momento de abertura das novas instalações, que o nosso jornal acompanhou, contou com a presença dos membros do Conselho de Administração do CHUA, dos presidentes da ARS Algarve e da Câmara Municipal de Lagos, bem como de administradores do Grupo HPA Saúde.
Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação
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