O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) lamentou que “só hoje” o Ministério da Saúde tenha mandado realizar uma lista de “suplentes” prioritários para vacinação contra a Covid-19 para evitar a má utilização das vacinas.
O Ministério da Saúde considerou hoje “inaceitável” qualquer utilização indevida das vacinas, alertando que este ato pode ser “criminalmente punível”, e pediu à ‘Task-Force’ que prepare uma lista de outras pessoas prioritárias a quem poderão ser administradas caso a pessoa inicialmente definida não a possa tomar, uma situação que deve ser devidamente reportada.
“A nossa surpresa é só agora, mais de seis meses depois de se saber que se iria realizar um plano de vacinação, que o Ministério da Saúde tenha obrigado a que uma coisa básica seja posta no terreno”, disse à agência Lusa o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha.
Para o dirigente sindical, esta situação é “muito simples” de resolver: “Havendo, por exemplo, 30 vacinas disponíveis numa instituição, o que se tem de fazer é criar uma bolsa de suplentes para esse lote de vacinas”.
Isto porque pode haver um imprevisto e a pessoa que estava para ser vacinada não poder e chama-se um suplente e a outra pessoa será vacinada noutra altura, explicou Roque da Cunha, sublinhando que assim “não haverá desperdício de vacinas”.
“Mas mais vale tarde do que nunca e mais uma vez apelamos que se planeie, que se trabalhe e que se evite a propaganda política em relação às vacinas”, defendeu.
Jorge Roque da Cunha apelou ainda ao Ministério da Saúde que publique o número de vacinas por locais e a previsão, ainda que aproximada, de quando se irá completar a vacinação prioritária dos profissionais de saúde nos hospitais e centros de saúde.
Para Roque da Cunha, “é fundamental que, num processo onde há carência de vacinas, onde as farmacêuticas estão a atrasar-se com os prazos que se comprometeram, onde há uma grande pressão para vacinar o mais rapidamente possível para debelar a pandemia, exista clareza, transparência e seriedade”.
Por isso, apelou ao Ministério da Saúde que publique o número de vacinas por locais e a previsão, ainda que aproximada, de quando se irá completar a vacinação prioritária dos profissionais de saúde por hospitais e centros de saúde.
“Só dessa forma poderemos demonstrar que só pouco mais de um terço dos profissionais de saúde” fizeram primeira dose da vacina nos grandes hospitais e centros de saúde e que na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Cruz Vermelha e SAMS ainda não há data prevista para vacinação, assim como nos consultórios privados.
O Ministério da Saúde determinou hoje que “a ‘Task-Force’ reforce instruções para que as entidades responsáveis pela operacionalização do plano preparem, de antemão, uma lista de outras pessoas prioritárias a quem poderão administrar as vacinas, no caso de impossibilidade superveniente de alguma das pessoas inicialmente definidas, devendo, ainda, tal circunstância ser devidamente reportada”.
O comunicado do Ministério da Saúde surge depois de terem sido conhecidas situações de pessoas que não estariam entre os grupos prioritários da primeira fase de vacinação.
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