10 anos do “novo” Cineteatro Louletano assinalados com concerto de Mário Laginha

O pianista tem raízes em Loulé

A 1 de Fevereiro de 2011, foi ele o primeiro a subir ao palco após as obras de reabilitação. Agora, 10 anos depois, voltará a ser Mário Laginha o artista convidado, mas, desta vez, para assinalar uma década da reinauguração do Cineteatro Louletano. O concerto, devido à pandemia, será apenas online. 

O pianista, com raízes em Loulé, vai-se deslocar ao Algarve em trio para um concerto online, a partir das 19h00, com os também consagrados Bernardo Moreira e Alexandre Frazão.

Este concerto é o resultado de uma residência artística que decorreu na cidade em Julho de 2020, onde o trio de músicos de jazz apresentará temas inéditos do seu novo álbum bem como um novo videoclipe gravado em Loulé, uma obra que cumpre com dois objetivos: dar “rosto” a um tema e fazer chegar a mais pessoas através do vídeo este território que Laginha traz no coração:

«A verdade é que sinto que tenho muitas raízes aqui e curiosamente, com o passar dos anos, parece que essas raízes me chamaram. Chego cá e parece que conheço isto tudo. Conheço pessoas, ando na rua e tal como já aconteceu, uma senhora disse-me: “tu só podes ser filho da Maria José”. A Maria José era a minha mãe e isso é muito tocante: uma pessoa ir na rua e alguém me dizer que foi colega da minha mãe», salienta o pianista e compositor Mário Laginha.

Para assinalar a efeméride, que coincide com o dia da Cidade de Loulé, além do concerto online (via Facebook do Cineteatro Louletano), está previsto também o lançamento do novo videoclipe do trio, intitulado “Muirapuama”, bem como a criação de uma curta animação de vídeo que retrata os 10 anos da programação da sala de espetáculos e ainda o lançamento da rubrica “Em palco…”, onde a equipa do Cineteatro se apresenta.

Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, considera a realização deste concerto como «um ato simbólico, numa autarquia e num equipamento cultural que, nestes tempos de pandemia, têm ousado fazer Cultura em segurança, contribuindo para a dignidade dos profissionais da cultura. 10 anos de um equipamento que é uma referência a Sul e que a todos nos orgulha, um espaço que está na memória de muitos de nós como local de encontro e de partilha».

«Que venham mais 10 anos a fazer a diferença na região!», acrescenta o autarca..

O importante papel do Cineteatro Louletano não é de agora: a sala, inaugurada em 1930, foi propriedade de e gerida por privados durante décadas, passando por fases mais ou menos conturbadas, atravessando uma guerra mundial (1939-1945) e uma Revolução (Abril de 1974).

O equipamento – uma das salas de espetáculos mais antigas do Algarve – tem sido central na vida dos louletanos e, de uma forma mais abrangente, de todos os algarvios, não só pelos eventos que acolhe mas «também, desde 2014, por um papel ativo na implementação de políticas culturais que extravasam o próprio espaço: é o caso das residências artísticas que permitem aos artistas locais e nacionais pensarem e produzirem Cultura, que depois se expande e circula pelo território nacional».

Um dos casos mais recentes é o de Cristina Branco, que criou numa residência em Loulé em 2019 o seu novo trabalho, concerto que depois circulou em digressão pelo país a par de vários videoclipes gravados localmente.

 



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