Universidade do Algarve soube «criar condições» para funcionar em segurança

Na 11.ª semana de aulas, a última de 2020, Paulo Águas faz um balanço bastante positivo

Paulo Águas, reitor da Universidade do Algarve (UAlg), fez, esta quarta-feira, 16 de Dezembro, na cerimónia comemorativa do 41º aniversário da UAlg, um balanço positivo de como a academia algarvia se conseguiu adaptar às novas circunstâncias impostas pela Covid-19. 

Na opinião do o reitor, a capacidade de resposta dada pela instituição destaca-se a todos os níveis. «A capacidade de adaptação, associada a um elevadíssimo empenho de toda a comunidade académica, sem exceção, foram decisivos para continuarmos a desenvolver a nossa atividade», disse.

Na 11.ª semana de aulas, a última de 2020, Paulo Águas faz um balanço bastante positivo.

«Conseguimos criar as condições para um funcionamento em segurança, reconhecendo que o cumprimento das recomendações por parte de toda a comunidade (estudantes, docentes, investigadores e funcionários não docentes), nomeadamente o distanciamento físico, o uso de máscara e a higienização, tem sido crucial para impedir cadeias de transmissão a partir de contactos realizados nos espaços da Universidade».

Sem deixar de elencar todos os agentes envolvidos neste processo, o reitor deixou claro no seu discurso que todos têm sido capazes de responder aos desafios provocados pela crise pandémica.

 

 

Em relação às principais atividades e resultados alcançados, Paulo Águas centrou-se nos quatro objetivos estratégicos definidos para o mandato reitoral 2017-2021.

No que se refere ao primeiro objetivo (Ensino), “Aumentar o número de estudantes e de diplomados, com boa integração no mercado de trabalho, para os vários níveis de formação”, tal verificou-se em 2019/20, com o número de inscritos a voltar a aumentar (+3%), ultrapassando-se os 8 mil estudantes de grau, o que não acontecia desde 2011/12. Este foi o quarto ano consecutivo de crescimento.

«Importa realçar que entre 2015/16 e 2019/20 o crescimento na UAlg foi praticamente o dobro do verificado a nível nacional. Precisamente o oposto do que ocorreu no período de 2010/11 a 2015/16, em que o nosso decrescimento superou em mais de duas vezes a quebra ocorrida a nível nacional», disse.

Já no que concerne ao número total de diplomados, em termos globais, «também aumentou em 2018/19, sendo espectável que o mesmo possa ocorrer em 2019/20, devido ao crescimento do número de estudantes que tem vindo a acontecer desde 2015/16».

Quanto ao segundo objetivo estratégico, centrado na Investigação & Transferência, o reitor salientou que «os vários procedimentos concursais a decorrer permitirão que, muito em breve, se possa atingir 90 contratos com investigadores».

Sobre este ponto, o reitor não quis deixar de referir o reconhecimento de algumas áreas científicas por parte de rankings internacionais, nomeadamente, as Ciências da Vida, as Ciências da Saúde, a Economia e Gestão, as Ciências Sociais e as Ciências Físicas no ranking da Times Higher Education; e as áreas do Turismo, Oceanografia e Ecologia, Ciências Agrárias e Ciências Farmacêuticas no ranking de Shangai.

 

 

Quanto ao terceiro objetivo estratégico, “Aumentar o impacto da Universidade na Sociedade”, relativo às relações com a Comunidade, este ano, o impacto da Universidade do Algarve na sociedade ficou marcado pelo seu envolvimento no combate à pandemia da Covid-19.

«O envolvimento da UAlg foi notório, quer direta, quer indiretamente, através do ABC – Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve, consórcio entre a UAlg e o CHUA, que se encontra sedeado no Campus de Gambelas», diz a UALg.

Mas, Paulo Águas referiu ainda que esta mobilização e participação não se circunscreveu à medicina. «Estudantes de Ciências Farmacêuticas estiveram envolvidos na produção de gel desinfetante, estudantes de Ciências Biomédicas Laboratoriais nas recolhas realizadas do Drive Thru do Estádio Algarve, e muitos outros estudantes participaram em ações de voluntariado», exemplificou.

Fora da pandemia, a Universidade do Algarve foi palco de um acontecimento de relevância global: a reunião do Grupo de Trabalho II do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas e participou no Comité Insular da Ilha da Culatra, inserido na iniciativa Culatra 2030 (Comunidade Energética Sustentável), continuando a ter como bandeira a Salvaguarda da Dieta Mediterrânica e o Voluntariado, entre outras iniciativas.

No último objetivo estratégico, relativo à Governança, o reitor traçou como meta “aumentar o grau de satisfação dos stakeholders”.

Sendo o exercício da Governança realizado por pessoas e para pessoas, é fortemente condicionado pela disponibilidade de recursos financeiros.

«Desde 2015 que não transitamos saldo e necessitámos de reforços extraordinários em 2016 e em 2018», disse. Contudo, «em 2020, atingiremos o valor de execução orçamental mais elevado dos últimos 10 anos, ultrapassando os 56 milhões de euros, representando um crescimento superior a 3% face ao ano anterior», explicou o reitor.

«Embora a situação permaneça frágil, os resultados alcançados mostram que temos vindo a melhorar, que estamos no caminho certo, um caminho de mais rigor; mais atividade; mais eficiência».

Em tempos de avaliação do caminho percorrido, entre os resultados alcançados, Paulo Águas não esqueceu a contratação de todos os trabalhadores precários regularizados no âmbito do PREVAP, que manifestaram vontade de o fazer, totalizando as 48 regularizações.

 

 

Vítor Neto, presidente do Conselho Geral da UAlg, aproveitou a oportunidade para salientar «o reconhecimento pela obra realizada, que muito nos honra e orgulha». Como presidente do Conselho Geral, e também como cidadão, considerou que «temos de nos preparar para um novo quadro, que não sabemos qual é, que a todos vai afetar: País, Algarve, Economia, Sociedade, pensando em primeiro lugar nos jovens, futuro da nossa Terra».

Em representação dos funcionários não docentes, Graça Rafael, assistente social há 25 anos nos Serviços de Ação Social da UAlg, centrou o seu discurso na missão da Ação Social: «criar as condições para que todos os jovens tenham a oportunidade de frequentar o ensino superior, proporcionando uma mudança social junto das famílias mais carenciadas e vulneráveis e contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa».

Graça Rafael relembrou ainda que, justa ou injustamente, os funcionários não docentes sentem, por vezes, «um sentimento de desvalorização, de invisibilidade» e que não são lembrados nem reconhecidos pelo trabalho que realizam.

«É importante referir a relevância dos funcionários não docentes, pois o sucesso de muitas iniciativas da Universidade do Algarve também depende do seu trabalho, dedicação e empenho».

Raquel Jacob, presidente da Associação Académica, em representação dos estudantes, lembrou que só a insatisfação motiva o progresso, reconhecendo que existe ainda um largo caminho a percorrer. «Caminho esse que será mais profícuo se caminharmos juntos».

Porém, assegurou que «os estudantes, nunca serão parte do problema: almejarão ser sempre uma parte contributiva e essencial da solução».

Em representação dos docentes, Cátia Martins, docente da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, e coordenadora do grupo de voluntariado da UAlg, o UAlg V+, focou o seu discurso na área da Comunidade, realçando «um conjunto de reconhecimentos de iniciativas e participações, em que a UAlg teve, e tem, um papel de destaque e que muito nos afirma como Comunidade UAlg».

 

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