Novo Porto de Recreio de Faro ganha fôlego nas próximas semanas

Câmara já reformulou o projeto de modo a ir ao encontro da Decisão de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução (DCAPE) condicionada

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

O novo Porto de Recreio de Faro, situado na zona exterior da atual doca, deverá ter todas as condições para avançar nas próximas semanas, revelou ao Sul Informação Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro.

O município farense conta assumir muito em breve a responsabilidade sobre esta área da sua zona ribeirinha, atualmente sob jurisdição da Docapesca, e já elaborou um novo projeto para construção de uma marina que não esteja limitada pela linha férrea, que ultrapassa todas as questões levantadas na Decisão de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (DCAPE) e deve ter todos os pareceres favoráveis necessários «até final do ano».

«A Docapesca tinha feito, há anos, um estudo para um Porto de Recreio no exterior da atual doca, que foi aprovado e tem uma DCAPE com uma série de condicionantes», explicou o edil farense.

Estas questões levantadas pela Agência Portuguesa do Ambiente, que se prendiam, em grande parte, com o aterro preconizado no projeto da Docapesca, bem como o elevado preço da obra prevista no projeto original, levaram a que a obra não tenha avançado, até agora.

Entretanto, no processo de descentralização lançado pelo atual Governo, esta empresa pública acordou com a Câmara de Faro a delegação de competências em diversas áreas, nomeadamente a passagem da jurisdição desta zona para a autarquia.

 

Doca de Faro – Foto: Pablo Sabater | Sul Informação

 

Desta forma, e sabendo que iria passar a ser a responsável pelo local para onde está previsto o novo Porto de Recreio, a Câmara elaborou o seu próprio projeto.

«No âmbito da renovação da frente marítima, estamos a terminar os projetos da requalificação que vai desde o Parque Ribeirinho, junto ao teatro, até ao Largo de S. Francisco, sempre a Sul da linha de caminho de ferro. São dois projetos que estão a ser feitos por dois gabinetes distintos», disse ao Sul Informação Rogério Bacalhau.

A nova infraestrutura portuária insere-se no projeto a Poente, que começa na zona da doca e vai até ao Parque Ribeirinho.

«A nossa proposta contempla a construção de um Porto de Recreio muito mais simples, que integra as sugestões do DCAPE. Esse projeto já foi entregue à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, através da Docapesca – embora ele seja nosso-, já foi consultado pelas entidades e terá um parecer favorável, na medida em que ele cumpre, exatamente, o DCAPE», acredita o presidente da Câmara de Faro.

Ou seja, a Câmara de Faro ainda conseguirá aproveitar a decisão de conformidade ambiental emitida em 2016, que tinha validade «até ao dia 16 de Dezembro», prazo cuja extensão «a própria docapesca já pediu».

«Penso que será um processo natural, essa prorrogação, tendo em conta que há um novo projeto que cumpre os requisitos do DCAPE», disse o edil farense.

Rogério Bacalhau tem a expectativa de que «tanto o projeto do Porto de Recreio, como todos os outros, tenham pareceres favoráveis até ao final deste ano».

 

Projeto Porto Recreio de Faro

 

 

 

Isso leva-o a antecipar que «no próximo ano», se poderá «iniciar a requalificação da zona ribeirinha, incluindo o Porto de Recreio».

Só para construir a nova doca exterior, o presidente da Câmara de Faro estima que sejam necessários «4 a 6 milhões de euros», um valor, ainda assim, bem abaixo do que estava previsto inicialmente.

«O projeto original custava muito mais que isso, até porque tinha um aterro muito grande. Esse era o grande problema e havia muitas condicionantes. Nós abandonámos isso tudo e simplificámos as coisas», enquadrou.

Desta forma, está projetada «uma dragagem para a circulação dos barcos», associada a uma estrutura fixa que pouco acrescentará àquilo que já existe, «dado que está ali junto à linha, que tem a outra estrutura terrestre do outro lado».

«Mas depois, no espelho de água, será tudo fingers e coisas leves. O que vai ter ali vai ser uma dragagem para que a navegação possa ser feita mais facilmente, mas não tem o impacto que tinha a prevista no projeto original», assegurou Rogério Bacalhau.

 

Ajude-nos a fazer o Sul Informação!
Contribua com o seu donativo, para que possamos continuar a fazer o seu jornal!

Clique aqui para apoiar-nos (Paypal)
Ou use o nosso IBAN PT50 0018 0003 38929600020 44

 

 



Comentários

pub