Hospitais algarvios resolvem casos sociais e libertam dezenas de camas

A presidente do Conselho de Administração do CHUA revelou ao Sul Informação que as pessoas foram enviadas para unidades sociais de diferentes tipologias

Corredores da Urgência do Hospital de Faro vazios a uma sexta-feira – Foto tirada por Ana Castro, presidente do CA do CHUA

Dezenas de pessoas que estavam internadas nos hospitais do Algarve «há imenso tempo», por não terem outro local para onde ir, foram recentemente encaminhadas para instituições adequadas às suas necessidades revelou Ana Castro, a presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, em entrevista ao Sul Informação.

A nova administração dos hospitais algarvios criou «uma equipa com a Segurança Social que tem estado a funcionar lindamente» e, só até meados de Novembro, foi possível «tirar cerca de 40 pessoas do hospital que estavam aqui com casos sociais arrastados há imenso tempo».

Em causa, estão pessoas que estavam internadas no Hospital, não porque a sua condição de saúde assim o exigisse, mas por não terem outro local para onde ir – apesar de, em muitos, terem família, que apenas não os quer ou pode ter em suas casas.

«Neste momento, todas estas pessoas estão integradas em unidades da rede de cuidados continuados, lares ou comunidades terapêuticas, de acordo com a tipologia que cada um necessita», disse Ana Castro, numa entrevista ao nosso jornal, a primeira desde que tomou posse como presidente do CA do CHUA, onde falou de diversos temas, como a dificuldade crónica do Algarve em atrair médicos, mas também do que a fez aceitar gerir os hospitais algarvios e o que foi feito para enfrentar a 2ª vaga da Covid-19.

 

Ana Castro – Foto: Nuno Costa | Sul Informação

 

«Estamos a falar de doentes não Covid, que já estavam no hospital há imenso tempo, e temo-nos estado a organizar, com uma grande ajuda da Segurança Social. A articulação entre entidades tem sido muito boa, nomeadamente com a Segurança Social, que tem funcionado lindamente», disse.

Com a resolução destes casos sociais, o centro hospitalar conseguiu «libertar camas. Agora sim, vamos poder internar aqueles doentes que, antigamente tinham que ficar ali no corredor, e agora têm um sitio para ir condigno».

Esta semana, o CHUA revelou que já foi resolvida a larga maioria das situações de internamento por motivos sociais.

«De Março até ao início de Dezembro, as unidades hospitalares de Faro e Portimão registaram uma diminuição de 80 por cento, o que se traduz numa redução significativa do número de casos e, consequentemente, dos dias de internamento relativamente ao protelamento de alta por motivos exclusivamente sociais», precisou.

 

 

Ana Castro salientou, ainda, o facto de, nas primeiras sextas-feitas de Novembro, a urgência «não ter ninguém nos corredores. Em pandemia, termos uma urgência limpa acho que é uma coisa que nos devia orgulhar a todos aqui no CHUA, mas também aos algarvios, porque é sinal que eles estão a recorrer aos serviços que devem recorrer e que não vêm para a urgência sem necessidade», disse.

No entanto, salientou, isso não chegou às redes sociais nem aos jornais, como depressa acontece quando algo não está bem.

«Eu acho que as pessoas têm alguma dificuldade em reconhecer aquilo que os outros fazem de bom. E há muita coisa aqui que se faz muito bem. As pessoas gostam de falar, muito rapidamente, no caso que correu mal. E eu tenho pena disso. Às vezes, acho que os profissionais se sentem um bocadinho injustiçados porque a mínima coisa má dá muita noticia. As coisas boas nem sempre dão», desabafou.

 

 

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