Filas no Aeroporto de Faro à chegada dos voos do Reino Unido por causa dos testes à Covid-19

Hoje há 4 voos de Inglaterra a chegar e apenas 1 técnico de saúde para fazer os testes obrigatórios

Fila de passageiros no Aeroporto de Faro à espera de fazer o teste à Covid-19 – Foto: Sul Informação

Há já uma fila de cerca de 80 pessoas no Aeroporto de Faro, todos eles passageiros que chegaram no primeiro voo de hoje proveniente de Londres/Stanstead, à espera há mais de hora e meia para fazer o teste à Covid-19. Tudo porque há apenas um técnico de saúde para fazer os testes, segundo disse ao Sul Informação uma passageira.

O voo da Ryanair foi o primeiro do dia a chegar a Faro, preveniente do Reino Unido, tendo aterrado por volta das 16h22. Os passageiros, quase todos portugueses que regressam para passar o Natal, foram encaminhados primeiro para a fila dos passaportes, mas logo depois para outra, sem que lhes tivessem sido dadas explicações.

Acabaram por saber que teriam de fazer o teste, como foi determinado ontem pelo Ministério da Administração Interna. A questão é que, segundo uma passageira portuguesa, «há apenas um técnico de saúde, que até já pediu reforços, para testar toda esta gente». Resultado: cerca de hora e meia depois do avião ter aterrado em Faro, apenas tinham sido testadas três pessoas.

O problema é que esta noite se prevê a aterragem de mais três aeronaves provenientes do Reino Unido – uma às 18h20, vinda de Londres/Heathrow, outra de Liverpool (20h30) e a última de Manchester (21h30). «Todas estas pessoas vão ficar aqui em fila, acumuladas, sabe-se lá durante quanto tempo», salientou a mesma passageira.

«Há aqui pessoas com crianças, outras mais idosas, que estão aqui sem saber quando estarão despachadas. Algumas têm familiares à espera lá fora, outras estavam dependentes de transportes públicos, que já não vão conseguir apanhar», acrescentou a mesmo fonte.

Outra questão que está a causar mau-estar é o facto de cada teste custar 100 euros. «Nós somos uma família de cinco pessoas, eu, a minha mulher e os nossos três filhos e agora vamos ter de pagar 500 euros. Não somos ricos, somos emigrantes, gente que trabalha em Inglaterra, e 500 euros são muito dinheiro para nós», disse ao Sul Informação outro passageiro, também de nacionalidade inglesa.

Alguns dos passageiros até tinham feito teste no Reino Unido, alguns deles há dois dias. Só que, devido ao muito elevado número de casos que se tem verificado naquele país, hoje, segunda-feira, ainda não tinham recebido o resultado. Com voo marcado, só lhes restou fazer a viagem.

 

Fila de passageiros no Aeroporto de Faro à espera de fazer o teste à Covid-19 – Foto: Sul Informação

Fonte da Administração Regional de Saúde disse ao Sul Informação que a responsabilidade pela organização dos testes nos aeroportos, nomeadamente no de Faro, é da ANA – Aeroportos de Portugal. O nosso jornal já pediu esclarecimentos a esta empresa, até agora sem resposta.

O Governo decretou ontem restrições à entrada em Portugal de passageiros de voos provenientes do Reino Unido, que passa a ser permitida apenas a cidadãos nacionais ou legalmente residentes no nosso país.

A restrição, com efeito desde as 00h00 desta segunda-feira, foi decretada na sequência da evolução epidemiológica no Reino Unido, onde foi identificada uma variante mais contagiosa do novo coronavírus que provoca a doença Covid-19.

À chegada a Portugal, os passageiros que cumpram aqueles requisitos de entrada têm ainda de apresentar um teste laboratorial de rastreio negativo ao SARS-Cov-2.

Segundo os comunicados divulgados pelos Ministérios da Administração Interna e da Saúde, se os passageiros não forem portadores do comprovativo do teste negativo, serão “encaminhados pelas autoridades competentes” para “a realização do referido teste no interior do aeroporto, através de profissionais de saúde habilitados para o efeito”, ficando em isolamento.

Outra questão que se coloca aos passageiros que hoje estão a chegar a Faro é como terá lugar esse isolamento, que poderá ir até 48 horas, o tempo máximo estimado para se saber o resultado dos testes. «Eu tenho casa para ir, onde vou ficar longe da família até saber o resultado do teste. E vou deslocar-me num carro alugado. Mas e as pessoas que não têm casa cá e iam para casa de familiares? Como fazem o isolamento? E como fazem o isolamento se se deslocarem de táxi, por exemplo?», interrogou a passageira que contactou com o nosso jornal.

 

 

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