Diretores de Curso constroem propostas de melhoria do Ensino Profissional em Portimão

Oficina de formação contou com a participação dos diretores de curso das três escolas secundárias de Portimão: Poeta António Aleixo, Bemposta e Manuel Teixeira Gomes

Portimão – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

Uma Oficina de Formação dedicada ao Ensino Profissional decorreu em Portimão nas últimas semanas, por iniciativa do Centro de Formação Associação de Escolas Portimão & Monchique. A oficina foi frequentada por um conjunto de professores diretores de curso das três escolas secundárias da cidade, a saber, António Aleixo, Bemposta e Manuel Teixeira Gomes.

Tomando como ponto de partida a necessidade de promover a melhoria dos resultados dos alunos do ensino profissional (cf. infoescolas.mec.pt), e tendo presente o reconhecimento explícito na atual legislação acerca da importância da figura do Diretor de Curso no Ensino Profissional de nível secundário, ao grupo de participantes foi lançado o desafio da construção de propostas de melhoria concretas e contextualizadas, a implementar nas diferentes escolas do concelho.

 

 

No primeiro momento desta ação, o grupo refletiu sobre as principais questões que condicionam, na atualidade, os cursos profissionais (por exemplo, orientação vocacional à entrada no ensino secundário, educação inclusiva, autonomia e flexibilidade curricular), analisando as características dos alunos que frequentam esta importante modalidade de formação e debatendo aspetos relacionados com a estrutura e a dinâmica de funcionamento dos cursos profissionais nas escolas secundárias – nomeadamente aspetos relacionados com a Gestão Curricular, com a Formação em Contexto de Trabalho e com a Prova Final de Aptidão Profissional.

Num segundo momento, foi então elaborado um conjunto muito diversificado de propostas de ação a implementar em contexto local.

Parte das propostas apresentadas visou a necessidade de introduzir mudanças ao nível da organização escolar: criação do conselho coordenador do ensino profissional, por oposição ao atual cargo unipessoal de coordenador dos cursos profissionais; criação de equipas coordenadoras de curso, que assegurem o aproveitamento da experiência acumulada ao longo do tempo em determinadas áreas de formação; criação de estruturas colegiais para lançamento e acompanhamento das experiências de formação em contexto de trabalho dos estudantes, explorando-se outras modalidades para além do estágio, mais consentâneas com cursos direcionados para profissões exercidas em regime liberal.

Um outro conjunto de propostas versou dimensões relacionadas com a necessidade de estreitar as relações entre a escola e os diferentes stakeholders, de que são exemplos as autarquias e os representantes do mundo empresarial, como o envolvimento de representantes do mundo do trabalho nas atividades de orientação vocacional e de informação acerca dos cursos profissionais direcionadas para os alunos finalistas do ensino básico, ou o envolvimento dos stakeholders na construção e na implementação do plano curricular de cada curso para assegurar um melhor ajustamento à realidade do mundo do trabalho, promovendo-se a utilização do posto de trabalho como verdadeiro contexto de aprendizagem.

Outra proposta passou pelo envolvimento de entidades da comunidade educativa alargada, como por exemplo as autarquias, em atividades de promoção e de valorização do ensino profissional, de que são exemplos os prémios a atribuir, em cada ano escolar, às melhores Provas Finais de Aptidão Profissional ou a outros projetos de mérito desenvolvidos pelos estudantes.

Foram também apresentadas propostas relacionadas com o funcionamento das equipas educativas, constituídas por professores e por formadores, que acompanham um determinado curso profissional: promover a interdisciplinaridade e o trabalho de projecto no desenvolvimento do projecto curricular de cada turma; utilizar plataformas digitais, como a Google Classroom, para aperfeiçoar a comunicação entre professores e entre professores e estudantes, em situação de ensino presencial como no ensino à distância.

Finalmente, foram apresentadas propostas que visam melhorar os processos de monitorização e de avaliação do ensino profissional: implementação de sistemas de qualidade aplicados a processos e a resultados do ensino profissional, nomeadamente com recurso ao Quadro de Referência Europeu de Garantia da Qualidade para o Ensino e a Formação Profissionais (Quadro EQAVET); complementar os processos de avaliação interna, já em implementação em cada escola secundária, com processos inter-escolas, ou até concelhios, de acompanhamento do ensino profissional.

A formadora responsável pela dinamização da Oficina de Formação, Isabel Quirino, assinalou a elevada qualidade do conjunto de propostas apresentadas, destacando a coincidência da sua apresentação se ter registado no momento em que a Comissão Europeia acaba de apresentar a mais recente recomendação sobre educação e formação profissional, recomendação que, ao ensino profissional, atribui um papel fundamental no que diz respeito à empregabilidade dos mais jovens, à justiça social e à resiliência das populações (Declaração de Osnabruck, 30 de novembro de 2020 – aceda aqui à Declaração de Osnabrück).

Participaram na Oficina de Formação os professores Gabriela Magalhães e Lara Fernandes, da Escola Secundária da Bemposta; Sandra Guerreiro, Natália Pereira, Ricardo Teodósio e Paula Teixeira, da ES Manuel Teixeira Gomes; Paulo Tendinha, Maria João Silva, Rita Ferreira, Luís Mendes, Cristóvão Cerqueira, Pedro Lobato e Carlos Condeço, da ES Poeta António Aleixo.

 

 



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