Ciência Viva terá novo Centro em Loulé e uma Quinta em Tavira

Rosalia Vargas, presidente da Ciência Viva, falou com o Sul Informação

Rosalia Vargas – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

Um novo Centro em Loulé e uma das «Sete Quintas» em Tavira poderão expandir, a médio prazo, a rede Ciência Viva no Algarve, revelou ao Sul Informação Rosalia Vargas, à margem da sessão de encerramento das comemorações dos 25 anos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), que decorreram ontem, em Olhão.

A presidente da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica – Ciência Viva dirigiu uma sessão que, mais do que assinalar a criação de um ministério, celebrou o iniciar de uma era em que a divulgação e a cultura científica foram postas na agenda política, educacional e social, em Portugal.

E há um personalidade por detrás deste feito, José Mariano Gago, que dá nome à Biblioteca Municipal que acolheu a sessão e que, apesar de ter nascido em Lisboa, tinha fortes ligações a Olhão, nomeadamente a Pechão, onde tinha raízes familiares e onde passava férias. Escolheu, de resto, ser ali sepultado.

Foi no seguimento da criação do MCTES que surgiu o Ciência Viva, um projeto nacional de divulgação da cultura cientifica que tem vindo a crescer exponencialmente desde o final dos anos 90. E não irá ficar por aqui.

«A Ciência Viva está sempre aberta a novos projetos. A nossa rede está sempre em crescimento. Neste momento tem 20 centros em Portugal Continental e um nos Açores. Mas estamos sempre a pensar em novos espaços desta natureza», revelou Rosalia Vargas ao nosso jornal, à margem da sessão de ontem.

 

Manuel Heitor, António Pina, Rosalia Vargas e José Apolinário à entrada para a sessão, na Biblioteca Mariano Gago – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

E esse crescimento passa pelo Algarve, nomeadamente por Loulé e por Tavira, mas também pelas diferentes escolas da região.

«Há uma proposta concreta de Loulé para avançar com um centro. Vamos trabalhar a ideia, já que um Centro Ciência Viva não é algo que se faça de repente, demora o seu tempo. Há a vontade de que seja associado ao tema da Saúde», revelou a presidente da Ciência Viva.

Mas «há também um novo projeto, o das Quintas Ciência Viva. E aí, são quintas de âmbito rural, mas que olham para o futuro, através da inovação. O objetivo é, sobretudo, olhar para produtos, torná-los inovadores e captar o gosto, o interesse dos mais novos, por outras escolhas profissionais. Queremos que olhem para estas áreas como sendo promissoras».

«Por isso, olharemos para a a agricultura de precisão, àquela que recorre à robótica, mas também para os produtos em si. Daí que teremos a Quinta do Azeite, a Quinta das Cerejas, a Quinta do Sal e a Quinta da Dieta Mediterrânica, que está a ser trabalhada para ser em Tavira», revelou Rosalia Vargas.

A Quinta Ciência Viva de Tavira, que deverá nascer no Centro de Experimentação Agrícola ali existente, será, «para já, a única no Algarve. E digo para já porque a nossa ideia original era começar pelas Sete Quintas. Quem é que não quer estar nas Sete Quintas, com a imagem bonita e sensação agradável associada à expressão?».

«No entanto, os pedidos começaram a crescer e já não são só sete. Neste momento, temos projetos para 17 quintas. Isto significa que há um grande trabalho a desenvolver com as autarquias, com as universidades e institutos politécnicos. Não faremos em quintas particulares, são espaços que pertencem a estas instituições e vamos dinamizá-las e enchê-las de ideias novas e de espírito empreendedor», contou Rosalia Vargas.

Para esta responsável, «a Algarve é uma região muito promissora, quer em termos das ideias novas que pode ainda receber, quer em termos dos profissionais qualificados que tem cá e de quem nós precisamos para desenvolver a divulgação e a educação científica».

 

O ministro Manuel Heitor à conversa com os diretores dos Centros Ciência Viva algarvios – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Na cerimónia de ontem, que contou com a presença de Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, foi dado palco aos diretores dos três Centros Ciência Viva do Algarve, nomeadamente Ana Ramos (Tavira), Cristina Veiga-Pires (Algarve-Faro) e Luís Azevedo Rodrigues (Lagos).

Os três responsáveis pelos centros Ciência Viva algarvios, numa conversa liderada pelo membro do Governo, falaram não só no trabalho que desenvolvem, mas também deram a sua visão sobre a divulgação científica em Portugal e os desafios que enfrenta.

Certo é que são cada vez mais os aliados desta missão, já que a Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica também está a apostar forte nas escolas, nomeadamente nos Clubes Ciência Viva.

Este projeto está numa fase inicial, mas «está a haver uma grande adesão no Algarve».

Prova disso foram os diversos diretores de Agrupamentos, de diversos concelhos do Algarve, que marcaram presença na sessão.

«Os Centro Ciência Viva são parceiros fundamentais do projeto das Quintas, assim como são nos clubes Ciência Viva nas escolas e nas Escolas Ciência Viva. Nós temos várias redes no país e trabalhar em parceria é trabalhar com compromissos, com projetos», conclui Rosalia Vargas.

 

 

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