VRSA deixa comerciantes abrir portas de madrugada para compensar recolher obrigatório

Câmara garante que tudo fez para evitar a inclusão na lista de concelhos de alto risco de contágio da Covid-19

Foto: Câmara de VRSA

A Câmara de Vila Real de Santo António (VRSA) vai permitir que o comércio local abra mais cedo, até mesmo de madrugada, caso o concelho venha a ser hoje integrado pelo Governo na lista de municípios onde o risco de contágio da Covid-19 é mais elevado.

Conceição Cabrita, a presidente da Câmara de VRSA, disse ao Sul Informação que esta é uma das medidas com que a autarquia vai avançar para compensar os empresários locais pelas restrições resultantes do recolher obrigatório, perante a provável inclusão do concelho na lista do confinamento parcial, onde estão os municípios que nos 14 dias anteriores tenham tido mais do que 240 casos por 100 mil habitantes.

No caso deste concelho do Sotavento, um dos do Algarve que devem entrar hoje para a lista de confinamento parcial, após o Conselho de Ministros que está em curso, a linha vermelha são 59 novos infetados em duas semanas.

Se a inclusão na lista se confirmar, o município vilarealense passa a estar sujeito a regras bem apertadas, entre as quais o recolher obrigatório das 23h00 às 5h00, diariamente, e a partir das 13h00, aos fins de semana.

Perante a perspetiva de «duas semanas complicadas e dolorosas aqui para o comércio – e esperemos que sejam só duas semanas» -,  a Câmara decidiu liberalizar o horário de abertura dos pequenos negócios, para compensar o facto de não poderem estar abertos aos sábados e domingos à tarde – regra que não se aplica às grandes superfícies.

«Vamos permitir que o comércio local abra as portas antes da hora estipulada na licença. A hora de fecho, é aquela decretada pelo Governo. Mas a de abertura, passam a decidir eles, para que possam ter a possibilidade de trabalhar mais horas, como as grandes superfícies comerciais», disse Conceição Cabrita.

Com a autorização de antecipar , «os empresários podem gerir o seu horário de funcionamento como lhes der mais jeito, dentro dos limites impostos pelo estado de emergência», ou seja, a partir das cinco horas da madrugada.

«Por exemplo, o nosso Mercado Municipal, que abre às 7h00. Provavelmente, ao fim de semana, vamos começar a abrir mais cedo», ilustrou.

 

 

Apesar de se mostrar pronta para agir, Conceição Cabrita não deixa de lamentar que se tenha chegado a esta situação, até porque, assegura, não foi por falta de medidas de prevenção e sensibilização da autarquia que VRSA se vê na iminência de integrar a indesejada lista.

«Fizemos tudo para não entrar, mas, apesar de tudo, se calhar acabamos por ir lá parar», assegurou ao Sul Informação a presidente da Câmara de VRSA.

«Criámos várias medidas, como a oferta de máscaras, a desinfeção de espaços comuns, nomeadamente as escolas, colaborámos ativamente na abertura do ano letivo, em termos de proteção, e apelámos ao comércio local para que adoptassem todas as medidas de segurança», descreveu.

Por outro lado,  a autarquia vilarealense foi «a primeira a recomendar o uso de máscara também na rua, juntamente com Castro Marim, numa altura em que se verificou aqui uma subida de casos. Acabámos por nos antecipar ao resto do país».

No entanto, «porque houve pessoas que não cumpriram», os casos foram aumentando, ainda a que a um ritmo «de três ou quatro casos por dia».

Não é conhecido, de resto, «nenhum grande foco» no concelho.

Entretanto, VRSA já havia começado «uma forte campanha para que as pessoas comprem no comércio local. Mesmo sem saber de que havia esta possibilidade de entrarmos na lista de concelhos de risco, já estávamos a trabalhar nisso».

«Ainda ontem abrimos as luzes de Natal em várias artérias das três freguesias. Normalmente só o fazemos no final de Novembro, mas quisemos dar um alento e para que as pessoas possam vir até aos centros das freguesias e ter um bocado mais de calor», disse Conceição Cabrita.

Este calor, ao contrário do habitual, não tem sido nem será partilhado pelos habitantes da vizinha Espanha, adeptos de atravessar a fronteira para visitar o comércio local de VRSA.

E não será por causa desta decisão do Governo português, que só virá agravar uma situação já de si difícil, tendo em conta que os espanhóis, «estão confinados e, portanto, não podem deslocar-se nem sair do país», a menos que tenham uma justificação.

 

 

Ajude-nos a fazer o Sul Informação!
Contribua com o seu donativo, para que possamos continuar a fazer o seu jornal!

Clique aqui para apoiar-nos (Paypal)
Ou use o nosso IBAN PT50 0018 0003 38929600020 44

 

 



Comentários

pub