Pina quer que turistas também contem para a população do Algarve

Segundo o presidente da AMAL, a população real do Algarve rondará os 600 mil habitantes

Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

O Algarve podia ter muitos menos concelhos na lista de municípios com risco mais elevado de contágio por Covid, caso fosse contabilizada a população que efetivamente reside na região e não apenas a que está registada, defendeu hoje António Pina, presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve.

Para o também presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil, o Algarve está a ser «mais uma vez prejudicado» pelo facto de não serem contabilizados os estrangeiros residentes, mas que nunca se registaram como tal, bem como os visitantes de maior duração, nomeadamente autocaravanistas que escolhem a região para se fixar temporariamente.

«Isto leva-nos a acreditar que se esta população fosse considerada, como propomos, muitos dos concelhos que hoje aparecem nesta listagem não estariam», acredita.

É que, principalmente em Vila do Bispo, mas também em Portimão e Albufeira, uma grande percentagem dos novos casos diagnosticados nas últimas semanas foram de estrangeiros não registados.

Para António Pina, a inclusão dos oito concelhos algarvios na lista «põe a descoberto algo que dizemos há muito: o Algarve não pode ser visto apenas pela população residente, mas também pela flutuante».

«Há muito mais gente a viver cá, que não consta das estatísticas e não está registada, algo que não se passará em mais lado nenhum, no país, com esta dimensão. Devemos ser contabilizados como tendo, pelo menos, 600 mil habitantes», em vez dos cerca de 450 mil oficiais, defendeu este responsável, na conferência de imprensa quinzenal de balanço da situação epidemiológica no Algarve.

Isto já fez «com que o Algarve tenha saído do Objetivo 1 [Convergência] da União Europeia [onde estão as regiões mais pobres]», algo que o presidente da AMAL considera que não teria acontecido caso se contabilizassem mais habitantes no Algarve.

«Vamos apresentar uma proposta ao Governo e à DGS para que seja introduzido um novo critério, para que se introduza outro número na ponderação dos casos no Algarve. Os estrangeiros não podem só contar para os casos, também devem ser contabilizados como população», anunciou António Pina.

Ana Cristina Guerreiro, a delegada regional de saúde do Algarve, defendeu, por seu lado, que o Algarve poderia ser visto como um todo, para efeitos de contabilização do número de casos por 100 mil habitantes.

«Temos uma população equivalente ao ACES [Agrupamento de Centros de Saúde] Amadora-Sintra e até podíamos ser olhados dessa maneira, como um todo, sem dividir por concelhos», considerou Ana Cristina Guerreiro.

 

 

Ajude-nos a fazer o Sul Informação!
Contribua com o seu donativo, para que possamos continuar a fazer o seu jornal!

Clique aqui para apoiar-nos (Paypal)
Ou use o nosso IBAN PT50 0018 0003 38929600020 44

 

 



Comentários

pub