Números são «bastantes preocupantes»: faltam 235 professores no Algarve e Alentejo

Segundo o SPZS, esta falta de docentes «atravessa todos os ciclos de ensino», apesar de ser «muito mais relevante no 3º ciclo e Secundário»

Foto: Flávio Costa | Sul Informação

Não é «uma mentira, nem um embuste». O Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS) diz que faltam 235 professores, no Algarve e Alentejo, dados que «são bastante preocupantes». 

Num comunicado enviado ao Sul Informação, o SPZS explica que fez «um questionário junto dos agrupamentos de escolas do Alentejo e Algarve, sobre os horários em falta, constatando que, há 41 docentes em falta no distrito de Portalegre, 27 no distrito de Évora, 48 no distrito de Beja e 119 no distrito de Faro».

Apesar de o Sindicato ainda não ter tido resposta da totalidade dos agrupamentos de escolas, estes dados já «são bastante preocupantes, pois, cinco semanas após o início do ano letivo, há necessidade de, pelo menos, 235 docentes na área sindical do SPZS».

Segundo o SPZS, esta falta de docentes «atravessa todos os ciclos de ensino», apesar de ser «muito mais relevante no 3º ciclo e Secundário».

«No 1º ciclo faltam 28 professores, incluindo na disciplina de Inglês, no 2º ciclo há falta de 37 professores, sendo as disciplinas de Português, Inglês, Educação Musical e Educação Moral e Religiosa Católica, as mais relevantes. No 3º ciclo e secundário há necessidade de 169 professores, principalmente nas disciplinas de Português, Inglês, Espanhol, História, Geografia, Matemática, Física e Química, Informática e Artes Visuais».

 

 

 

A falta de docentes da Educação Especial «também é notória, revelando que há muitos alunos com necessidades educativas especiais que não estão a receber o devido apoio», denuncia o Sindicato.

Ao analisar estes dados, o SPZS conclui que «a maior parte dos horários são temporários e/ou incompletos, muitos deles decorrendo de baixas médicas dos docentes com idade mais avançada, o que os torna mais difíceis de ocupar».

«Os professores evitam deslocar-se para muito longe da sua residência para trabalharem só algumas horas ou em muitos dos casos apenas um mês, recebendo, na generalidade dos casos, um salário equivalente ao ordenado mínimo ou ainda menos», acrescenta.

«A falta de docentes não é uma mentira, nem um embuste, como o Ministério da Educação tenta iludir os portugueses. É um grave problema que o país está a atravessar desde há muitos anos», lamenta ainda.

Por fim, o SPZS – bem como a FENPROF – defendem que «a falta de docentes poderá ser colmatada, entre outras, através do reforço de docentes nos quadros das escolas / agrupamentos de escolas; da eliminação do abuso do recurso à contratação a termo; do reforço do cariz nacional dos concursos e da graduação profissional como critério de ordenação dos candidatos; da redução da área geográfica dos QZP e do acesso à totalidade das vagas abertas a concurso por parte de todos os candidatos aos concursos».

 

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