Nem a pandemia impede que o Festival do Contrabando trafique artes no Guadiana

Festival do Contrabando vai realizar-se, ainda que num formato bem diferente e com uma forte componente virtual

Não terá a ponte flutuante que já atraiu dezenas de milhares de pessoas ao Festival do Contrabando, nem sequer as também já famosas feira de artesanato e animação de rua. Ainda assim, a pandemia e as restrições por ela impostas não vão impedir Alcoutim e Sanlúcar de continuar o ”Tráfico de Artes no Guadiana”, entre os dias 10 e 15 de Novembro, numa versão com uma forte componente online.

«Não quisemos deixar passar em claro o Festival do Contrabando e decidimos avançar com uma ação mais virtual, não pondo ninguém em risco», explicou ao Sul Informação Osvaldo Gonçalves, presidente da Câmara de Alcoutim.

Entre as atividades previstas, estão «a inauguração de um conjunto de painéis de azulejos, com frases alusivas ao festival», bem como a instalação de «uma escultura de uma lontra», junto ao rio, onde ficarão «visitáveis, para sempre».

A escolha deste animal para ficar, a partir de agora, associado ao Festival do Contrabando – ”Tráfico de Artes no Guadiana”, não é inocente.

«A lontra remete para o elemento furtivo dos contrabandistas. Para além disso, é uma espécie endémica, que tem o seu habitat no Rio Guadiana», referiu o edil alcoutenejo.

 

 

A ideia, salientou Osvaldo Gonçalves, não é atrair pessoas a Alcoutim, antes pelo contrário.

«Apesar do mediatismo que o Festival do Contrabando alcançou e de nos custar muito, não queremos que as pessoas venham cá, mas sim que assistam à distância. Daí esta forte aposta nos suportes digitais», explicou, em declarações ao Sul Informação.

Afinal, os elementos que vão ser inaugurados estão ali para ficar e qualquer pessoa as poderá visitar, depois de dia 15 de Novembro. «Espero que, no futuro, estes elementos sejam um atrativo para as pessoas que nos visitam e que possam ali tirar fotos, como recordação».

De resto, o programa completo do festival, que será anunciado «brevemente», inclui «documentários, filmes, arte, instalações, astronomia e teatro físico», segundo os organizadores do festival, um evento com a chancela do 365Algarve.

«Fazendo justiça ao programa 365Algarve e ao Tráfico de Artes no Guadiana, nesta 4ª Edição iremos dar lugar a um espaço de criatividade, expressão e criação artísticas, com a execução de obras de arte de artistas locais, nacionais e internacionais, que deixarão na paisagem a sua marca, em consonância e sintonia com o território e com os temas do festival, de forma a que o visitante possa desfrutar das suas obras o ano inteiro, e no decorrer das datas programadas, será possível acompanhar no Facebook do evento as ações calendarizadas», resumiu a Câmara de Alcoutim.

«Assumindo que a identidade de um território deve ser valorizada, e através desta necessidade foi criado um programa simples, mas especial, artisticamente rico e diversificado, através da criação e interpretação de artistas de arte pública convidados, com acesso presencial e participativo para alguns, em especial para as comunidades de Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana, e aberto a todos, em formato digital», reforçou a autarquia.

Assim, e para quem não pertencer às pequenas comunidades das duas localidades que se defrontam, separadas pela fronteira Guadiana, pode assistir aos eventos programados «com total segurança», de modo virtual.

 

 

Ajude-nos a fazer o Sul Informação!
Contribua com o seu donativo, para que possamos continuar a fazer o seu jornal!

Clique aqui para apoiar-nos (Paypal)
Ou use o nosso IBAN PT50 0018 0003 38929600020 44

 

 



Comentários

pub