Hospitais do Algarve passaram hoje à 2ª fase do Plano de Contingência Covid

Atividade programada não será posta em causa, pelo menos para já

Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

Os hospitais do Algarve vão afetar, a partir de hoje, «mais recursos e mais espaço» para atendimento e internamento de doentes com o novo coronavírus, mas «sem abdicar das atividades programadas», depois da ativação da 2ª fase do Plano de Contingência Covid pela administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA).

Este é um passo que é dado «por precaução» e acontece numa altura «em que a capacidade da fase 1 não está perto de esgotar» e em que «não há qualquer razão para alarme», assegurou ao Sul Informação Paulo Neves, vogal do Conselho de Administração do CHUA.

«Na prática, trata-se de criar um circuito de atendimento com capacidade para atender mais gente e, eventualmente, que comporte mais internamentos Covid», disse.

O mesmo responsável resume, com uma imagem simples, as implicações deste e de outros aumentos do nível de prontidão e resposta que possam vir a acontecer: «Cada vez que passarmos de fase, aumentarão a área e os recursos dedicados à Covid e diminuirão os disponíveis para o resto».

Ainda assim, nesta Fase 2 não é colocada em causa a atividade programada dos hospitais, nomeadamente a considerada prioritária, que se mantém. Por outro lado, «não será encerrado nenhum serviço».

A decisão de aumentar o nível de alerta acontece numa altura em que o número de infetados, mas também de internados, sofreu um acréscimo no Algarve. Hoje, segundo os mais recentes dados da Autoridade de Saúde Regional, são 43 as pessoas internadas nos hospitais de Faro e Portimão (+3), cinco das quais nos Cuidados Intensivos (+1).

Ainda assim, e embora não esteja dissociada da situação que se vive atualmente, a decisão de passar para a Fase 2 teve sobretudo a ver com o acautelar do futuro, garante o porta-voz da administração do CHUA.

«Neste momento, não estamos perto da rutura, ainda temos capacidade da primeira fase. Mas não podemos esperar que esta capacidade esgote, para então avançar. Se houver uma progressão da procura como a que temos vindo a assistir, isto projeta a nossa atividade para mais X dias ou semanas. Isso significa que, na pior das hipóteses, temos esses dias ou semanas para acautelar a resposta que, eventualmente, venha a ser necessária», resumiu Paulo Neves.

Além disso, lembrou, o país está em estado de emergência e «há um concelho no Algarve entre os 121 com elevada taxa de infeção, que é São Brás de Alportel – onde nós até temos uma unidade».

Por outro lado, «temos pela frente um Inverno longo, é natural que tenhamos redobrados cuidados».

«Estamos com o Inverno à porta, pelo que o melhor é, enquanto temos tempo, preparar o circuito Covid para uma situação de maior pressão, também com as gripes e complicações respiratórias», até porque, em muitos destes casos, terá de se perceber primeiro «se é Covid-19 ou não».

«Temos de ter os serviços preparados para isso e, em caso de necessidade, promover o internamento dos doentes Covid-19», disse.

Tudo isto se fará, enquanto for possível, sem pôr em causa toda a outra atividade não Covid-19, como consultas, exames e cirurgias.

No entanto, tudo será feito «com muito cuidado», tendo em conta que estão criados nas unidades do CHUA «circuitos paralelos, que não podem ter contactos entre si».

Ou seja, recursos humanos ou áreas do circuito Covid não podem ser usados para as atividades ditas normais.

«É quase como se tivéssemos tido de criar dois hospitais», ilustrou Paulo Neves.

 

 

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