Horácio Guerreiro será o novo Diretor Clínico dos hospitais do Algarve

Nomeação depende apenas da aprovação pela CRESAP

Foto: D.R.

Horácio Guerreiro vai ser o novo Diretor Clínico do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), substituindo no cargo o demissionário Joaquim Pedro Correia, que colocou o lugar à disposição há pouco mais de duas semanas.

O atual diretor do Serviço de Gastroenterologia do Hospital de Faro aceitou o convite do Conselho de Administração do CHUA e espera apenas a confirmação da sua nomeação, que só está dependente da aprovação pela CRESAP – Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública.

No entanto, e atendendo a que o assunto já se havia tornado «conhecido no meio», o médico especialista algarvio de 65 anos anunciou publicamente a aceitação de um novo desafio, através de um post pessoal na rede social Facebook.

O convite e a aceitação do mesmo por Horácio Guerreiro foi confirmado ao Sul Informação pelo Conselho de Administração do CHUA, que apenas acrescentou que ainda se está a «aguardar a aprovação pela CRESAP e a respetiva nomeação».

Quanto às razões que levaram à demissão do anterior Diretor Clínico, o CHUA não faz qualquer comentário.

Ainda assim, o próprio Horácio Guerreiro dá pistas sobre o que poderá ter acontecido, no anúncio público que fez.

«O cargo não é apetitoso no aspeto orgânico, tantas são as dificuldades do Centro Hospitalar, nem sequer é atrativo do ponto de vista salarial, sendo até penalizante, relativamente ao rendimento de um médico no topo da carreira, especialmente quando se tem atividade privada. Não é uma pérola dourada», afirmou o gastroenterologista.

 

Foto: Pablo Sabater | Sul Informação

 

Aliás, admite o médico algarvio, num primeiro momento, chegou a declinar o convite, sugerindo outros nomes. No entanto, «face à recusa de outros» e «como os desafios estão no íntimo dos homens, como sou um homem da casa, porque estou no fim da carreira e sinto que tenho aptidões para a função, decidi aceitar».

«Faço-o com orgulho, com humildade, com o sentido de serviço e a honestidade que sempre cultivei na profissão. Aceito, também, porque confio no Conselho de Administração, constituído por uma mescla de pessoas com diferentes perfis, umas mais jovens, outras não tanto, mas em todos os membros vejo entusiasmo, competência e vontade de servir. É reconfortante estar numa equipa em quem se deposita confiança», elogiou Horácio Guerreiro.

De resto, o gastroenterologista conhece muito bem o CHUA, onde trabalha há três décadas, boa parte dos quais como diretor de serviço.

Este conhecimento da instituição leva-o a saber «que as soluções dos grandes problemas não dependem da capacidade do Diretor Clínico, nem sequer do Conselho de Administração».

«Por isso, não alimento ilusões, não prometo nada. Melhor, prometo trabalho honesto, empenho, zelo pelos doentes e pela instituição, procurando motivar os profissionais e corresponder às suas expetativas», afirmou.

«Se a missão, em tempo normal, já era impossível (talvez possível para Mr. Bond), no período que vivemos, ela é assustadora. Mas, como não podemos fugir deste rectângulo, deste cantinho à beira-mar, resta-nos levantar a cabeça e enfrentar a tempestade. Nisso podem contar comigo, com os profissionais do CHUA, com o Conselho de Administração. Acreditem que temos rumo e, na iminência da tempestade, temos o leme seguro. Se o nosso povo ajudar e se os deuses nos protegerem, havemos de vencer», concluiu.

Horácio Guerreiro é licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa, onde ingressou em 1972, após ter concluído o curso Liceal na área de ciências no Liceu de Faro.

Mais recentemente, nos anos 90, concluiu outra licenciatura, desta feita em Direito, na Universidade Lusófona.

Profissionalmente, ingressou nos quadros do Hospital de Faro há mais de 30 anos, tendo feito carreira neste hospital público e chegado a Diretor de Serviço da sua especialidade, cargo que ocupa há quase 15 anos.

Paralelamente, mantém a prática privada de medicina, numa clínica em Faro.

 

Leia o anúncio feito por Horácio Guerreiro no Facebook:

MISSÃO IMPOSSÍVEL? Talvez, mas desafiante e grata…

Porque o assunto já se tornou conhecido no meio, informo os meus amigos que fui convidado para Diretor Clínico do CHUA, tendo já iniciado a colaboração com o Conselho de Administração. A nomeação está pendente das formalidades legais, designadamente da aprovação pela CRESAP.

Diga-se que, num primeiro contacto, recusei o convite e, até, sugeri outras pessoas, mas, face à recusa de outros, acabei por aceitar.

O cargo não é apetitoso no aspecto orgânico, tantas são as dificuldades do Centro Hospitalar, nem sequer é atrativo do ponto de vista salarial, sendo até penalizante, relativamente ao rendimento de um médico no topo da carreira, especialmente quando se tem atividade privada. Não é uma pérola dourada.

Mas, como os desafios estão no íntimo dos homens, como sou um homem da casa, porque estou no fim da carreira, e sinto que tenho aptidões para a função, decidi aceitar. Faço-o com orgulho, com humildade, com o sentido de serviço e a honestidade que sempre cultivei na profissão. Aceito, também, porque confio no Conselho de Administração, constituído por uma mescla de pessoas com diferentes perfis, umas mais jovens, outras não tanto, mas em todos os membros vejo entusiasmo, competência e vontade de servir. É reconfortante estar numa equipa em quem se deposita confiança!

Em função dos cargos que desempenhei na instituição, conheço muito bem os problemas e sei que as soluções dos grandes problemas não dependem da capacidade do Director Clínico, nem sequer do Conselho de Administração. Gente mais capacitada do que eu não conseguiu ter sucesso (presto aqui homenagem aos bons Diretores Clínicos que me precederam, fazendo menção especial ao Dr. Mohamede Americano, com quem fui Diretor de Departamento). Receio até que, por qualquer percalço de saúde, ou pela idade, não esteja em condições de resistir à dureza da missão. Por isso, não alimento ilusões, não prometo nada. Melhor, prometo trabalho honesto, empenho, zelo pelos doentes e pela instituição, procurando motivar os profissionais e corresponder às suas expetativas.

Se a missão, em tempo normal, já era impossível (talvez possível para Mr. Bond), no período que vivemos, ela é assustadora. Mas, como não podemos fugir deste rectângulo, deste cantinho à beira-mar, resta-nos levantar a cabeça e enfrentar a tempestade. Nisso podem contar comigo, com os profissionais do CHUA, com o Conselho de Administração. Acreditem que temos rumo e, na iminência da tempestade, temos o leme seguro. Se o nosso povo ajudar e se os deuses nos protegerem, havemos de vencer.

Resta-me pedir a compreensão e solidariedade dos potenciais utentes, pois asseguro-vos que tudo faremos para vos servir.

Finalmente, porque de verdadeiros heróis se trata, quero saudar, em primeiro lugar, os médicos, enfermeiros e outros profissionais do CHUA que estão na linha da frente da Covid-19, saudar também as autoridades regionais de Saúde Pública, cujo desempenho tem sido notável, e, por fim, saudar todos os funcionários e colaboradores do CHUA, e muitos outros amigos que me têm apoiado, a quem deixo um abraço fraterno.

 

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